CAPÍTULO 6

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- Querida, tenho que sair. — diz me beijando.

- Mas agora?

- Sinto muito, assuntos da empresa.

Diz me dando outro beijo e pegandonas chaves do carro. São exatamente 21:23 da noite, será que é algo tão urgente assim?

- Tome cuidado. — Digo e o mesmo sorri antes de fechar a porta.

As crianças estão dormindo e eu estou com desejo de comer melancia com manteiga de amendoim. Então levanto do sofá e me direciono a cozinha.

Pego as fatias de melancia e o pote de manteiga de amendoim. E me delicio com o sabor.

- Você está fazendo a mamãe comer coisas tão estranhas. — Digo passando a mãos pela barriga.

Escuto a porta principal abrir e passos largos e pesados.

- Esqueceu alguma coisa, amor? — Digo passando manteiga de amendoim na melancia.

Seus passos ficam mais próximos.

- Esqueceu algum documento?

Novamente não obtenho resposta.

- Lionel, eu estou falando com vo-

A faça automaticamente cai da minha mão. Eu congelo, fico totalmente paralisada e o medo me consome.

- Olá, meu amor.

- Como entrou aqui?

- Bem, os serviços de segurança daqui não são lá essas coisas. — Nicollo sorri para mim.

Seu sorriso se encerra ao descer seus olhos para minha barriga.

- Dormiu com aquele desgraçado? — diz olhando no fundo dos meus olhos.

- Ele é meu marido, tenha respeito. — tento parecer firme.

- Não Louise, eu sou o seu marido.

- Você não passa de um louco! — Digo alto. — Saia da minha casa.

- Eu sou louco por você.  — diz se aproximando.

- Não se aproxime de mim.

Ele me encara por longos minutos, ele me olhava com um olhar morta, enquanto eu torcia para Lionel chegasse. Até que seu olhar assassino e interrompido.

- Mamãe, estou com medo de dormir sozinha, pode deitar comigo? — Giovanna aparece passando as mãos nos olhinhos junto ao seu ursinho.

- Meu amor suba, a mamãe já vai. — peço, tomada pelo medo.

- Posso deitar no lugar do papai?

- Pode meu amor, agora suba.

Ela então volta para a sala e sobe as escadas. Nicollo a encarava diferente, como se tivesse visto algo escândaloso.

- Por favor, me deixe em paz. — Digo com lágrimas nos olhos. — Eu conseguir superar tudo, então deixe a mim e a minha família em paz.

Ele agora olha para a minha barriga.

- Você transou com ele, e teve filhos. — diz em um tom de deboche. — Acontece, que eu não consigo viver sem você.  — diz me pegando pelo pulso e me arrastando até a porta principal.

- ME SOLTE! — Digo desesperada. — SOCORRO! — Lágrimas caem desesperadamente. — Por favor! Alguém me ajude!

Luto para conseguir me soltar, até que finalmente consigo, corro até a porta principal e ativo sistema de segurança, as portas são trancadas automaticamente e o alarme começa a tocar.

É quase inevitável tentar não acordar as crianças, eles descem assustadas pelas escadas com olhos cheios de água, Sirrus desce junto a elas, o cachorro está em alerta e nervoso.

- Mamãe, o que tá acontecendo? — Liz diz assustadas

- Mamãe explica depois meu amor. — segura as mãos das duas e vou para garagem subterrânea da Mansão.

Pagos a chave de um dos carros e voloco as crianças dentro, aperto os cintos de ambas e coloco sirrus junto a elas. Então, entro no banco do motorista e dou partida no carro.

A garagem subterrânea da Mansão corta caminho para a segunda estrada. Eu dirijo rápido, tenho dele nos seguir, então tenho que chegar na empresa logo. Enquanto dirigia senti uma pontada forte.

Calma meu amor, eu sei que está assustado, suas irmãs também estão. Mas vai ficar tudo bem, a mamãe promete.

As dores começaram a ficar um pouco mais agudas.

- Ah meu Deus. — Digo entrando para o acostamento da estrada.

As meninas estavam dormindo, quem permanecia acordados era  sirrus e eu.

- Ok filho, vamos nos acalmar agora. — digo colocando a mão na minha barriga e me encostando no banco.

Aperto no painel do carro, ligando para Lionel. Devido a a estarmos no meio da estrada o sinal não é bom.

Enquanto a ligação chama a senti algo escorrendo entre minhas pernas.

Eu estava sangrando.

Eu...estava perdendo meu filho.

- Atende Lionel, atende! — começo a chorar desesperada e ligo o carro novamente, voltando para estrada.

- LOUISE! O QUE ACONTECEU? ONDE VOCE ESTÁ?

- Argh, estou indo para o hospital. — Digo com a voz embargada e com uma dor muito intensa. — Ele estava na nossa casa Lionel, ele tentou me levar. — Digo chorando.

- Ele te feriu? Por isso está indo para hospital? — pergunta rápido. — Qual hospital está indo?

- Para o hospital XXXX. — Digo agora chorando. — Me desculpe, meu amor.

- Nada disso é culpa, anjo.

- Eu acho que estou perdendo ele. — estou perdendo nosso filho.

Minha voz sai amargurada e eu me debulho em lágrimas.

- Vai ficar tudo bem meu amor, não vamos perder nosso bebê, apenas respire fundo e dirija para o hospital .

- Eu estou com medo. — Digo.

- Eu sei, eu também estou.

- Pode ficar na ligação comigo?

- Claro meu anjo. — ele diz.

Eu começo a me desesperar quando começa a sair mais sangue e ador ficar mais forte.

- Lionel, está doendo muito, não para de sair sangue! — Digo desesperada.

- Estou acompanhando o carro meu amor, você já está próxima do hospital, aguente um pouco mais.

- Não vamos perdê-lo, não vamos perder nosso Vicenzo.

- Não meu amor, não vamos. Porque você é forte. — ele diz em um tom calmo.

Eu sabia que Lionel estava tão desesperado quanto eu, mas ele estava tentando se matar calmo para me ajudar, para me acalmar.

A OBSESSÃO DE NICOLLO DE LUCAOnde histórias criam vida. Descubra agora