dois | preocupado.

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Joaquim Piquerez.

Coloco no gps o endereço do local e sigo o caminho que ele me mostra

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Coloco no gps o endereço do local e sigo o caminho que ele me mostra. Tento ligar para Júlia, mas ela não atendia.

Eu não deveria ter escondido dela que havia voltado com Luísa, pelo menos, acho que evitaria que ela estivesse tomando todas agora.

Não consigo parar de pensar no fato de que, ela acabou de dizer que está apaixonada por mim. Outro fato que não sai da minha mente, é se isso foi apenas uma alucinação causada pela bebida ou se realmente ela se sente assim com relação a mim. Me pegou totalmente, e como pegou.

Quando estaciono no lugar, me deparo com uma aglomeração de pessoas. Me parece estar acontecendo um show ao vivo. Começo a procurar pela minha melhor amiga, e foi impossível não encontrá-la. Logo avistei a garota baixinha, com a cabeça sobre o balcão do bar e um homem, provavelmente enchendo o seu saco.

Me aproximei rapidamente e o seu olhar brilha quando me vê, isso me fez sorrir.

¿Este tipo te está molestando? — questionei a Júlia, que mal podia se colocar de pé. Ela tenta balbuciar algo, mas não compreendo. Me achego para perto da minha amiga.

— Não, não. Só estávamos conversando, eu juro. — o homem se apressa em explicar. Logo noto que estava vestido com a camisa do palmeiras, com meu número e nome atrás. — Posso tirar uma foto com você? Sou seu fã. Desculpe, não estava incomodando sua namorada, eu só a vi ai caída e pensei em tentar ajudar.

Ele me pareceu sincero, então eu topei tirar a foto.

Sí podemos, gracias por vuestro cariño hacia mí y también por intentar ayudarla. — [ podemos sim, obrigado pelo carinho que tem por mim e tambem por tentar ajudá-la.]

— Obrigado! Meu filho nem vai acreditar que te encontrei. — ele diz por fim, saindo pouco exasperado.

Volto minha atenção para Júlia, que já tinha uma das mãos voltadas para a garrafa de vodca ao seu lado.

Ya basta Julia, deja de beber un poco. Ya he bebido suficiente! — digo, tomando a garrafa de sua mão.

— O que você.. tá fazendo aqui em? — ela diz, aparentemente zangada, magoada.

— Vine a recogerte, vamos, te dejo en casa.

— Você.. não tinha o direito. — junto as sobrancelhas, atento ao que ela estava dizendo. O tom de voz grogue até seria engraçado em outra ocasião.

¿Derecho a qué? que te fiz? — questiono.

— Não tinha o direito de... fazer isso comigo.. e fazer com que eu te ame desse jeito.. você é um filho da puta... porra.. eu não sei que caralho ta acontecendo.. nem o que tô falando.. eu preciso que você suma.. preciso te tirar da minha.. cabeça. — meu coração acelera tanto que não sei o que fazer para controlá-lo.

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Ven aquí, abrázame un poquito. — foi só o que pensei em dizer no momento. Isso foi muito idiota.

— O que tem de errado comigo? — ela pergunta, quando cambaleia até mim. Seu corpo cai sobre o meu, a seguro pela cintura e em seguida envolvo meus braços no seu pescoço.

No hay nada malo contigo. — acaricio seus cabelos cheirosos. [não tem nada de errado com você]

— Eu não sou bonita como ela.. eu sei.. mas.. — ela não termina de falar, e começa a chorar.

Porra, o que eu faço?

Eres muy hermosa, cualquier hombre se enamoraría de ti fácilmente. — beijo seus cabelos. [ és muito linda, qualquer homem se apaixonaria por você facilmete.]

— Mentiroso. — ela me empurra, mesmo que esteja sem forças. Eu a solto, mas ela sai andando, mesmo que mal esteja se segurando em pé.

