Capítulo 5

807 97 18
                                    

Draco não viu nem ouviu falar de Potter durante dias. O caso estava estampado em toda a primeira página do Profeta e, pelo que parecia, Potter ficaria preso entre depoimentos e tribunais pelo resto da semana. Draco tentou passar em seu escritório uma ou duas vezes quando ia tomar seu café ou chá da tarde, mas o encontrou vazio. Ele chegou a deixar um copo para viagem na mesa de Potter e, no dia seguinte, descobriu que ele havia desaparecido - ou havia sido retirado ou talvez consumido.

Apesar da comoção causada pelo caso de Potter no departamento de Draco, a semana se arrastou com uma monotonia quase insuportável. Draco odiava admitir, mas sentia falta das interrupções de Potter – seu olhar sombrio, sua risada estúpida e ecoante. E o que Draco odiava ainda mais admitir era que queria beijar Potter novamente. Ele realmente queria beijá-lo. Merlin, ele queria fazer muito mais do que beijá-lo, para ser honesto, mas, a não ser montar acampamento na mesa bagunçada de Potter, Draco teria apenas que esperar até que ele voltasse.

Era terrivelmente inconveniente, e Draco odiava ter que esperar.

Ele ainda não tinha visto nem um fio de cabelo de Potter até sexta-feira e Draco sentiu um enorme golpe chegando. Ele pensou em ligar para Pansy pelo flu ou ir ao bar, mas em vez disso serviu-se de uma taça de vinho e tentou se concentrar em algum romance de mistério trouxa fútil que Granger havia lhe emprestado depois do último almoço.

Sua atenção foi completamente disparada e para piorar a situação, os malditos gatos estavam de volta. De repente, ele entendeu exatamente por que a Sra. Wilkinson suspeitava de algo nefasto; as coisas faziam tanto barulho que ele mal conseguia pensar direito. Draco lançou um feitiço silenciador excessivamente agressivo que apenas conseguiu excluí-los e tentou retornar ao seu livro.

Ele estava conseguindo ler quando uma batida começou na porta de Draco. Ele rosnou e jogou o livro contra a parede. Com a varinha na mão, ele caminhou até a porta da frente, totalmente preparado para azarar quem quer que se dignasse a incomodá-lo agora.

Ele a abriu e encontrou Harry Potter parado ali, de uniforme, recortado pelas luzes da rua.

— Você — Draco disse, e guardou sua varinha.

Potter encolheu os ombros.

— Eu.

Draco mudou para uma posição que esperava parecer infinitamente mais relaxada do que se sentia.

— E o que posso fazer por você?

— Eu estava na vizinhança.

Ele olhou para Potter com ceticismo.

— Você estava?

— Sra. Wilkinson de novo, com os gatos.

— Devem ser alguns gatos muito perigosos se eles continuarem enviando o Auror Chefe para investigar isso.

— Hum, sim. Realmente muito perigoso. Não se preocupe, eu resolvi isso.

— Que alívio.

O silêncio se prolongou e Draco tentou não se mexer. Potter apenas ficou lá parecendo perplexo e mais do que divertido com um sorriso torto que fez com que sua bochecha fizesse aquela covinha boba que até mesmo Draco poderia admitir que era um tanto atraente.

— Acho que você deveria me convidar para entrar — disse Potter.

— Não há nenhum gato selvagem em minha casa — Draco explicou razoavelmente.

— Não? Provavelmente deveríamos ter certeza, você não acha?

— Oh sim. Seria negligente não fazê-lo — Draco disse revirando os olhos, mas o sorriso apareceu em seus lábios de qualquer maneira, por mais que tentasse suprimi-lo.

Stupid Love | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora