𝕻𝖗𝖔𝖑𝖔𝖌𝖔

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Ela sente um monstro que a prende em uma jaula

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Ela sente um monstro que a prende em uma jaula

Que cobre sua estrada com minas
...
Coraline gostaria de desaparecer.
𝕮𝖔𝖗𝖆𝖑𝖎𝖓𝖊-

𝕸å𝖓𝖊𝖘𝖐𝖎𝖓

𝑺𝒊𝒍𝒆𝒏𝒊𝒂8, 𝔣𝔢𝔳𝔢

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𝑺𝒊𝒍𝒆𝒏𝒊𝒂
8, 𝔣𝔢𝔳𝔢.1893

Procuro algo que possa me salvar e, por algum motivo, encontrei minha paz e o acalento do meu sofrimento na dor, talvez isso tenha acontecido pelo fato de que eu procurava saber se ainda estava viva.

Por Várias vezes tive certeza de que a única coisa que vagava pelo mundo era o meu corpo, porque minha alma já havia se esvaído de mim.

Em algum momento cansei de tentar ser forte o tempo inteiro, cansei de aguentar tudo o que eu passo entre as paredes antigas dessa casa.

Há um ano minha alma se tornou cinzas, pois ela se encontra tão destruída que não é possível sua reconstrução.

Sinto-me perdida em busca de algo que não encontro, tenho saudade de me olhar no espelho e saber quem é a pessoa que aparece em meu reflexo. Me perdi em um emaranhado de sombras escuras que me puxam para debaixo da cama e sussurram maldades em meu ouvido sempre que tento descansar à noite.

As noites insones se tornaram tão banais que já nem tento tomar chá para me aquecer, pois sempre me sinto fria. sinto que meu corpo está apenas sobrevivendo às exigências de meu pai e ao que a minha mãe me pede.

Mas eu cansei, quero que isso acabe e talvez minha alma vague por bosques estranhos em busca de encontrar sua própria essência e cor.

Um suspiro escapa de meus lábios assim que entro na banheira cheia de água gelada.

Lembro-me vividamente das labaredas de fogo dançando em minha frente e transmitindo um calor descontrolado, enquanto queimavam o corpo da única pessoa que conseguia me manter de pé.

A faca que, a algumas horas, estava em cima da mesa da cozinha, agora encontrava-se em minhas mãos e meu corpo afundado na água.

Sua lâmina tão afiada e limpa revelava o meu rosto cansado e abatido.

E em um momento de desespero em busca de identidade e de acabar com o meu mundo sem cor, a lâmina que estava limpa e brilhante como um espelho, agora, está sendo tingida de vermelho escuro.

Um tom tão lindo que permito-me apreciar, já que antes estava dentro de meu corpo sendo protegido pelas camadas de minha pele e, agora, está se derramando sobre a água que envolvia meu corpo.

Sinto dor, é claro, porém mal consigo me importar com isso quando tudo que eu sinto é apenas um alívio.

A dor é inevitável e encontrei nela o único sentimento que eu realmente pudesse sentir sem ser pressionada a não senti-lo.

Faço mais e mais cortes, alguns profundos e outros nem tanto, afinal já sinto que estou perdendo minhas forças e em algum momento conseguirei não pertencer mais ao mundo dos vivos.

A ideia da morte me soava egoísta, mas depois de um ano que a perdi jamais me vi tão perdida e abalada. Sinceramente, se escolher morrer me fizer fraca prefiro fracassar mil vezes a ter que ceder às exigências deste mundo.

Quando mal percebo, já perdi minhas forças, solto a lâmina prateada e a vejo imergir na água.

Meus olhos pesam e tudo que mais quero realizar é fechá-los e nunca mais abri-los. Meu corpo está pesado e minha mente parece estar em um devaneio esquisito.

E olhando para baixo tudo que vejo é a água tingindo-se de vermelho, sangue.

Não sei quando deixei-me perder neste labirinto de rosas espinhosas que rompem minha pele e dilaceram minha alma, apenas sei que elas nasceram e foram plantadas graças a minha própria melancolia.

Antes eu tentava sentir dor para saber que ainda não havia morrido, mas agora, sinto-a para saber que realmente morri.




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⏰ Última atualização: Oct 28 ⏰

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