LOYALTY II - O passado fica para trás

💍 Capítulo 67 💍

SONG MINGI

A música em som ambiente ecoava no apartamento enquanto Mingi pacientemente lavava a louça do jantar. Yunho, com certa calma enchia as taças de vinhos vazias pela segunda vez, e devagar bebericou a bebida, voltando a se encostar no balcão enquanto observava Mingi lavar a louça.

— Você poderia ter deixado eu lavar. Você é meu convidado! — Yunho disse e Mingi deu risada, começando a enxaguar a louça depois de ter ensaboado.

— Você fez o jantar e a sobremesa, Yun! Inclusive estava tudo tão bom, eu só queria retribuir. É o mínimo que consigo fazer depois de tudo que você fez hoje. — Mingi disse e olhou para Yunho, vendo-o rir em um sopro e negar com a cabeça.

— Isso não é um jogo de trocas, Song. Fiz tudo isso porque queria sua companhia. — o mais novo disse, desencostando do balcão e pegou o pano de louças assim que Mingi voltou a atenção para o copo que enxaguava, passando a colocar cada utensílio para escorrer.

— E eu estou fazendo isso porque quero te ajudar e como uma forma de agradecer pelo jantar incrível e maravilhoso que você fez hoje. Não estou fazendo isso como moeda de troca. — explicou Mingi, sendo sincero, e então voltou a olhar para Yunho quando terminou de enxaguar toda a louça, flagrando ele lhe encarando enquanto secava um dos pratos. — É sério, Yun! Eu quis fazer isso pra ajudar. Sempre fazia isso quando morávamos juntos. — disse, já secando a pia. — Está tudo bem, eu quis fazer. — disse, depositando um beijo na bochecha macia do outro de maneira automática, e só se deu conta do que havia feito quando se afastou e viu a figura de Yunho paralisar à sua frente com as bochechas completamente coradas. — Caramba, me desculpe! Eu não tinha a intenção de...

— Mingi, pare! — Yunho rapidamente cortou suas palavras e imediatamente se calou, encarando agora a expressão suave e ainda corada do mais novo. — Você sabe que não precisa pedir desculpas por isso, não é como se já não tivéssemos feito isso antes. — o outro deu de ombros e Mingi soltou o ár do pulmão ao se dar conta de que o outro não havia ficado ofendido.

— Eu sei, Yun. Eu só não queria estar invadindo seu espaço, mas acabei indo em automático. — rapidamente se explicou, vendo Yunho terminar de secar a louça e logo se aproximou, passando os pratos para o rapaz para que ele os guardasse.

Mingi estava mesmo preocupado com a reação do outro, já que sua intenção não era de forma alguma pressioná-lo ou coagí-lo a voltar a gostar de si. Desde o início suas intenções sempre foram a das melhores e mais puras quando se tratava do fato de voltar a reconstruir algo com Yunho. Havia selado sua palavra com ele quando estavam no casarão, e queria continuar cumprindo a promessa e as palavras que havia dito à ele antes do jantar. Não queria ser rápido, só queria poder voltar a desfrutar de um amor tranquilo sem pressa ou preocupação alguma. Com a terapia aprendeu que não precisava ter tanta urgência no amor, pelo menos foi uma forma de segurar o freio até que percebesse Yunho confortável e seguro o suficiente para poder recebê-lo de volta, mas estava com tanto medo de magoá-lo novamente, que não tinha se dado conta que Yunho estava com as mesmas intenções que a sua.

— Mingi, eu abri a porta da minha casa pra você, que é um espaço onde eu não gosto nunca de ter visitas. Eu te fiz este jantar, cozinhei pra você, aceitei todos os seus convites pra irmos juntos a lugares diferentes. E eu havia falado pra você, eu só precisava de um tempo pra assimilar as coisas. — Yunho explicou, terminando de guardar a louça e Mingi o encarou, assentindo com a cabeça.

— Sim, eu compreendi. Justamente por você precisar desse tempo pra assimilar as coisas que eu não quis jogar mais uma responsabilidade nas suas costas, não quero que o fato de estar comigo seja um fardo ou uma forma de trazer aquelas angústias do passado à tona, justamente que a maior delas fui eu quem trouxe pra sua vida. — Mingi sentiu as palavras amargarem em sua boca, mas não poderia negar que havia sim contribuído para que a vida de Yunho se tornasse uma bagunça. O havia abandonado, assim como havia escancarado as portas de sua vida com Yunho para que Kim destruísse tudo. Naquele segundo, sentia tudo, menos como alguém digno de receber um amor tão puro quanto o de Yunho, enquanto o amor era algo que nunca durava ao seu redor.