Luan:
Acordei no dia seguinte com o sol entrando pela janela. A noite anterior tinha sido tranquila, mas minha mente estava agitada. Eu tinha passado horas pensando na tarde com Pierre e no que realmente significava para mim. A conexão que tivemos me deixou em um estado de vulnerabilidade que eu não estava acostumado.
Na verdade, eu estava acostumado a ser o mecânico de avião que consertava tudo, mas não sabia lidar com as emoções. O que eu sentia por Pierre era diferente; era leve e, ao mesmo tempo, intenso. E foi isso que me deixou em conflito. Eu sabia que gostava dele, mas o medo de me abrir completamente me paralisava.
Enquanto me espreguiçava, peguei meu celular e vi a mensagem de Pierre. Meu coração disparou, mas logo depois, uma onda de ansiedade me atingiu. Eu não tinha respondido a ele. Não era que eu não quisesse, mas eu ainda estava processando tudo.
Levantei-me e preparei um café, tentando encontrar um pouco de clareza. Precisava de um tempo para entender meus sentimentos. Enquanto esperava o café ficar pronto, minha mente se perdia em lembranças da tarde - os risos, a conexão, mas também a fragilidade do que estávamos construindo.
Decidi que precisava ser honesto com Pierre. Mas, antes de enviar uma mensagem, meu celular vibrou novamente. Era uma notificação de um grupo de amigos do trabalho. Abri, e lá estava uma conversa sobre um encontro que eles estavam planejando.
Aparentemente, eles estavam organizando algo para o próximo fim de semana, e uma mensagem se destacou: "Ei, vamos convidar o mecânico do aeroporto! Ele é um ótimo cara, ouvi dizer que está se envolvendo com alguém interessante!"
Meu coração parou por um momento. O mecânico do aeroporto era eu. E enquanto isso, eu pensava em Pierre, como ele poderia se sentir ao saber que estava sendo tratado como uma curiosidade, uma história para contar em roda de amigos.
A mensagem me fez perceber que, talvez, eu estivesse colocando barreiras onde não precisava. O que eu tinha com Pierre era real, mas eu estava tão focado em proteger meu coração que não percebi o quanto isso poderia ferir os sentimentos dele.
Decidi que, independentemente do que acontecesse, precisava ser honesto. Peguei o celular e digitei uma resposta para Pierre:
Luan: Oi, Pierre! Desculpa a demora. Eu estava pensando em você e no que aconteceu. Quero muito conversar. Podemos nos encontrar hoje à noite?
Enviei a mensagem, mas uma parte de mim estava inquieta. Eu precisava esclarecer não só meus sentimentos, mas também entender como poderia equilibrar minha vida de mecânico de avião com a vulnerabilidade de estar apaixonado.
Enquanto esperava a resposta de Pierre, percebi que, de alguma forma, estava prestes a entrar em um território desconhecido, onde as emoções poderiam ser tanto uma vulnerabilidade quanto uma força.
Agora, tudo o que restava era descobrir se Pierre estava pronto para explorar esse novo caminho comigo. E se ele não estivesse? Eu teria que lidar com isso também. Afinal, a vida é cheia de riscos e surpresas.
E assim, minha jornada com Pierre estava apenas começando, com mais perguntas do que respostas. O que seria do nosso futuro? O que seria de nós dois?
Peguei o celular e comecei a digitar, sabendo que não dava pra deixar o Pierre no ar mais tempo:
Pierre: Por que você quer me encontrar de noite somente, Luan?
A pergunta ecoava na minha cabeça enquanto tentava achar as palavras certas. Respirei fundo e escrevi:
Luan: Pierre, eu te chamei pra noite porque achei que seria um bom momento pra gente conversar com calma, sem distrações. Mas, eu vou estar de folga hoje, então se quiser, a gente pode se encontrar mais cedo. Seria até melhor.
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Entre Voos e Destinos
RomanceNo Aeroporto de São Paulo, onde o caos nunca dá trégua, dois mundos prestes a se cruzar estão imersos em rotinas distintas. Pierre, um curitibano reservado, trabalha na central de informações turísticas. Ele é metódico, sempre no lugar certo e na ho...