PDV HARWIN STRONG E RHAENYRA TARGARYEN
ANO 121 D.C
Na manhã seguinte, o acampamento estava em um estado de alerta silencioso. A notícia sobre o comportamento de Aegon havia se espalhado rapidamente entre os presentes, e o ar estava carregado de tensão. Harwin, como sempre, assumiu a responsabilidade de lidar com a situação, enquanto Rhaenyra cuidava de Elinda, garantindo que a jovem dama se sentisse segura e apoiada.
Harwin chamou Aegon para uma conversa séria, longe dos olhares curiosos do acampamento. Eles se encontraram em uma clareira próxima, onde a luz do sol mal filtrava pelas copas das árvores.
-Aegon, você precisa entender a gravidade do que fez. - Harwin começou, sua voz baixa, mas firme. - Suas ações não afetam apenas você. Elas mancham o nome de sua família e colocam em risco todas as alianças que estamos tentando formar.
Aegon, ainda abatido pelos eventos da noite anterior, manteve a cabeça baixa, evitando o olhar de Harwin.
-Eu sei. - ele murmurou. - Eu sinto muito.
-Sentir muito não é suficiente. - Harwin respondeu. - Você precisa mostrar com ações que está disposto a mudar. E isso começa hoje, com a patrulha.
Harwin levou Aegon de volta ao acampamento, onde todos já estavam prontos para partir. Ele anunciou que Aegon se juntaria à patrulha, e embora houvesse murmúrios de surpresa, ninguém ousou contestar.
Enquanto isso, Rhaenyra e Lady Elenda Baratheon tiveram uma conversa privada. Lady Elenda estava compreensivelmente preocupada com o incidente, mas Rhaenyra conseguiu acalmá-la.
-Minha senhora, peço desculpas pelo comportamento de meu irmão. - Rhaenyra disse, sua voz carregada de sinceridade. - Ele será disciplinado, e eu pessoalmente garantirei que Lady Elinda receba todo o apoio que precisar.
Lady Elenda assentiu, embora ainda houvesse uma sombra de preocupação em seus olhos.
-Agradeço sua compreensão, Princesa Rhaenyra. Espero que possamos continuar nossas conversas sobre alianças. - ela respondeu.
Rhaenyra sorriu levemente.
- Claro. Vamos garantir que este incidente não atrapalhe nossos planos.
Com isso, o grupo se preparou para deixar a floresta de Kinswood.A atmosfera era visivelmente mais tensa, mas havia um entendimento tácito de que os laços que estavam tentando formar ainda eram possíveis, apesar do contratempo.
Enquanto montavam seus cavalos, Harwin observou Aegon, que estava visivelmente desconfortável. Ele sabia que o caminho para a redenção seria longo e difícil, mas estava determinado a guiar o jovem príncipe.
-Vamos, Aegon. - Harwin disse, colocando uma mão firme no ombro do rapaz. - Hoje é o primeiro dia do resto de sua vida. Faça com que ele valha a pena. - Aegon assentiu, ainda atordoado pelo soco e pela severidade da situação, ciente de que suas ações tinham finalmente consequências sérias.
[...]
De volta a Porto Real, a chegada do grupo foi recebida com grande alvoroço.
Rhaenyra e Harwin tiveram uma conversa urgente com o Rei Viserys. Eles explicaram os eventos na Floresta de Kinswood e as medidas que Harwin havia tomado para disciplinar Aegon.
- Eu não tolerarei mais esse comportamento, meu Rei. Preciso de um novo escudeiro, e acredito que o Príncipe Aegon possa ser o meu. - Harwin afirmou com firmeza. - Aegon precisa aprender a responsabilidade que vem com seu título.
O antigo escudeiro de Sor Harwin, Torrhen Manderly, havia se casado e solicitou sua saída da Patrulha. Então Harwin apenas uniu o útil ao agradável.
Viserys, visivelmente abatido pela notícia, assentiu lentamente.
- Confio em seu julgamento, Harwin. Espero que isso seja um ponto de virada para Aegon.
Com o apoio do rei, Harwin iniciou o treinamento de Aegon na Patrulha da Cidade. O jovem príncipe, embora relutante no início, começou a mostrar sinais de mudança. Os treinos eram intensos, e a disciplina imposta por Harwin começou a moldar Aegon, ensinando-lhe não apenas a habilidade com a espada, mas também a importância do respeito e da responsabilidade.
Enquanto isso, Rhaenyra se dedicava a fortalecer a aliança com os Baratheon. Ela continuou a se corresponder com Lady Elenda, garantindo que os laços entre as casas permanecessem firmes. Lady Elinda Massey, que havia sido vítima do comportamento de Aegon, também recebeu o apoio de Rhaenyra, sua segurança e bem-estar sendo uma prioridade para a herdeira de Pedra do Dragão.
