Diego estava no banco do carona no carro de Amaury, tentando convencê-lo a dizer onde iriam essa noite. A única informação que tinha, era que depois de uma semana puxada de trabalho para o ruivo, e o maior querendo aproveitar o último fim de semana de férias, havia convencido Samuel a pagar a tal rodada. O diretor disse que conhecia um lugar novo, que acabara de abrir, e colocaria o nome deles na lista.Amaury estacionou o carro em frente a uma entrada que parecia um galpão, porém luzes coloridas saíam pelas janelas e acabavam com a possível discrição do lugar. Diego olhou pela janela, com os olhos cerrados e virou para o preto, rindo divertido.
“Amaury, você sabe que lugar é esse?”
“Não. Samuel não me deu nem o nome, só o endereço.”
Com uma risada enigmática, Diego se manteve calado e saiu do carro, sendo seguido pelo outro.
“Você já veio aqui?”
“Ainda não, mas as minhas amigas Drag Queens me falaram desse lugar.”
Chegaram à entrada, onde uma moça de vestido brilhante, maquiagem pesada e salto alto os recebeu. Amaury informou os nomes e foram liberados para entrar, encontrando um espaço amplo, com enormes pilastras, mesas espalhadas, um bar gigante ao fundo e um enorme palco, onde em cima havia um letreiro gigante escrito “Kengaroo”.
Diego insistiu para que se sentassem o mais próximo que conseguiram do palco, e Amaury não sabia dizer não ao ruivo. Um garçom, vestindo nada além do que uma cueca preta cavada e uma gravata borboleta surgiu ao lado dos dois, e Diego teve de segurar a risada quando notou o olhar surpreso do mais velho.
“Quero uma Gin Tônica com laranja, por favor.”
Pediu, educadamente. Amaury continuou calado, olhando em volta, agora, curioso, como se tomasse consciência das coisas.
“Ele vai querer uma Heineken.”
Informou, e o garçom se retirou.
“Diego, isso aqui é um cabaré?”
“É uma casa de atrações artísticas e sexuais.”
Amaury o olhou confuso, sem nem reparar no garçom que voltava com suas bebidas. Diego acariciou a barba do mais velho, soltando uma risada e apontou para o palco.
“Curte o show, Maury.”
A atração de abertura foi dividia por três drags, onde uma atuava como host, a outra fazia lipsync e a terceira cantava ao vivo. Os dois assistiam ao espetáculo com sorrisos nos rostos, tendo as bebidas repostas pelo garçom sempre que necessário.
Aplausos ecoaram pelo ambiente no fim das apresentações, e Amaury fitou o rosto do menor, que tinha os olhos grandes e brilhantes, sonhadores, encarando o palco.
“Você sabe que A Diego deveria voltar, né?”
Um bico de deboche surgiu nos lábios rosados, junto de um revirar de olhos, mas não encarou o amigo.
“É sério! Ela é a maior de todas, e nem tô falando por causa do salto gigante.”
Conseguiu a atenção dos olhos dourados para si e notou que o tom avermelhado nas bochechas não tinha a ver com o álcool, e sim com a timidez que envolvia esse assunto. Diego balançou a mão no ar, junto com a cabeça.
“Cadê o Samuel?”
Falou o ruivo, mudando de assunto e Amaury entendeu que não conseguiria nada dele hoje. Pegou o celular em mãos e balançou a cabeça, em negação.
“Ele não vem. Mandou mensagem há uma hora atrás…”
“Que pena, poxa.”
Diego demorou uns segundos para notar o olhar de censura de Amaury sobre si.

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don't say yes to him
FanfictionO ano era 2017 quando Diego e Amaury se encontraram pela primeira vez da forma mais inusitada e constrangedora possível. Como a vida não é feita de acasos quando envolve os dois, um laço muito forte foi criado. Mesmo humor, mesma forma de pensar, ri...