A Rosa de Vidro (Camren)

Antigos sentimentos

Boa noite! 

Essa é a primeira e última vez que posto um capítulo nesse horário. Infelizmente, eu ando com a cabeça tão cheia que era para postar sábado e acabei esquecendo por dias. Espero que gostem. O capítulo é dedicado a Kyra que fez aniversário e um presente à ela também, peço perdão pelo atraso. Favoritem e comentem para deixar uma autora feliz, por favor. Sem mais delongas, boa leitura. 

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Camila estava confusa. Não conseguia entender como ela poderia estar sendo acusada de algo tão hediondo quanto roubar a Rosa de Vidro. Era certo dizer que não foi nenhuma santa, e era uma fada exilada, mas nunca achou que alguém a acusaria por esse tipo de roubo. Ao menos, tinha quase certeza que sua honestidade nunca tinha sido questionada antes. Não até aqui. Estava vivendo uma novidade, e ela não sabe nem mesmo se gosta disso.

Na verdade, ela sabe. Camila não gosta de ser acusada. Que sensação amarga!

Foi tirada de sua casa, onde tinha uma filha que ninguém tinha ideia de sua existência. Era o mais importante, deveria dizer. A menina foi deixada com alguém de extrema confiança, antes que fosse arrastada para Faerion, sendo duramente acusada. Sua preocupação verdadeira é porque nunca ficou tanto tempo longe de sua menininha. Era todo o seu porto seguro. As fadas estão sendo um aborrecimento para ela, depois de um bom tempo. 

Olhou em torno da sala, com as paredes de ouro reluzindo. É tão brilhante e incômodo: se acostumou com a arquitetura humana. Foi exilada, e não sabia o motivo dos guardas terem decidido pelo território Feérico, ao invés de algum neutro, como a capital do Mundo das Trevas. 

A porta se abriu, e engoliu seco quando entendeu. Era um julgamento antecipado. As Rainhas Híbridas do Mundo das Trevas passaram pela porta majestosamente, com Lauren Abramsen trajando um terno social preto de cortes sofisticados e femininos, enquanto Karla Camila Abramsen usava um vestido preto de tubo que valorizava suas curvas. Xingou por pensamentos e amaldiçoou a existência das rainhas. A fada pensou que eram as últimas pessoas que precisava ver. 

Todos na sala, inclusive a fada acusada, se levantou para reverenciar as rainhas. Kä-mila se sentia cada vez mais nervosa e aborrecida com a situação. 

— Não acham exagerado? — Kä-mila fuzilou Yän-gé com seus olhos castanhos extremamente irritados. 

— Ouvimos você, e sua versão precisa bater agora. Certamente não vamos entrar em contato com as divindades. — Riu o general Feérico, que parecia divertido pensar na ideia de lidar com as duas criaturas que deram origem ao Mundo das Trevas. 

— Elas não responderiam. — A rainha híbrida, Karla Abramsen, falou em voz alta, encerrando um provável debate. — Não parece gostar da nossa presença, Insetinho?

A voz estava lotada de escárnio. Kä-mila odiou ser chamada assim, e ofende exatamente toda a raça Feérica apenas porque a outra parecia não gostar de sua presença. Mesmo que, racionalmente, todos ficassem tensos. 

— Sinto muito o incômodo, Vossa Graça. Não deveriam ter sido chamadas. Não acho que vão escutá-las. — Kä-mila falou, com muita honestidade. A rainha assentiu. A de olhos verdes, até agora, estava calada e observava a temperatura dos humores do ambiente. 

— A Rosa de Vidro foi roubada. É um objeto que mantém o Mundo das Trevas seguro, como permitiram que esse roubo acontecesse? — A híbrida de olhos verdes quis saber, sentando-se. 

— Não temos certeza, senhora. Desde que estiveram aqui com a Kä-mila e a General Läu-ren,  a Rosa de Vidro foi roubada. — A Primeira-Ministra das fadas falou. 

Usava um avatar pequeno, mais baixo do que o da própria Camila, com cabelos ruivos e a pele branca sardenta. Era um avatar em seus cinquenta e cinco anos e uma postura impositiva que, em um primeiro momento, dava a impressão de que se tratava de uma Feérica mal encarada. Acontece que o Alto Escalão duvidava do juízo de Oberon. Ela ainda era a mãe da fada que estava sendo acusada pelo roubo do objeto mais importante do Mundo das Trevas.