Pelo canto do olho Kayler nota vários guardas se aproximando dela e de Clarke, então ela rapidamente puxou a loira para trás e se colocou na frente dela para tentar proteger a garota. Os guardas as cercaram apontando suas armas para elas.
-Largue o vidro - um deles gritou para Clarke que estava sendo protegida por Kayler.
-Clarke faz o que ele disse - ela falou para a loira sem tirar os olhos dos guardas, Clarke imediatamente largou o pedaço de vidro, Kayler então levantou as mãos se rendendo sendo imitada por Clarke.
-Andem - o guarda sinalizou para elas seguirem pelo corredor de onde eles vieram, elas andaram na direção que falaram e passaram por eles, os guardas seguiram elas de perto ainda com as armas levantadas caso elas tentassem alguma coisa.
As meninas caminharam por alguns minutos, sendo seguidas pelos guardas até chegarem a uma sala que claramente era a ala médica, eles fizeram Clarke sentar em uma das camas e falaram para Kayler sentar na próxima. Um dos guardas pegou as mãos de Clarke e prendeu elas na cama.
-Ei, o que você está fazendo? Me solta - Clarke gritou com o guarda lutando contra as algemas.
-Clarke fica calma - Kayler disse firme para a loira que olhou para ela antes de parar de lutar e apenas ficar sentada.
Um médico apareceu com um traje de proteção e verificou o braço de Kayler, então limpou o sangue, costurou a ferida e fez um curativo. Clarke olhou o ferimento agora costurado confusa sobre o porquê da ferida não ter fechado ainda, ela olhou para Kayler que discretamente balançou a cabeça para sinalizar a ela para não falar nada sobre isso por enquanto, Clarke seguiu a ordem dela, desviou o olhar e ficou olhando ao redor.
Com tudo feito o médico começou a recolher as coisas que tinha usado, Kayler estava apreensiva já que o médico iria levar as gazes que tinha limpado o sangue dela e sabia que eles iriam analisar, ela tinha que sair dali o mais rápido possível, outro guarda então deu um passo à frente e também prendeu a ruiva na cama e todos saíram da sala deixando as meninas sozinhas.
-Γιατί η πληγή δεν είχε κλείσει ακόμα (Por que a ferida não tinha fechado ainda?) - Clarke sussurrou o mais baixo possível no idioma que tinham "criado" para Kayler confusa com a situação.
-Γιατί σταμάτησα τη διαδικασία επούλωσης προς το παρόν (Porque eu parei o processo de cura por enquanto) - Kayler sussurrou de volta, revelando a verdade para a loira que ficou espantada - Έμαθα να το ελέγχω αυτό, δεν ξέρουμε ποιοι είναι αυτοί οι άνθρωποι Clarke, αλλά κάτι μέσα μου ουρλιάζει ότι δεν πρέπει να τους εμπιστευόμαστε ή οτιδήποτε μας λένε, φανταστείτε αν ανακάλυπταν ότι μπορώ να επουλώσω πληγές σχεδόν αμέσως; Θα γινόμουν εργαστηριακός αρουραίος για αυτούς (eu aprendi a controlar isso, não sabemos quem são essas pessoas Clarke, mas algo dentro de mim está gritando que não devemos confiar neles e nem em nada do que eles falarem, imagina se eles descobrirem que eu posso curar feridas quase instantaneamente? Eu iria virar um rato de laboratório para eles.)
Clarke ficou pensando tanto sobre a revelação de Kayler quanto sobre o que ela disse só de essas pessoas e viu que ela estava certa, se essas pessoas descobrirem que a garota pode fazer isso, quem sabe o que eles podem fazer com ela, podem acabar até matando ela. As meninas então ficaram em silêncio esperando alguém vir buscar elas.
De repente a porta da ala médica abriu novamente e dois guardas, a Dra.Tsing, Maya e o presidente Dante Wallace entraram na sala.
-Oi Kayler, Clarke - a Dra. Tsing disse olhando para as meninas com um sorriso e depois olhou para Kayler - e o braço?
Nenhuma das meninas responderam nada e apenas olharam para as pessoas que estavam na frente delas, Kayler por dentro estava fervendo de raiva, já que sabia do que a médica e o presidente eram capazes de fazer, mas ela se controlava para não piorar as coisas.
-Elas não são de falar muito, não é mesmo? - a Dra. Tsing comentou com um sorriso quando eles se aproximaram das meninas e pararam no espaço que separava as duas camas.
-Habilidade vinda dos selvagens sem dúvida - o presidente Wallace falou olhando para elas - tudo bem, enfim, Maya tem algo a dizer a você antes Clarke - ele disse fazendo as duas olharem para a garota que estava usando uma bata médica e tinha um curativo no pescoço onde provavelmente o pedaço de vidro arranhou.
-Você era a próxima a sair da quarentena - Maya começou a falar um pouco frustrada - mas dez minutos e você...
-Maya - o presidente Wallace interrompeu firmemente, Kayler e Clarke olharam entre os dois.
-Não vou prestar queixas - Maya falou por fim.
-Obrigado Maya, você vai ter seu tratamento agora - o presidente falou em forma de dispensar a garota, que olhou para as meninas uma última vez antes de acompanhar a Dra. Tsing
-Tudo bem pode ir, cama três - a Dra. Tsing falou para Maya colocando uma mão nas costas dela a guiando até a referida cama.
-Restrições são dispensáveis - o presidente Wallace falou para os guardas.
-Sim senhor presidente - o guarda disse e deu um passo a frente para abrir as algemas das garotas, uma vez libertada Kayler se aproximou da cama onde Clarke estava, ficando ao lado dela ligeiramente na frente olhando fixamente para o homem diante delas, que as encarava com interesse.
Clarke se aproximou mais de Kayler e olhou para a cama onde Maya estava deitada, observando a médica conectar uma espécie de tudo em seu peito.
-Dante Wallace - o homem se apresentou estendendo a mão para Kayler que estava na frente, mais a garota não deu sinal de que iria retribuir o gesto e apenas olhou para ele, Clarke que tinha voltado a atenção para o homem quando ele falou, olhou suas mãos e viu manchas nela, então a segurou para olhar melhor, chamando a atenção do homem para o ato da garota.
-É tinta a óleo - ele respondeu sua pergunta silenciosa com um leve sorriso - com certeza você também é pintora - Clarke ouvindo isso ficou mais cautelosa.
-E quem te contou isso? - Kayler perguntou com atitude ficando mais perto da loira e atraindo a atenção do presidente novamente para si.
-O seu pessoal e disseram que você era a líder deles - ele respondeu olhando nos olhos dela - parece que nós temos algo em comum menina.
Kayler semicerrou levemente os olhos para ele após essa resposta e fechou os punhos com raiva. Eles se encararam por um tempo até que Clarke interrompeu.
-Cadê meu relógio? - Clarke perguntou.
-Lamento, mas não deixamos itens contaminados entrarem em Mount Weather, seria um risco - o presidente respondeu para ela - Nosso protocolo é muito sério Clarke priorizamos a segurança ao sentimentalismo.
-Vocês não deixariam entrar mesmo se quisessem, já que eu vi quando o relógio dela caiu no acampamento quando vocês nos levaram desacordados - Kayler falou em um tom seco