Emma Clifford
Dias Atuais
Eu não podia acreditar no que estava acontecendo. Por que diabos eles nos amarraram e estavam usando máscaras de corvos? O pânico começava a tomar conta.
— O que está acontecendo? — pergunto, assustada e confusa. — Por que estamos amarradas? Vocês são loucos?
Meus olhos se fixam em Arlo, procurando respostas.
— Oh, querida... vamos brincar de esconde-esconde — ele responde com um tom sinistro, como se fosse algo perfeitamente normal.
Eu o encaro, incrédula e confusa. Que porra?
— Esconde-esconde? Vocês nos amarraram, que merda é essa? — minha voz se eleva, carregada de frustração e medo.
— Só agora percebeu? — Arlo rebate com um deboche frio, seus olhos brilhando por trás da máscara.
— Vai se foder! Que tipo de trote de faculdade é esse? — O desespero na minha voz era palpável.
— Agora está com medo? — ele continua, implacável. — Achei que você tinha dito que isso era só uma brincadeira de criança.
Começo a sentir o ar faltar ao pensar nos meus pais. A sombra... aquela maldita sombra. Ela aparece nas bordas da minha visão, se esgueirando pelos cantos da floresta. Eu não posso surtar agora, por favor, não aqui. Respiro fundo, tentando me acalmar aos poucos.
— Como vai funcionar o jogo? — pergunto, a voz falhando enquanto tento manter a compostura.
— Infelizmente, esse é nosso último ano na faculdade, então vamos fazer algo diferente... — Arlo começa a explicar, mas eu o interrompo, sem paciência para divagações.
— Vai direto ao ponto, merda. Não quero saber da sua vida.
Um riso áspero corta o silêncio, vindo do homem grosso de antes.
— Hahaha, ela é bem nervosinha. Gosto dessas.
— Verdade. Espero tirar ela — outra voz, desta vez doce, mas carregada de um tom perturbador, fala das sombras. Não consigo ver seu rosto, mas seu timbre me arrepia.
De repente, Arlo interrompe. Por que ele parece tão ofegante?
— Calem a boca! — Arlo soa tenso, sua postura rígida. — O jogo vai funcionar da seguinte forma: vamos sortear os nomes de vocês. Cada um de nós vai tirar um nome, e essa será a garota que cada um vai procurar. Vocês terão que se esconder até o amanhecer. Ficarão amarradas. Se não forem encontradas até o amanhecer, estarão livres dos trotes. Mas, se forem encontradas, terão que fazer desafios: tirar uma peça de roupa, pular do penhasco do lago no bosque... O lago não tem bichos, é totalmente adaptável para esse tipo de situação.
Eu não podia acreditar no que ele estava dizendo. Mas por que eu senti um pequeno frio na barriga? Uma mistura de medo e... algo mais?
Eles se reuniram em um canto e começaram a conversar em voz baixa. Eu ouvia murmúrios das outras garotas; algumas pareciam empolgadas, outras, claramente assustadas. O ambiente estava carregado de expectativas.
— Vamos sortear agora... — a voz de Arlo interrompe meus pensamentos.
O tempo parecia se arrastar enquanto os nomes eram sorteados, uma a uma as garotas iam sendo escolhidas. Restávamos apenas eu, Milla, e outra garota. Para meu azar, Arlo ainda não havia sorteado nenhuma, assim como aquele bastardo grosseiro. E havia outro homem, diferente de todos os outros. Ele era bonito, com uma aparência oposta à de Arlo: alto, olhos puxados, cabelo loiro extremamente liso e longo, que caía sobre a testa, assim como o de Arlo...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Perseguida Pelas Sombras
RomancePerseguida pelas sombras, ela corria pelas ruas desertas da cidade, o coração batendo descompassado no peito. Cada esquina parecia esconder um novo perigo, cada ruído era amplificado pela tensão crescente. As sombras não eram meros efeitos da luz, m...