Buquê de rosas.

51 6 5
                                    

Heeseung soltou um suspiro cansado enquanto caminhava para dentro do restaurante.

Ele não pretendia voltar para casa tão cedo. A ideia de voltar para um apartamento que estava normalmente vazio, mesmo que quatro pessoas morassem lá, começou a se tornar insuportável para ele. Principalmente porque, agora, de uma hora para outra, tudo pareceu esfriar, tanto com Sunoo quanto com seus amigos, aqueles com quem costumava jogar video games até tarde da noite.

Quando tinha gente na casa, o silêncio parecia ser pior ainda.

O dia havia sido péssimo, e a última coisa que ele queria era encarar o silêncio sufocante de seu lar. Sua mente estava uma bagunça, os pensamentos embaralhados, e uma pressão crescente se acumulava no peito, embora ele não conseguisse entender exatamente o que era.

Assim que entrou no restaurante, escolheu uma mesa discreta, num canto quase esquecido, longe dos olhares curiosos. O local estava calmo, mas o ambiente aconchegante e acolhedor não trazia o conforto que ele esperava. Seu estômago roncava, mas era o coração que parecia estar vazio.

“Depois do jantar, vou tentar ligar para o Sunoo”, pensou, tentando se animar. A ideia de ouvir a voz suave e doce do namorado trouxe uma leve esperança, por mais que eles estivessem extremamente distantes agora.

Era estranho como mesmo depois de tudo, Sunoo ainda conseguia despertar nele esse afeto genuíno, mesmo que enterrado sob camadas de culpa e confusão. O amor que sentia pelo namorado antes — de formas suspeitas — agora aumentou duzentos, trezentos por cento, ele só não sabia lidar com isso, muito menos demonstrar. Sentia que tudo já estava arruinado.

Depois de terminar a refeição, ao caminhar lentamente em direção à sua casa, querendo matar o tempo, Heeseung passou por uma floricultura. Ele não iria parar, mas se pegou olhando fixamente para as flores belíssimas do local, o olhar perdido nas cores vibrantes. Sorriu levemente enquanto entrava.

Ele pegou em suas mãos uma rosa vermelha como já havia feito várias vezes, segurando-a com delicadeza. Ficou ali, observando a flor por alguns segundos. Algo sobre aquele gesto, que antes parecia irrelevante e automático, agora o deixava extremamente triste. A rosa, que ele costumava dar para Sunoo sempre que o traía, agora pesava em suas mãos de um jeito diferente, constantemente o lembrando de todas as suas mentiras.

Ele pensou bastante, imaginando se algum dia poderia dar ao Kim flores lindas, reais, de amor, da forma como ele merece. Imaginou como seria a reação do namorado ao receber aquilo de forma genuína, sem mentiras, sem arrependimentos. Com certeza o sorriso mais lindo do mundo surgiria em seus lábios.

Heeseung sorriu, olhando em volta. Não custava tentar.

Ele comprou um enorme buquê de rosas, o mais bonito que tinha alí, e seus olhos brilhavam com uma animação quase infantil enquanto ele pagava. Foi caro, muito caro, mas ele não ligou. Seu objetivo de hoje seria dizer um "eu te amo" sincero ao namorado enquanto o via sorrir.

Naquele momento, enquanto caminhava — agora rapidamente — em direção ao seu apartamento, o coração de Heeseung se apertou em ansiedade. Ele decidiu de uma vez por todas que era hora de mudar, de finalmente ser honesto.

Ele sempre havia deixado Sunoo esperando por migalhas de atenção, e agora era finalmente o momento de deixar de lado o seu lado estúpido, egoísta, e começar a amá-lo de verdade. A demonstrar de verdade.

Pegou o celular, decidido a ligar para Sunoo. Ele esperava que Sunoo o atendesse e dissesse que estava em casa, então, quando Heeseung finalmente chegasse, ele iria se abrir e contar toda a verdade ao Kim, revelar todos os segredos que escondia.

Um pequeno sorriso se formou em seus lábios enquanto discava o número. Ele queria acreditar que ainda havia chances de consertar tudo, que ele poderia se redimir.

Rosas | HEESUNOnde histórias criam vida. Descubra agora