Capítulo 13

5 1 2
                                    

🩰
•Tessa Costello•

3 anos atrás...

Enrolo os dedos na barra da saia de balé que eu usava enquanto mordisco os lábios nervosamente.

Tinha se passado um ano após o "desaparecimento" de minha mãe e finalmente os amigos de Damon tinham a  libertado.

Eu não queria vê-la novamente, na verdade eu não queria vê-la nunca mais!

Mas eu acabei sendo forçada à isso quando Damon fugiu da cidade sem deixar rastros, se livrando da cena do crime e me deixando como cúmplice.

A polícia investigou o caso por meses até conseguirem achar o maldito lugar onde minha mãe estava.

Durante todo aquele tempo eu não fui capaz de abrir minha boca para dizer o que tínhamos feito naquela tarde...

Eu estava fodida.

Não fui capaz de dizer aos policiais que eu era espancada dentro de casa pela minha própria mãe.

Por fim, eles abafaram o caso com a história de que minha mãe havia sido sequestrada. Aquela foi a versão que contaram ao público.

Mas eles sabiam da verdade, porém, não queriam enfrentar meu pai e o advogado dele que se recusaram a acreditar que sua filhinha estava envolvida naquilo.

Eu procurei por Damon no dia do ocorrido, procurei um dia após e de novo e de novo e de novo... Mas nem sua mãe sabia onde ele tinha se metido.

Katherine Foster, sua mãe, me confortou ao dizer que ele fazia isso quando as coisas estavam difíceis, mas que ele tornava a aparecer novamente. Contudo, não foi isso que aconteceu.

E eu esperei... por meses...

Limpo uma lágrima que escorreu pela minha bochecha, tentando não relembrar da sensação que senti ao ser abandonada por Damon.

Eu não queria recordações do dia que fui traída...

Mas, então, quando menos espero, a porta da delegacia se abre e minha garganta seca quando vejo minha mãe.

Seus cabelos estavam bagunçados e sujos, assim como seu rosto. Suas roupas de grife estavam rasgadas e sua pele esfolada. Aquilo fez um bolo se formar em minha garganta.

Não fiz questão de me levantar do acento onde eu me encontrava até então. Não queria sujar minhas mãos.

Mas ela me viu.

No meio de todos aqueles repórteres e câmeras voltadas para ela, ela me viu.

Viro meu rosto rapidamente, mas é tarde demais quando ela corre até mim.

- Minha filhinha...- minha mãe se abaixa para ficar da minha altura e beija minhas mãos.- Senti tanto a sua falta...

Mentira.

- Olhe para a mamãe...- ela toca meu rosto, chorando.- A mamãe te ama...

Mentira.

- Tessa.- meu pai rosna ao meu lado.- Olhe para sua mãe.

- Também senti saudades, mamãe.- faço o que ele pede.

Mentira.

- Me desculpa, minha filhinha, eu não queria...

Mentira.

- Está tudo bem, querida.- meu pai ergue minha mãe.- Vamos para casa.

🏈
•Damon Foster•

3 anos atrás...

Meus olhos ardiam a cada lágrima teimosa que escorria pela minha face.

Eu não podia chorar. Não tinha tempo para chorar.

A polícia estava atrás de mim e meu histórico com eles estava manchado por ter entregado Antonella Costello nas mãos de dois dos maiores torturadores da cidade.

Eu não possuía arrependimento por isso.

Mas talvez, tivesse marcado de uma forma negativa a vida de Tessa...

Eu não queria pensar nisso, não queria me machucar mais ao lembrar de como ela chorou em seu quarto quando descobriu que eu havia "sumido".

Eu estava .

Mas eu não podia continuar por perto. Então, resolvi fugir, como sempre fazia...

Mas eu não a abandonei. Eu escrevia para ela...

Todos os dias.

Nunca obtive uma resposta, mas sabia que mesmo de outro da cidade ela estava lendo as minhas cartas.

Ela sempre leu.

O Preço da PerfeiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora