Just a Pictures - SARIETTE

30.

Sarah nunca pensou que fosse se sentir mais feliz do que estava quando acordou. Mas ela estava. Provavelmente iria explodir de tanta felicidade. Depois de admitir como se sentia sobre Juliette e como a morena se sentia sobre ela, Sarah estava radiante.

Elas não tinham ido para a cama, como normalmente teriam feito. A loira não quis estragar esse momento com elas fazendo sexo ferozmente na cama de um hotel. Sim, elas fariam sexo em algum outro momento, mas não queria que fosse algo bruto, e sim algo delicado.

As mãos de Sarah percorriam as costas de Juliette por dentro da camisa do pijama da morena. Já as mãos de Juliette agarravam o cabelo da fotógrafa como se fosse a sua vida. O beijo não era forte, eram beijos suaves e carinhosos, mesmo assim, continuavam sendo beijos quentes. E Sarah, apesar de não querer estragar a noite fodendo a morena brutalmente contra a cama, sua mente estava começando a embaçar com a excitação.

— Serviço de quarto! - alguém gritou do outro lado da porta e a atriz guinchou acima de Sarah, assustando-se.

— Já estou indo! - ela gritou de volta e tratou de levantar. Sarah continuou no chão, observando a morena levantar-se cambaleante para pegar o jantar que pediram para entregar no quarto. — Muito obrigada.

E ela mesma entrou com o carrinho de comida depois que fechou a porta. O cheiro de carne e queijo era tão forte que a loira sentiu seu estômago rugir, fazendo-a soltar uma risada, deixando Juliette um pouco confusa.

— Creio que o jantar está caprichado hoje. - Sarah comentou refletindo se deveria ou não levantar, estava tão confortável no chão que preferiu ficar por ali mesmo.

— Claro que está. E seu estômago sabe disso. - murmurou zombando e tirando a bandeja, fazendo o prato de Sarah. — Pedi carne do sol pra você, tenho certeza de que vai gostar.

A loira soltou uma risada e recebeu o prato que Juliette lhe entregava.

— Como pode ter tanta certeza? - indagou e olhou para o próprio prato, seu estômago rugiu mais uma vez, dessa vez, um pouco mais baixo. — Achei que fosse vegan.

Juliette pegou o próprio prato, cheio de coisa verde e branca. Sarah fez uma careta para aquele prato.

— Eu sou vegan, e meu pai adorou a carne de sol em um restaurante que fomos no nordeste do Brasil, lá na Paraíba. - e ela levou o garfo até a boca, gemendo baixinho com o gosto antes de sentar na frente de Sarah com as pernas cruzadas. — Essa lasanha está perfeita.

— Essa lasanha verde?- a fotógrafa questionou de boca cheia e Juliette soltou uma risada antes de engolir.

— Sim, lasanha vegan. Eu não tinha muitas opções de comidas sem carne, então pedi para fazerem isso. - ela apontou para o próprio prato e Sarah fez uma careta mais uma vez.
— Quer parar de fazer careta pra minha comida?

— O quê? Ah, não me culpe. Não vejo nada de bom ai nesse seu prato. - apontou para o prato da morena com o garfo antes de voltar a se concentrar na própria comida.

— Tem queijo de verdade aqui, caso não saiba. - Juliette resmunga revirando os olhos e Sarah lambe os lábios.

— Tanto faz. Não tem carne, não é bom.

— Ah, cala a boca!

E elas continuaram comendo com Sarah fazendo comentários sobre a comida de Juliette. A morena parecia ficar chateada, então a fotógrafa se inclinava e beijava seus lábios suavemente, fazendo-a sorrir e voltar a comer com um sorriso bobo nos lábios.

Quando terminaram e Sarah colocou o carrinho do lado de fora do quarto, ela voltou e viu que Juliette estava sentada exatamente aonde ela estava antes, só que seus olhos fixados na fotógrafa. Corando levemente, a loira balançou a cabeça.

— que foi? - perguntou quando sentiu os olhos da atriz ainda em si. Cruzou os braços quando o frio começou a lhe atingir. Ficar longe de Juliette a deixava com muito mais frio.

— Nada.

— Me conte logo. - pediu mais uma vez antes de se ajoelhar na frente de Juliette e sentar sobre seus pés.

Juliette tinha aquele olhar encantado que Sarah nunca tinha visto.

— É que... você é linda, amor. - sussurrou encantada, quase em reverência. — Eu só... não acredito que tive tanta sorte em ter alguém como você apaixonada por mim é... surreal.

Sarah nunca tinha corado com um elogio vindo de uma mulher. Principalmente de uma mulher que ela já levou para a cama. Ao menos ela não lembrava da última vez que corou com um elogio vindo de uma mulher. Talvez alguma amiga da sua mãe que queria ser gentil. Não lembrava bem, mas agora ela tinha as bochechas queimando e sabia que estavam avermelhadas pelo sorriso divertido de Juliette.

— Você só diz essas coisas porque quer entrar nas minhas calças. - a loira brinca tentando disfarçar o rubor e Juliette solta uma gargalhada, jogando a cabeça para trás.

— Talvez seja isso. - murmura depois de terminar de rir e Sarah gira para sentar ao seu lado.

— Que tal pararmos com isso e irmos dormir? - sugere e Juliette a olha com as sobrancelhas erguidas antes de franzir os lábios.

— Eu estava com outra ideia na cabeça. - a morena sussurrou se inclinando para frente e se apoiando numa mão para se aproximar de Sarah. — Uma ideia bem mais movimentada.

A fotógrafa pigarreou antes de lamber os lábios e tentar não olhar fixamente para os deliciosos lábios de Juliette.

Se ela iria ter Juliette na sua vida, teria que se preparar para ter várias noites acordadas. Porque com uma mulher dessa, realmente... Quem precisa dormir?

— • —

quem é vivo sempre aparece, não é?