Capítulo 9

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Emma

Minhas palavras surpreendem a mulher também. Tenho que admitir que gosto disso, de ver como seu rosto vai de descaso óbvio ao ódio em segundos. Se afasta um pouco, me medindo dos pés á cabeça. Sei como pareço perto dele, pequena e insignificante. Ela é alto, muito bonita, elegantíssima. Pelo menos no exterior, adiciono sarcasticamente. Seu corpo é maduro, de mulher, envolto em um vestido vermelho em com abertura frontal, deixando boa parte das coxas á amostra. Devolvo sua análise minuciosa. Deve estar na casa dos trinta, eu acho.

- Ora, ora, o casamento deve estar subindo á cabeça. - ela zomba e se vira, indo até sua bolsa sobre uma das poltronas. Volta para mim segurando um tlabet. - Não se iluda achando que pode agradar... - bufa, rindo com claro deboche. -Segurar uma mulher como Jenna Ortega ,querida. - meu sangue ferve. Que mulher mais horrorosa, sem educação. Se Jenna a enviou, deveria estar me tratando com o mínimo de profissionalismo. Eu rolo os olhos ao pensar nisso. Em primeiro lugar, a cretina não devia ter me enviado uma mulher que já esteve em sua cama. Parte da minha raiva vai para ela também. Ela suspira dramaticamente. — Enfim, deixe-me trabalhar. Já abasteci seus armários com artigos mais genéricos como roupões e roupas de dormir. Porém, vou precisar das suas medidas exatas para providenciar o restante do guarda-roupas digno da senhora Ortega.

Tenho vontade de rir pela forma desgostosa que pronuncia isso. Coitada. Deve ser humilhante ter que vestir alguém que considera uma rival.

— Vamos encerrar aqui, Cibele. – digo, passando por ela em direção ao closet, que mais parece outro quarto. — Poupe-me de ter que aguentar o mau humor de uma mulher recalcada, em troca, será poupada de passar pela humilhação de vestir a futura esposa de sua amante. Todo mundo sai ganhando. – digo, abrindo as portas do armário e fico feliz em ver minhas roupas antigas. Visto um jeans velho, camiseta baby look verde, calço um tênis confortável e volto. A mulher ainda está lá, parada, uma carranca profunda no rosto. Bufa com reprovação para meu traje.

— Pouco me importa sua opinião, princesa. – zomba, voltando sua atenção para o tablet. — Jenna está contando comigo para esse trabalho e eu gosto de mantê-la sempre muito... – seu olhar sobe para o meu, com desafio e completa: — Satisfeita...

Que puta! Esqueço toda essa coisa de não usar palavrões. Parece que isso vai ser impossível em minha nova vida. Estou me preparando para lhe dar outra resposta á altura quando me sobressalto com a voz profunda e fria, bem familiar, vindo da porta:

— O que acha que está fazendo, Cibele? – Jenna pergunta em tom baixo. Jesus Maria José! Como entrou tão sorrateiramente?

Eu nunca vi uma pessoa virar a cabeça tão rápido quanto Cibele. Ela encara Jenna, que avançando devagar pelo quarto, uma expressão nada satisfeita. — Sem trocadilhos — Em seu rosto. Porque sou uma garota muito tola, me pego admirando sua figura alta e intimidande. Está usando um terno de três peças, que em outros tempos acharia antiquado, só que agora, Deus... Agora é simplesmente a perfeição. É oficial: estou doente da cabeça.

— E-eu estou fazendo o trabalho que me incumbiu, Jenna. – Cibele gagueja, então, recupera a confiança, abrindo um sorriso sensual. — Ela é uma menina linda! Estamos nos dando tão bem, minha querida.

Novamente, que vaca! Eu gemo, desistindo de contar meus palavrões. Os olhos de Jenna se mantém sobre a mulher daquela forma fria e assustadora que já me é bem familiar, infelizmente.

— Eu ouvi tudo o que disse para Emma. – continua no tom calmo e baixo meus olhos continuam sobre ela, como ridiculamente hipnotizada. Um arfar alto me faz desviar o olhar para a mulher. Está pálida agora. Não posso evitar pensar: bem feito! — Não vou tolerar tamanho desrespeito com a minha mulher. Saia da minha casa, Cibele. – caramba! Eu abro a boca para lhe corrigir que ainda não sou sua mulher, mas nesse momento ela vira a cabeça, os olhos penetrantes colidindo diretamente nos meus e como sempre acontece, perco a fala.  Fico parecendo um peixinho dorado: abrindo e fechando a boca sem nenhum som. Meu Senhor... Aquele canto de boca cínico se levanta, olhos quase divertidos pela minha sempre ridícula ação a ela. Me dispensa em seguida, voltando a olhar a mulher antipática e eu Respiro aliviada.

— Não, por favor, Jenna, me dê mais uma chance. Minha loja está passando por graves problemas financeiros e vestir essa menina...

— Vestir a senhora Ortega. – ela a corrigi ainda no tom gelado.

Ela está tomando minhas dores? Estou muito confusa agora.

— Sim, vestir a senhora Ortega, seria uma honra para mim. – ela implora, toda a pose arrogante escorregando. Começo a me sentir um pouco mal, para ser sincera. Meu coração é de manteiga, admito. Não aprecio ver ninguém se humilhando. Ela mereceu, foi uma vaca total antes, mesmo assim, não aprecio. — Por favor, fui extremamente inadequada e deselegante. Queria me desculpar, Emma. – seu olhar procura o meu, aflito. Uh, o mundo dá voltas. E muito rápidas, nesse caso. — Podemos começar de novo, não é mesmo, querida?

Me olha com esperança e eu engulo em seco. Sinto os olhos de Jenna sobre mim e a olho, pedindo ajuda silenciosamente. O que eu faço? Não quero atrapalhar os negócios da mulher, mas, também não quero conviver com ela me tratando bem de forma forçada. Não há mais clima.

— Você arruinou suas chances quando agiu estúpidamente, Cibele. – Jenna torna a falar, seu tom inflexível que também conheço. Parece que estou bem versada em minha futura esposa, não é? Debocho. — Vou lhe pagar pelo que já fez, mas, quero que deixe a minha casa, imediatamente.

A mulher abaixa a cabeça e pega suas coisas, deixando o quarto sem mais reclamações. Devo conhecê-la bem o suficiente para saber que não há argumentos com a toda poderosa. Um silêncio inquietante cai sobre o recinto. Levanto meus olhos e já a encontro me olhando.

— Foi de muito mau gosto. Isso não se repetirá. – diz, sua voz um tanto rouca e os olhos baixando para meus seios. Meu rosto fica vermelho, sabendo que está vendo meus mamilos eriçados. Eles estão assim desde a sua entrada repentina.

— Sim, enviar sua amante para cuidar de sua futura esposa foi de péssimo gosto. – retruco, não me deixando amolecer pelo fato de Jenna Ortega estar me pedindo desculpas. Certo, não é aqueles pedido de desculpas, mas, vindo dela já é algo. — Mesmo que esse casamento não seja real, ele ainda será legal, não é?

— Sim. – seus olhos estreitam subindo para os meus. — Seremos esposa e mulher, legalmente. – aquele meio sorriso irônico torna a curvar sua boca.

— Então, faça o favor de manter suas amantes longe de mim. – cuspo. Estou muito irritada. E fico ainda mais porque não quero aceitar a razão para essa irritação toda. Ciúmes.


Autora:

Me desculpem pelos erros

Bjsss da autora 👋 👋

A dívida - jemma Onde histórias criam vida. Descubra agora