Espérame, no estás bien. Te llevaré a casa y tienes prohibido decirme que no. — seguro a mão dela, ignorando todos os seus murmúrios e a levando até o meu carro. [ Me espera, você não está bem. Vou te levar pra casa e você está proibida de dizer não pra mim. ]

Me deixa.. por favor, você já me magoou o suficiente.

Cada palavra que saia da sua boca, era como um soco no meu estômago.

— No puedo dejarte y no quiero. — puxei-a com cuidado para perto de mim. Segurei o seu rosto e fiz com que ela olhasse pra mim um segundo. — Por favor no vuelvas a repetir esas palabras, no soportaría perderte, no puedo perder tu amistad, Julia.

Os olhos dela lacrimejam, seus dedos delicados tocam o meu rosto, ela me analisa por longos minutos. Observo seu rosto bonito, a maquiagem borrada, os lábios rosados entreabertos e seus olhos fixos na minha boca.

Um suspiro pesado vem do fundo da minha garganta, quando sinto que ela está se aproximando demais.

— Júlia.. — pronuncio, fechando os olhos e engolindo o seco.

— Joaquin.. por favor.. eu preciso..

— Não podemos hacer eso. — digo, segurando seus braços com delicadeza.

Seus olhos recaem decepcionados. Não sei o que acabou de acontecer agora.

Ela balbucia algo incompreensível para mim, a levo em direção ao meu carro, sinto sua respiração em meu pescoço quando me inclino e me certifico de que o cinto estava bem preso.

— Você tá cheiroso. — ela diz aleatoriamente, e não seguro o riso. O humor dela oscilando.

Y tu no estás dizendo nada con nada, gatita.

Assim que adentro, percebo que ela já havia caído no sono. Minha cabeça despenca até o volante e me pego pensando no que havia acabado de acontecer. Meu coração ainda estava acelerado pra porra, isso não deve ser normal.

Dou partida até a casa de Júlia, ela mora sozinha em um loft que mal cabe ela mesma dentro. É apegada ao lugar, trás lembranças da sua mãe.

Assim que chegamos, não quis acorda-lá, então apenas decidi carregá-la. Peguei as cópias de suas chaves que estavam no meu bolso e assim que passamos pelo porteiro, abri a porta da casa que eu já estava acostumado a frequentar.

Deito-a sobre a cama, tirei os seus sapatos apertados, que deixaram marcas em seus pés. Cubro o seu corpo até a cintura e busco algo para tirar a sua maquiagem, encontrei um lenço e removi tudo com cuidado para não acordá-la, sei o quanto ela detesta dormir de maquiagem.

Quando penso em levantar e ir pra casa, sinto sua mão me segurar.

— Fica comigo, por favor.

Ao mesmo tempo em que pensei na minha namorada, que estava na minha casa sozinha e esperando para sairmos, também pensava na minha amiga que estava bêbada e também sozinha. Meu coração estava dividido.

— Só um poquito, ok? — ela acente e me puxa para deitar ao seu lado.

Tiro o celular do bolso e me deparo com exatas 16 chamadas perdidas de Luísa. Decido enviar uma mensagem, para talvez quem sabe, explicar que eu não podia voltar pra casa agora.

"oi mi vida, lo siento. Houve un problema, no puedo regresar ahora. Pero si ainda quieres, podemos sair mañana.."

Envio a mensagem e suspiro fundo, me perguntando se isso era mesmo o que eu devia fazer. Acabamos de reatar e eu não queria estragar isso, mas e Julia? Não posso deixá-la nesse estado, por mais que esteja dormindo.

Fico a observando dormir por um bom tempo, até que o que eu mais temia que acontecesse, aconteceu.

Eu dormi.

Eu dormi

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01. atualização postada. O que vocês estão achando? Comentem aqui!

02. Não esqueçam de deixar a estrelinha💕

gatita | joaquin piquerez Where stories live. Discover now