Capítulo 23 - Faking It

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Sweet Chaos foi o nome do nosso segundo álbum, assim como um acontecimento histórico para a nossa produtora, que começou a nos tratar, depois de muito tempo, como a gente sempre soube que merecia; como os principais artistas da empresa. Também foi o álbum que melhor nos posicionou no cenário internacional. Assim que foi lançado, começaram a falar de nós por todos os cantos e nossas músicas começaram a tocar incessantemente: não apenas os singles que lançamos para promover o álbum, mas também músicas que não tinham nem mesmo sido lançadas para se tornarem um hit.

Era novo e inovador. O gênero da nossa música e o conceito geral que aplicamos no álbum causou um alvoroço, aumentando o nível que se esperava de todas as bandas que estavam para estrear. Tinham muitas conversas sobre possíveis indicações para todos os tipos de prêmios da temporada, mas o que realmente inflou nossos egos foi a percepção de que Ásia e América tinham sido apenas o começo.

Em questão de dias também alcançamos toda a Europa; o impacto foi tão grande que a Firewalk Records foi forçada a fechar novos acordos comerciais para aumentar a distribuição da nossa música em países como França, Reino Unido e Itália.

Foi algo completamente louco, algo tão incrível que eu comecei a receber ligações constantes do meu pai, que parecia acompanhar todas as vezes que nossas músicas tocavam na sua rádio favorita. Eu ria toda vez que ele me contava sobre isso, assim como escutava ele animado como uma criança abrindo seus presentes de Natal. Achava engraçado como seu comportamento era completamente diferente agora que ele sabia que ter seguido o meu sonho tinha valido a pena, e apesar dele nunca ter se desculpado diretamente, eu sabia que ele se arrependia de tudo que tinha me dito quando larguei a faculdade.

Eu estava deitada na cama com Sam, um dia antes de voltarmos para a nossa agenda lotada com inúmeras entrevistas, porque todo mundo nos queria como convidados especiais nos seus programas.

Me lembro de estar abraçada com ela, minhas mãos na sua cintura, e esticar meu pescoço para deixar um beijo no seu rosto. Sorri ao me afastar e sorri ainda mais quando Sam virou o rosto para me beijar os lábios.

- Você alguma vez imaginou que alcançaríamos tudo isso? - Perguntei com sinceridade, sentindo um genuíno interesse em qualquer resposta que saísse da boca da minha namorada.

Eu sempre tinha sonhado em me tornar uma cantora de sucesso, mas as fantasias nunca foram além de me ver cantando em um palco na frente de milhares de pessoas. Claramente eu não tinha ideia de tudo que envolvia se tornar uma artista, e apesar de ter muitos sacrifícios para atingir esse tipo de sucesso, eu ainda acreditava que tinha valido a pena. Pelo menos naquele momento; quando ainda tinha você comigo.

- Como assim?

- Quando você criou a Diversity. - fui um pouco mais clara - Você imaginava que o projeto iria chegar tão longe assim?

- Claro que não. - ela respondeu com sinceridade, deixando escapar um riso leve que iluminou minha vida completamente. - Foi como jogar cara ou coroa.

- Então... você diria que essa é a sua maior conquista na vida? - Sam pensou por alguns segundos. Finalmente ela franziu a testa e balançou a cabeça. Eu olhei para ela surpresa, imaginando o que poderia ter sido melhor do que isso. - Então qual foi?

Eu já tinha escutado você nas manhãs de outono declarar seu amor por mim inúmeras vezes. Das noites estreladas aos momentos que você deixava um beijo doce na minha testa. Então eu vi um brilho diferente nos seus olhos castanhos, um que eu não fui capaz de esquecer desde então.

Lembrar de você me faz queimar por dentro. Parte o meu coração, sufoca a minha mente e altera a minha respiração. É doloroso para mim fazer isso, mas estou disposta a sofrer se a minha mente for me transportar para aquele momento.

Extended PlayWhere stories live. Discover now