Em uma dinastia onde apenas lúpus alfas podem governar, o único lúpus num reino a herdar acidentalmente o trono era um ômega. Park Jimin logo se vê inserido em um cenário caótico, cheio de protestos e atentados contra sua corôa; tal que o levou a pe...
Olá, tudo bem? Saudades? Eu disse que viria hoje. Trago aqui 10k bem... intensos, para vocês 👀
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"Eu joguei todas as cartas, você também. Nãohá mais nada a dizer Mas nenhum de nós para de jogar O vencedor leva tudo, o perdedor tens de sair."
Quando Jungkook bateu à porta velha do chalé e partiu, pareceu que não somente o clima frio do outono ficou para trás com o ômega.
Mesmo que seu coração estivesse batendo descontroladamente devido às emoções intensas e tumultuadas que sentia agora, denunciando que ainda estava vivo - mesmo que não se sentisse assim -, Jimin na verdade sentia algo entre suas entranhas tão empedrado quanto o chão de Joseon nas tempestades de invernos mais densos.
Lágrimas congeladas em seus olhos marcaram um caminho no seu rosto e as suas pálpebras pareciam arder como se fossem metais derretido. Ele ficou assim, imóvel como uma estátua, fitando a porta que o alfa bateu sem saber quanto tempo já tinha passado.
Mesmo assim, o ômega não derramou mais lágrimas desde então. Ele ficou ali, atônico, sentindo apenas o aroma ácido das laranjas mesclando-se ao que restou do cheiro de canela que ficou para trás, agora também tingido com o sutil fluído do sangue do alfa e a agonia dos seus próprios sentimentos oprimidos por anos.
Ele olhou para baixo, vendo duas ou três grossas gotas daquele sangue aos seus pés.
"Para onde é que ele foi? " Perguntou-se mentalmente. Sua voz ao menos queria sair; de repente Jimin sentiu-se esgotado e completamente paralisado para fazer mais do que respirar ou bater os cílios ao piscar. O único movimento brusco de verdade que fez desde que se viu sozinho foi desviar os olhos das gotas vermelhas e ver a porta fechada.
Assim, passou o restante da madrugada. Jungkook não retornou ao chalé, mas o ômega ainda conseguia sentir sua presença pelas redondezas do campo e da pequena construção velha de blocos e palha, só por isso conformou-se e permaneceu parado diante da lareira, evitando a vontade de ir até o alfa.
Não se atreveria a sair, como se fosse proibido de fazê-lo até que o sol nascesse e os dois pudessem partir para a aldeia novamente.
Não lembrava-se se sentou, se dormiu ou somente cochilou por alguns minutos. Provavelmente fez tudo isso consecutivamente, sentindo o calor ralo da lareira em seu rosto e coberto pelo pesado casaco de Jungkook.
E, talvez, apenas talvez, o rei tenha fechado os olhos e fingido que o tecido com cheiro de canela que o cobria não era somente um pedaço grande de pano entregue para ele em um ato de gentileza para mantê-lo aquecido naquela fria madrugada, mas sim o próprio alfa ali, abraçando-o.
Sem odiá-lo ou sendo insuportável para ele estar em sua presença por algumas horas.
"Colha as consequências de suas ações. Você não pode magoar as pessoas e esperar que o tempo as cure das consequências de suas atitudes." A voz maligna retumbava sem parar no local escuro de sua cabeça, tentando convencê-lo que não era digno de fantasias. "Não és uma boa pessoa para pedir por misericórdia dos misericordiosos."
Jimin a silenciou pela primeira vez, cansado demais para lhe dar ouvidos.
Então, permitiu-se pecar por algumas horas embrulhado pelo cheiro de seu duque. De seu soldado.
Que tolo o ômega era. Um maldito traidor afundando o nariz na roupa de quem não o pertencia, e nem assim foi capaz de parar. Nem mesmo a aliança em seu anelar lembrando-lhe do adorável Colin, toda a discussão ou o desprezo que o viu jorrar.
Seria seu segredo mais cruel pelo resto da vida.
Quando seus olhos cansados se abriram num sobressalto, com a sensação de que ele havia acabado de fechá-los, o clarão da manhã vindo pelas pequenas janelas e o canto dos pássaros chamaram-lhe a atenção lá fora. Jimin ergueu um pouco a cabeça e observou ao redor.
Já era de manhã. Quanto tempo havia dormido? Na verdade, a pergunta era: Quando que ele havia dormido?
Tudo ainda estava silencioso dentro do chalé, sem nenhum sinal de Jungkook, nem tampouco a lareira ainda tinha lenha para queimar.
Sem hesitar, sentindo que agora que o sol nasceu tinha permissão para sair lá fora, Jimin levantou-se e arrumou o casaco nos ombros, dirigindo-se à porta.
Quando a madeira velha rangeu e abriu o suficiente para ele passar, seus olhos arderam e fecharam assim que a claridade do novo dia bateu em seu rosto. Demorou um pouco para acostumar-se com a luz, sentindo o cheiro agradável de sereno e a calmaria da pré-manhã
Mesmo que em seu interior estivesse tudo, menos calmo.
Respirou fundo e atravessou o batente velho.
À medida que suas botas tocavam a grama gelada enquanto avançava, ele sentia a baixa névoa da mata beijando suas canelas. Quando olhou para frente, seu corpo inteiro endureceu, tudo ao redor esquentou e seu coração voltou a bater loucamente sem ar.
Não era uma sensação boa; ele sentiu que iria sufocar, como se fosse a primeira vez que se encontravam.
Era um nervosismo latente que mexia com todos os seus sentidos de uma só vez e fazia-lhe imediatamente querer chorar, mas, também, sendo incapaz até mesmo de derramar algumas poucas lágrimas.
O rei que viveu controlando suas emoções não estava conseguindo controlar mais nada.
Na verdade, a maneira que deveria agir já não importava mais.
Jimin observou as costas largas e eretas de Jungkook, coberta unicamente por uma fina camisa branca e as amarras do espartilho que seguravam a farda. Seus cabelos negros estavam desgrenhados na nuca e as roupas sujas de barro, - provavelmente por causa fuga da noite anterior. Sua imagem retesa fez os pés do ômega prenderam ao chão.
O cheiro tenso de canela pairava no ar, criando uma tensão palpável entre eles. Jungkook sabia que ele estava ali, a presença gritante um do outro quase podia ser pega nas mãos.
O alfa permaneceu com as mãos nos bolsos, fingindo interesse na paisagem das árvores úmidas com cheiro de mato, sereno e grama à frente. Jimin, fingiu a mesma naturalidade.
Eles ficaram assim por um tempo; Jungkook alheio observando um ponto fixo no campo, e Jimin olhando para suas costas, como se qualquer movimento fosse decisivo entre os dois e ninguém tivesse coragem de falar uma primeira sílaba para acabar com tudo de uma vez.
"Mas... Decisivo para quê exatamente?" A voz maligna ecoou na sua consciência em meio a esse nevoeiro. No entanto, agora Jimin também concordou com o interrogatório daquela voz maldosa que sempre surge na intuição de fazê-lo enfraquecer e ficar ansioso.