O cheiro de bolo de laranja e o burburinho animado me receberam na porta da casa de Bruno. Era o dia do jantar com a família, a prova de fogo que eu tanto temia.
Théo, com um sorriso nervoso, apertou minha mão. "Relaxa, Bruno. Eles vão te amar."
Mas a minha ansiedade era maior que a confiança. Afinal, eu não conhecia a família dele, e a pressão de causar uma boa impressão era imensa.
A sala estava cheia de pessoas: a mãe de Théo, Dona Helena, uma mulher de sorriso acolhedor e cabelos grisalhos, o pai, Sr. Carlos, um homem imponente de olhar penetrante, e duas irmãs, Gabriela e Sofia, que me observavam com curiosidade.
"Bruno, que bom te conhecer!", Dona Helena disse, me abraçando com carinho. "Théo não para de falar de você."
"É verdade, mãe?", Théo brincou, corando levemente.
O jantar foi uma mistura de risos, histórias e perguntas. Dona Helena me fez sentir em casa, me contando sobre a vida de Théo desde a infância, enquanto o Sr. Carlos, com um olhar atento, me questionava sobre meus planos para o futuro.
Gabriela, a irmã mais velha, era uma mulher de personalidade forte e sorriso fácil, que me fez sentir à vontade com suas perguntas sobre minha carreira e meus hobbies. Sofia, a caçula, era uma menina doce e curiosa, que me bombardeou com perguntas sobre meus livros favoritos e meus sonhos.
No entanto, a atmosfera mudou quando o assunto virou o meu passado.
"Bruno, Théo me contou sobre o seu relacionamento anterior", o Sr. Carlos disse, com um tom sério. "Ele me disse que você foi muito feliz com Gabriel."
Meu corpo se tensionou. Eu sabia que esse momento chegaria, a hora de explicar o meu passado.
"Sim, senhor Carlos", respondi, com a voz firme. "Eu e Gabriel tivemos um relacionamento importante, mas ele acabou. Hoje, eu estou feliz com o Théo."
"E você tem certeza disso?", ele perguntou, com o olhar fixo em mim. "O Théo é um bom rapaz, mas ele é muito jovem. Você não está se precipitando?"
A pergunta me pegou de surpresa. Eu não esperava que ele fosse tão crítico, tão desconfiado.
"Eu sei que o Théo é jovem", respondi, com a voz firme. "Mas ele é o homem da minha vida. Eu estou apaixonado por ele, e tenho certeza que nosso amor é verdadeiro."
"Espero que você esteja certo", ele disse, com um suspiro. "Mas o tempo dirá."
O resto do jantar seguiu em um clima tenso. Eu sentia o olhar do Sr. Carlos sobre mim, como se ele estivesse me analisando, me julgando.
No final da noite, quando me despedi, Dona Helena me abraçou com carinho.
"Bruno, você é um menino adorável", ela disse, com um sorriso gentil. "Eu sei que Théo está muito feliz com você."
"Obrigado, Dona Helena", respondi, com a voz trêmula. "Eu também estou muito feliz com ele."
Ao sair da casa, eu me sentia exausta, mas também aliviada. A prova de fogo havia passado, mas a batalha ainda não estava ganha. Eu sabia que o Sr. Carlos não estava convencido, e que eu teria que provar a ele que o meu amor por Théo era verdadeiro e duradouro.
A noite com a família de Théo havia sido um teste, um desafio que eu havia superado, mas também um lembrete de que o caminho para a felicidade é longo e cheio de obstáculos.
Eu estava disposto a lutar por meu amor, por meu futuro com Théo, mesmo que isso significasse enfrentar a desconfiança da família dele. Afinal, o amor verdadeiro é capaz de superar qualquer obstáculo.Continua .....