Deixei a pequena mochila preta ao lado da porta na sala de estudos da biblioteca. Apesar do barulho, os murmúrios eram silenciados no local. Eu possuía alguns momentos sozinha antes da minha amiga chegar.
Havíamos conversado sobre meu ex no dia anterior, já estava sozinha a tempo o suficiente para fazer comentários maldosos e sentir meu ego se curar.
"Que perda de tempo."
Mas ainda assim, ela havia comentado que me apresentaria para um boyzinho que "iria fazer meu tipo", estiquei as pernas e estalei minhas falanges quando ela entrou sorrateira.
— Ufa! Não aguentava mais ouvir aquela baboseira.
— Aff, nem me fala, aulas de história são as piores.
— Pra quê ficar relembrando o passado?!
Nem eu sabia responder.
Minha amiga puxou a cadeira ao meu lado e tirou o celular do bolso, estava tão ansiosa pela fofoca quanto eu. Na tela, o garoto era alto, cabelos pretos e bochechas gordinhas, era um nerd padrãozinho, era meu tipo mesmo, nem barba tinha.
— E ai? O que achou?
— Hum... - "Bonitinho." — Não sei... O que ele faz da vida?
— É professor de inglês!
— Urgh, professor?
— Pois é, não dá para se apaixonar pelo dinheiro, né?
Independente, iria pegar seu número e pedir para ela entregar o meu, me faria de difícil nos primeiros dias até conquistar sua atenção e marcaríamos o primeiro encontro. Faria ele vir da cidade onde fazia faculdade só para me ver e ficar na casa dos pais.
Precisava me dar o valor que merecia, se fosse uma competição de nado, iria fazer valer a corrida pelos cem metros rasos. Ele até que era bom de papo, misturava comentários fofos com cantadas baratas.
Se fazia de poeta, rimava e ria sem medo, era tão bobo quanto era inteligente, me recomendou um tal de dono dos anéis e aproveitei para falar sobre meu filme favorito.Logo me chamou para jantar e perguntou se eu conhecia algum lugar bom na minha cidade.
Sabia pela conversa que ele gostava de garotas delicadas, o que eu não era nem um pouco, mas com muito conteúdo. Se fosse na questão do corpo eu já tinha muitos pontos a oferecer.
"Você vai ser meu brinquedinho."
Naquela noite, me banhei de perfume dos pés à cabeça.
"Vamos ver até onde vamos chegar."
Cheguei pontualmente atrasada e me deparei com uma dobradura de papel - que ele já havia feito para acalmar os nervos.
A lanchonete era simples e aconchegante, pedimos um cachorro quente cada, e eu me esforçaria para pelo menos não sujar o preto da roupa.
Eu usava um body fechado por dentro da calça pantalona preta, o rapaz se contentava com sua camiseta azul escura por baixo da camisa jeans.
Me deliciei observando-o comer, havia algo sensual em sua boca que não sabia explicar.
Quando terminamos, aproveitamos a noite para andar pelas ruas da cidade. Quando chegamos em uma calçada afastada, cercada de árvores, aproveitamos a sombra de uma delas.
Me puxou para perto com um abraço que logo virou um beijo, dois e três, quando cravei meus dentes em sua clavícula e fiz questão de afundá-los para deixar marcado. Ele, surpreso, grunhiu de dor.
Sabia que eu havia o colocado em uma confusão não anunciada com seus pais no dia seguinte, uma vez que se eles soubessem como o garoto inocente havia enfiado as mãos por dentro do meu body teriam proibido nosso futuro relacionamento.
Nosso próximo encontro fora na casa da nossa cupida, e minha mãe nem imaginava as intenções que existiam quando falei que dormiria lá, precisava manter as aparências.
— Miga, vamos assistir um filme na sala, você se importa?
— Claro que não! Vou aproveitar para ler um pouco antes de dormir.
"Filme?" Ri em silêncio. "Ingênua."
Sentei no sofá à sua esquerda, aumentamos o volume da televisão e logo estava em seus braços, suas mãos explorando as minhas timidamente, eu sabia o que queria e iria convencê-lo a se entregar.
Desci a mão até o meio de suas pernas agarrando forte. Mordisquei seu pescoço enquanto ele subia os dedos pela minha camisola. Havia tirado seu primeiro beijo na semana passada, queria tirar sua virgindade nessa.
Interrompidos pela movimentação na cozinha próxima a sala em que estávamos, fingimos inocência até levantarmos e ele me levar à parede, beijando minha garganta. Quando tudo de fora se acalmou voltamos ao sofá.
Levei sua mão até minha entrada e gemi em seu ouvido provocando-o, colocou o indicador abrindo o caminho devagar, parou por um instante, atordoado pelo quanto estava quente e úmida.
Mais um beijo demorado e ele começou a pegar o jeito, ainda ensinaria muito sobre o corpo feminino, mas naquela noite quem iria aproveitar seria eu. Invadi sua calça sem pedir permissão, senti sua vontade que só me fazia querer mais.
Precisava provocá-lo de verdade. Subi em seu colo, unindo nossos corpos. Não me importaria em molhar sua calça, não é como se ele fosse usá-la por muito tempo. Comecei a me roçar, subindo para cima e para baixo, de forma cada vez mais intensa.
Quando dei o primeiro pulo, ouvi o ranger da velha madeira, e por um instante jurava que iríamos parar no chão. O móvel envergou para baixo e ambos paramos de olhos arregalados.
— Acho que...
— Menino! Acho que quebramos o sofá!
— Meu Deus! E agora?
Levantamos cuidadosamente para averiguar o estrago. Ele até tentou empurrar de volta no lugar, mas o estrago já estava feito. Eu sabia que teria de aguentar a ira da minha amiga e as piadas que viriam junto, mas tanto faz, não seria naquele dia, mas seria logo.
Maldito azar que acompanhou a sorte que seu curso entregou em greve, ficaria uma semana na minha cidade, durante as tardes ficaria sozinho no apartamento da mãe.
"Perfeito"
Fui logo na segunda-feira, quase subi as escadas para o apartamento correndo. Enrolamos pelo sofá conversando sobre a vida antes de partirmos para o seu quarto, a cama de solteiro, na direita, ficava encostada na parede.
Mandei ele deitar, desamarrei seu short e comecei a trabalhar.
"Vou fazer você derreter do meu jeito."
Desencapei a ponta e dei um leve beijo molhado, estava tenso, mas tinha certeza que logo estaria clamando por mim, comecei a subir e descer sem colocar pressão quando me interrompeu.
— Mais forte...
Obedeci contrariada, fechando mais a mão, ainda devagar continuei por mais algumas vezes até seu próximo comentário.
— Coloca mais pressão.
Fingi não ouvir, apoiada com a esquerda na cama, a direita o deixava duro, alternativa com beijos sugando antes de voltar os dedos.
— Mais rápido.
— Você vai ficar falando?
Arregalou os olhos, surpreso.