[...]
Os primeiros dias de patrulha foram marcados por um intenso aprendizado para Aegon. Harwin, sempre meticuloso em seu trabalho, aproveitou cada oportunidade para ensinar o jovem príncipe sobre a importância de proteger a cidade e seus cidadãos. A patrulha diária começava cedo, antes do sol nascer, e os dois saíam do Red Keep em seus cavalos, guiando-se pelas ruas de Porto Real.
A cidade, com sua mistura vibrante de pessoas e atividades, era um mundo diferente do que Aegon conhecia. As ruas eram movimentadas, com mercadores gritando suas ofertas, crianças brincando, e os ricos e pobres misturados em uma cacofonia de filhos e núcleos. Harwin ensinou Aegon a observar os detalhes: as expressões faciais dos cidadãos, os sinais de tensão ou perigo, e a importância de manter uma postura de autoridade e respeito.
No início, Aegon decidiu se adaptar. Ele ainda carregava o peso de sua antiga postura, muitas vezes demonstrando impaciência e frustração. No entanto, Harwin era paciente e firme, ajustando seu método de treinamento às necessidades e fraquezas do jovem príncipe.
Nos primeiros dias, Aegon tinha dificuldade em lidar com a realidade da patrulha. Ele percebeu que o trabalho era maçante e que as tarefas eram simples demais para alguém de sua posição. Harwin o forçou a se envolver na resolução de problemas cotidianos, desde impedir pequenos furtos no mercado até mediar conflitos entre comerciantes e clientes.
-Olhe para aqueles dois. - Harwin apontou para uma briga em um mercado. - O que você faria para resolver essa situação?
Aegon, com um olhar desinteressado, respondeu: -Separe os dois e mande-os para suas casas. Harwin, não satisfeito com a resposta, continue a orientar.
- Não é apenas sobre a solução imediata. É sobre entender o que causou o problema e garantir que não se repita. Vamos lá, faça a abordagem.
Aegon, solicitado a aplicar suas instruções, aprendeu lentamente a importância da empatia e da justiça. Aos poucos, ele começou a entender que sua posição não era apenas um título, mas uma responsabilidade de proteger e servir.
À medida que os dias passavam, Aegon começou a mostrar sinais de crescimento. Ele se tornou mais atento aos detalhes e mais envolvido nas atividades da patrulha. Harwin ainda o desafiava, expondo-o a situações complexas e exigindo que tomasse decisões rápidas e justas.
Um incidente particularmente ocorreu quando uma disputa entre dois grupos de trabalhadores da construção civil se transformou em uma briga generalizada. Harwin e Aegon chegaram a um tempo de entrevista, e Harwin fez Aegon assumir a liderança na mediação.
- Eles serão determinados em você. - Harwin incentivou. - Use isso a seu favor.
Aegon, apesar de seu nervosismo, conseguiu entusiasmar os ânimos e resolver a situação de forma satisfatória. Foi um momento de realização para ele, pois começou a perceber o impacto positivo que poderia ter como patrulheiro.
Com o passar das semanas, a dinâmica entre Aegon e Harwin tornou-se mais fluida. Aegon foi mais integrado às rotinas da patrulha, e seu comportamento começou a refletir um maior comprometimento com a causa. Ele desenvolveu um sentimento de orgulho e responsabilidade pelo seu trabalho, e o respeito pelos cidadãos e pelos colegas patrulheiros tornou-se evidente.
Uma tarde, enquanto patrulhavam o cais, foram envolvidos por um grupo de marinheiros que discutiam acaloradamente. Aegon, agora mais experiente, foi capaz de intervir e mediar a situação com eficácia, ajudando a resolver o desentendimento antes que se transformasse em uma briga.
- Veja como você fez hoje, Aegon. - Harwin comentou enquanto observavam o sol se pôr sobre o horizonte. - Você está começando a ganhar respeito das pessoas e a entender a responsabilidade que vem com seu título.
A patrulha de Aegon e Harwin não apenas ensinou ao jovem príncipe sobre a importância do dever e da justiça, mas também criou uma nova perspectiva sobre o mundo fora dos muros do Red Keep.
As ruas de Porto Real, com suas complexidades e desafios, tornaram-se um campo de aprendizado para Aegon, moldando-o em um líder mais consciente e responsável. Harwin, com paciência e firmeza, ajudou a guiá-lo por esse caminho, e aos poucos, Aegon começou a se transformar no príncipe que sua família esperava que ele fosse.
De volta ao Red Keep, Rhaenyra observou o retorno de Harwin e Aegon com um sorriso. Ela sabia que o caminho para a redenção ainda era longo, mas naquele momento, havia esperança. Com as alianças fortalecidas e Aegon finalmente começando a mostrar seu verdadeiro potencial, ela sentia que o futuro de sua família estava um pouco mais seguro.
