**Capítulo 112: O Luto de Dominic**

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Após o choque inicial, não consegui tirar os olhos do corpo inerte de Antonela. Ela parecia tão distante, e ao mesmo tempo, tão próxima, como se estivesse zombando da minha impotência, mesmo na morte. Minha cabeça estava uma tempestade, cheia de perguntas sem respostas. Como ela se foi? Quem ousou tirar Antonela de mim sem que eu tivesse a chance de decidir? Sentia uma raiva crescente, mas ela se misturava com algo mais profundo... tristeza? Dor?

Era estranho. Sempre a considerei minha posse, um objeto, uma peça que eu controlava. Mas agora, com ela estendida ali, sem vida, percebi que minha dominação sobre ela não era completa. O que restava de mim sem Antonela? Quem eu seria agora?

Os médicos e enfermeiros olhavam de longe, tensos, como se estivessem esperando uma explosão minha a qualquer momento. E eles estavam certos. Minha mente trabalhava rápido, cada detalhe da nossa vida juntos passava pela minha cabeça. As traições, as brigas, o controle que eu exercia, e até mesmo os momentos em que pensei que, de alguma forma doentia, éramos... uma família.

— O que aconteceu? — perguntei com a voz grave, olhando para o médico à minha frente.

— Um acidente de carro. Ela perdeu o controle e desceu uma ribanceira. Quando a encontramos, já estava sem sinais vitais. — O médico parecia nervoso, suas mãos tremiam enquanto ele explicava.

Acidente. Era mesmo um acidente ou ela estava tentando fugir de mim de novo? Odiava a ideia de que Antonela pudesse ter tentado escapar de novo, ainda mais de forma tão desesperada que acabasse assim. Isso me enfurecia, mas também me atingia de uma maneira que eu não queria admitir.

Sem outra palavra, saí do hospital. Minha mente estava em um redemoinho de pensamentos. No carro, dirigindo de volta para casa, o silêncio era sufocante. Meus filhos... Noah e Naitan. Eles agora estavam sem mãe. Como eu iria explicar isso para eles?

Quando cheguei em casa, tudo parecia igual, mas sabia que nada seria mais o mesmo. Entrei no quarto onde meus meninos dormiam. Noah estava abraçado ao irmão mais novo, Naitan, como se já soubesse que algo terrível havia acontecido. Sentei-me ao lado deles, a sombra da minha própria existência pesando sobre mim.

Eu estava sozinho. Mais do que nunca.

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