𝐒𝐀𝐕𝐀𝐆𝐄 𝐋𝐎𝐕𝐄 | HYUNHO

Cap. 17 | Invisível

ㅤㅤAs coisas ficaram estranhas.

Depois que Minho finalmente havia se acalmado e tomou seu café, decidiu voltar para a cama, pois estava com enxaqueca. E então, eu fui embora do apartamento.

E foi quando notei que as coisas não voltariam a ser como antes, não poderíamos mais ignorar qualquer que seja os motivos para que haja uma força maior operando sobre nossas vidas.

Eu não iria conseguir ignorar tudo, ainda mais sabendo que ele não queria isso.

— Olha se você quiser, eu posso fingir que nada disso aconteceu.

— Eu não quero isso. Quero que lembre, Hyunjin, porque eu não posso mais ignorar o fato de que vi um lado diferente seu.

A lembrança de suas palavras correm vívidas por dentro do meu corpo, como se ondulasse por meu sangue, queimando minhas veias.

É uma sensação muito estranha e me dá medo. Desde que tudo isso virou um caos, parece que todos os dias meu corpo vira receptor de mais emoções novas.

E tudo isso por causa de Lee Minho.

— Hyunjin? Tá me escutando? - jeongin interrompeu meus pensamentos.

Como se saísse de um transe, meus sentidos me atingiram, fazendo com que meus olhos votassem em direção ao loiro.

Já faz quatro dias que estive no apartamento do Lee, de lá para cá, não ousei pôr os pés para fora do apartamento. Estou fugindo dele com o diabo foge da cruz, com vergonha de vê-lo depois de tudo.

Lá fora, a chuva leva embora todos os sentimentos ruins acumulados durante o ano, preparando a cidade para o Natal.

— Você pintou a raiz do seu cabelo?

Jeongin piscou freneticamente, como se pego de surpresa, então suas sobrancelhas se juntaram em um expressão confusa e… indignada?

— Sim, e já faz um tempo. Inclusive quando eu trouxe o Felix aqui, eu já havia retocado o loiro. - ele me fuzilou. — Você realmente não presta atenção em nada nem ninguém ao seu redor. Impressionante. Às vezes até me sinto invisível.

Isso não é verdade.

— Não precisa me ofender com mentiras só porque não notei que você pintou seu cabelo.

—Mentiras? - seu timbre tremeu. — Faz três dias que estou tentando falar com você, Hyunjin. Três dias que eu aposto que você apenas lia as mensagens pela barra de notificação, sem se importar em responder seu melhor amigo. Quer dizer, se eu ainda for o seu melhor amigo.

O que…

— É claro que você ainda é meu melhor amigo, como assim? - senti meu peito afundar e me aproximei dele. — Você é meu irmão de coração, minha alma gêmea, eu não consigo imaginar uma realidade em que eu vivesse na qual você não existisse.

O Yang me encarou, seus olhos brilhando como uma cidade em época de festa, as luzes se misturando com o mar que se estendia logo abaixo delas. Ele estava prestes a chorar. Meu Deus.

Quebrei nossa distância, segurando suas bochechas gordinhas em minha mão, amassando-as como um pãozinho.

— Meu Deus, eu disse algo errado? Eu-

— Hyung! - ele se jogou em meus braços como uma criança. — Você disse que não vive sem mim, você disse…

E então me dei conta de algo: em três anos de amizade, eu nunca havia dito que amava o Yang, nem mesmo demonstrei isso com ações.