Barzinho

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Quando chegaram ao barzinho, a banda já estava tocando e o samba conduzia os presentes numa roda ao redor dos músicos. A turma juntou duas mesas pra que todos ficassem juntos e um garçom já veio anotando os pedidos.

Amaury foi logo pedindo sua verdinha e observou Diego pedindo uma cerveja sem álcool. O menor puxou uma banqueta alta e colocou próxima de Amaury, que estava em pé, apoiado na mesa bistrô.

— Você não bebe? — Amaury perguntou a Diego, indicando a garrafa que o garçom colocava à sua frente e observando o menor se ajeitar na banqueta.

— Bebo, mas estou evitando durante a semana, sabe?! Me poupa da dor de cabeça e da ressaca no dia seguinte.

— Faz sentido! — Amaury concordou, admirando a determinação de Diego. — Eu deveria fazer o mesmo, mas não consigo resistir.

Diego riu, um brilho divertido nos olhos.

— É, eu entendo. A tentação é grande aqui... — O menor ergueu uma sobrancelha, e algo na forma como falou fez Amaury perceber que Diego não se referia apenas à cerveja.

Amaury sentiu um leve frio na barriga e desviou o olhar, dando um longo gole em sua cerveja. Diego sorriu, parecendo perceber o leve nervosismo do outro.

— É contagiante, né?! — Diego viu a dúvida no olhar de Amaury, e sinalizou com a cabeça para os amigos que dançavam e cantavam.

Amaury sorriu aberto e Diego viu o brilho nos olhos dele ficar mais forte.

— Não tem como ficar triste numa roda de samba!

— Isso é o puro suco do Rio de Janeiro! — Diego gargalhou e Amaury o acompanhou.

— Vem! — Amaury se levantou, num súbito e ofereceu a mão para Diego.

— Oi?

— Vem dançar. — Amaury exclamou, seu sorriso radiante iluminando o ambiente.

— Amaury... — Diego riu, um pouco envergonhado. — Eu não sei sambar. Sou péssimo!

Amaury tombou a cabeça pro lado e fez um biquinho fofo, gesto esse que desmontou Diego.

— Tá bem, mas você vai ter que me ensinar. — Diego finalmente cedeu e Amaury sorriu, contente com a ideia.

— Pode deixar, eu sou um bom professor!

Enquanto conversavam, o garçom trouxe novas garrafas de bebidas. Amaury brindou com Diego, bebendo um gole e segurando a mão do mais novo, puxando-o em direção dos demais amigos.

Diego hesitou um pouco no início, mas a animação de Amaury era contagiante. Logo, o ruivo arriscava imitar os passos do outro, rindo de si mesmo.

A música mudou, e a roda de samba se animou ainda mais. Amaury sentiu uma onda de alegria tomar conta dele, ou talvez fosse o álcool já parecendo fazer efeito sobre o preto, o deixando mais leve.

— Cê tá indo muito bem! — Amaury gritou se fazendo ouvir através da música alta, batendo palminhas para encorajar Diego a se soltar.

Se deixaram levar pela música, e Diego viu quando uma mulher se aproximou por trás de Amaury, passando os braços por sua cintura e apoiando a cabeça em seu ombro, sorrindo de forma travessa.

Amaury virou o rosto intrigado e, quando viu quem era, abriu um sorriso, a puxando para um abraço.

— E aí, dançarino! Posso me juntar a vocês?

— Claro! Cê quer alguma coisa? Cerveja? Caipirinha? — perguntou ele, animado.

Diego observou a interação com uma mistura de curiosidade e um leve desconforto. Não sabia de onde estava vindo o sentimento que se apossava de seu interior. A moça parecia totalmente à vontade com Amaury, o que fez com que ele se sentisse um pouco deslocado.

Sem ensaio - DIMAURYWhere stories live. Discover now