Capítulo Dezessete.

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“Eu tô apaixonado, eu tô contando tudo, e não tô nem ligando pro que vão dizer.
Amar não é pecado e se eu tiver errado, que se dane o mundo, eu só quero você” Amar não é pecado.

A ocitocina é produzida pelo hipotálamo e armazenada na hipófise posterior. O corpo produz ocitocina naturalmente quando a pessoa está relaxada e segura.

Ramiro e Kelvin estavam relaxados e seguros juntos. Acordar abraçados após uma noite tão boa era como estar num sonho, era uma paz indescritível como não sentiam a muito tempo.

— Bom dia, meu amor. — Kelvin é o primeiro a dizer, seus braços agarrados ao tronco desnudo de Ramiro e ele leva seu nariz ao pescoço do maior para sentir o aroma natural dele que parecia melhor do que qualquer perfume.

— Bom dia, meu bem. — Ramiro beija a testa de Kelvin e o aperta mais em seu braços, quase como se quisesse colocá-lo dentro de seu coração no modo literal. — O que nós somos? Namorados?

— Ah, Rams, nós temos mais de trinta anos, uma história no passado e duas filhas né, passamos da fase de precisar desses rótulos. — Mas no fundo, Kelvin acha adorável Ramiro ainda querer ser seu namorado, como se ainda fossem os mesmos de 2012.

— É… você tá certo. — O tom de voz do negro era de decepção, ele claramente queria colocar um rótulo na relação deles mas iria respeitar as vontades de Kelvin.

Só que ninguém resiste ao bico manhoso que Ramiro Neves La Selva faz sempre que não consegue o que quer.

— Namorados, nós somos namorados então. — Assim como uma criança quando ganha doce, Ramiro abre o maior sorriso depois daquela fala de seu amado, então não se contém e inverte sua posição na cama, ficando por cima de Kelvin e começa a lhe fazer cócegas. — Que isso, Ramiro? Para…

— Meu namorado, você é meu namorado! — Ramiro exclama muito feliz, ele passa a dar beijos por todo o pescoço, nuca, bochechas e termina com um beijo no nariz cheio de sardas. — Te amo, te amo, te amo.

— Eu também te amo, muito. — Os dois selam os lábios mas o momento é interrompido pela barriga de Kelvin roncando. — É, mas eu também tô com muita fome.

— Vamos comer, todo mundo deve estar esperando a gente. — Ramiro beija a bochecha de seu namorado antes de sair da cama para ir até o banheiro escovar seus dentes.

Os dois fazem a higiene matinal, se vestem e em poucos minutos estavam descendo as escadas de mãos dadas direto para a cozinha, ambos carregavam um enorme sorriso em seus rostos pois estavam animados para contar a grande novidade para todos.

— Pessoal… — Ramiro chama a atenção de todos que ali estavam: Antônio, Irene, Stênio e as pequenas Maria Luiza e Dulce, que apenas levantam o olhar para o casal de pé. — Bom… nós estamos namorando.

— Então Stênio, como eu tava te falando… — Antônio apenas prossegue a conversa assim como os outros na mesa continuam seu café sem se importar com as boas novas, Ramiro e Kelvin ficam confusos ao se sentarem ao lado de suas filhas.

— Nossa, podiam ficar menos empolgados. — Kelvin comenta com uma careta enquanto se serve com um pouco de café e muito leite.

— Pois é, até vocês duas que tavam fazendo planos pra juntar a gente, não gostaram da novidade? — Ramiro cutuca sua filha com o ombro e a garota apenas ri.

— Ai papai, é que não é novidade nenhuma vocês dois estarem juntos. — Maria acaricia o queixo de Ramiro que faz um bico manhoso.

— Pois é, pai Rams, vocês são namoradinhos faz tempo, só tavam separados. — Ao escutar sua filha falar aquilo tão naturalmente Kelvin sente que poderia até chorar, mas apenas deixa um beijo na bochecha da pequena ruiva.

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