🏠 Momentos especiais

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Dois dias se passaram desde aquela noite tensa com Diego. A expectativa pela chegada de Vera era grande. Ela traria os vestidos que Margarido havia confeccionado para Elie e para mim, e a ansiedade de ver as crianças usando as novas roupas era quase palpável. Vera veio para a cidade a trabalho, onde ficará quinze dias aqui.

💭 Vou curtir bastante este encontro com Elie.

Estava no portão da mansão, a brisa da tarde acariciava meu rosto, quando vi o carro da empresa de Vera se aproximar. Ao me ver, ela abriu um sorriso radiante e correu para me abraçar. A emoção da reunião era tanta que mal conseguimos trocar algumas palavras antes de irmos direto para o carro.

A porta traseira se abriu e lá estavam, os vestidos no cabide cuidadosamente protegidos com a capa. Sem esperar, abri a capa e vi como estavam lindos. Eram perfeitos! As cores, os detalhes... Margarido havia caprichado. Mas a surpresa maior ainda estava por vir.

- Margarido, disse que a espera para evento que está organizando e que não aceita não com resposta. Ela começa a rir.

- Vera, será que ele não vai desistir dessa ideia?

- Não. Ele está confeccionado sua fantasia.

- Eu não vou desfilar, nem pensar! Ela sorri.

- Betinha, não desfile e sim um baile para promover a diversidade. Então, fiquei tranquila.


Vera tirou do carro um embrulho e o entregou para mim. Ao abrir, meus olhos se encheram de lágrimas. Eram presentes para Caio e Elie: um cavalo de pau lindamente trabalhado e um caracol de tecido macio e colorido, esses brinquedos eram meus e também dos meus irmãos. A delicadeza e o carinho com que minha irmã havia escolhido cada detalhe me emocionaram profundamente.

- Quando me contou que estava contando a história do Cavalo Selvagem e o Caracol que o vovô José nos contava, na hora me lembrei desses brinquedos.

- Onde eles estavam? Estou emocionada.

- Eles estavam na casa da vovó. Levei para o amigo do Vovô, o senhor Almir, lembra dele? Ele ainda trabalha com brinquedos artesanais, então fez essa reforma neles. Sei que ama essa história, mas nunca contou para seus alunos, mas Caio e Elie é diferente...espero que eles gostem. Eu abraço minha irmã.

- Quando você se transformou nessa mulher maravilhosa? Pode sentir a suas lágrimas.

- Quando minha irmã mais velha me ajudou a superar a minha pior. Sabe Betinha, você tem razão, se não trouxer aprendizado de nada valeu meu sofrimento. Aprende com você tantas coisas, estava na hora de crescer, não é! Dou um tapa na bunda dela.

- Com certeza! Minha pequena. Eu te amo, minha passista.

Vera sempre demonstrou um afeto especial por crianças, principalmente depois de tudo que aconteceu com ela, aqueles presentes selava um laço ainda mais forte entre nós. Convidei-a para entrar, mas precisava voltar ao trabalho. Antes de ir, entregou-me outro embrulho, desta vez para mim e Elie: tênis branco com pérolas.

- Vera, qual foi a forma de pagamento desse presente. Ela entra no carro.

- Lógico que foi no seu cartão de crédito, Betinha. Eu começo a gritar.

- Vera.... Ela acelera o carro dando altas gargalhadas.

💭 Vou matar essa garota.

Ela retorna o veículo de ré. Para ao meu lado.

- Irmãzinha, pode ficar tranquila vou lhe dar o dinheiro da fatura, tudo bem?

- Vera Antunes, juro que dessa vez arranco sua cabeça. Ela começa a rir.

- Deixa de boba, peguei a vista e também fez um cartão para mim, adoro te fazer raiva. Não é de marcar com que Ribas devem usar, mas são personalizados por ninguém menos que Margarido. Look completo para mãe e filha no passeio de amanhã no shopping. Tira muitas fotos. Coloco a cabeça na janela do veículo.

- Você está animada? O que está acontecendo? Diga para sua irmã, pego a orelha dela.

- Betinha, meu brinco. Amanhã tenho um encontro que estou conhecendo, ele é um dos clientes. Nossa, que mão pesada. Solto sua orelha.

- Vera, pelo amor de Deus! Se valorize e use camisinha, minha pintaginha.

- Tá bom, te ligo para te contar como foi meu encontro. Estou naquele hotel perto da casa da tia Miriã. Beijinhos, minha fofuchinha!

💭 A gente briga, mas amo muito minha pintaginha.


Após a partida de Vera, a tarde transcorreu tranquilamente. A imagem dos vestidos e dos presentes me trazia uma sensação de paz e gratidão. A vida com Diego continuava incerta, mas essa família havia construído um lugar especial em mim e me dava a força para seguir em frente.

No final da tarde, fui buscar as crianças na escola. Confirmei com Carol nosso ida ao shopping no dia seguinte. A expectativa pela reação das meninas era visível. Quando chegamos em casa, não esperei para entregar os novos presentes.

Esses brinquedos fizeram parte da minha infância e dos meus irmãos. Tia Vera mandou reformar para da-los a vocês. Espero que cuidem bem deles, pois foi meu avô que fez para gente. Caio montado no seu cavalo, respondeu.

- Eu amei esse brinquedo. Quero dar um beijo na titia Vera. Quando vou conhecer meus tios? Elie estava olhando para caracol de tecido.

Depois vou levá-los para conhecer meus irmãos. Elie me abraçou e sussurrou.

- Você é a melhor mãe do mundo. Aconcheguei no meus braços. Caio se juntou ao abraço.

Eles brincavam com brinquedos no jardim, quando Diego chegou. Eles correram para mostrar o presente da Tia Vera. Ele se aproximou e beijou meu rosto.

- Oi, narizinho. Tudo bem? Ele afrouxa a gravata.

- Estou ótima. Diego, posso levar as crianças para conhecer meus irmãos? Ele sorriu.

- Lógico. Também posso ir, quero conhecer meus cunhados.

💭 Cunhados? Esse acessório é muito convencido.

- Cunhados? Eu não tenho namorado. Olha, senhor Ribas é melhor resolver seus dilemas, porque não estou disposta a ficar deitada eternamente em berço esplêndido esperando por um pedido. Ele segura o riso.

- Já compreende, senhora Ribas. Ele beija meu rosto. Amo suas frases de efeito e criativas. Ele se senta ao meu lado. Esses brinquedos realmente foram seus?

- Sim. Meu avô fez para mim e meus irmãos. A história do Cavalo Selvagem e o Caracol era ele contava para os netos.

- Muito obrigado. Fico confusa.

- Pelo o que está me agradecendo? Olho para seu rosto.

- Por amá-los dessa maneira, a ponto de dá-los algo tão importante e significativo. A cada dia você enraíza no meu coração. Segura minha mão.

- Pois no meu coração já floresceu faz é tempo, Diego. Ele sorri.

- Quer dizer que floresce no seu coração, narizinho?

- Já ouviu, não perturbe meu juízo, senhor Ribas. Vem, crianças!

Entramos para mansão. Puxava minha mão, mas Diego insistia em fazer graça, mas por dentro está amando cada pequeno detalhe desse início de relacionamento. A vida, com todos os seus desafios, me presenteava com momentos simples e preciosos como esse.

Meu amor de gizOnde histórias criam vida. Descubra agora