Narrador
As amigas subiram as escadas apressadamente, em direção aos aposentos de Natália. A caçula dos Cardoso estava com um misto de sensações e sentimentos se apossando de seu corpo no momento.
Tirando o desejo de ter sua "sereia" em seus braços, e sentir o gosto de seus beijos e o calor de sua pele sob a sua. Com toda certeza, afirmaria que o que a dominava era a euforia, uma euforia que nem todos os seus psicofármacos juntos conseguiriam proporcionar.
Isso era causado apenas por ela, por sua "sereia".
Algo também provocado pela breve, porém intensa interação com sua professora, foi o acelerar descompassado de seus batimentos cardíacos, dando a impressão de que seu coração sairia pela boca.
Quando chegaram em seu quarto, Helena colocou a garrafa de champanhe na mesinha e pegou as duas taças que estavam com Natália, fazendo o mesmo com elas.
Um incomum silêncio pairava sobre elas.
Helena percorreu os olhos pela figura da amiga, como se estivesse lhe analisando e também em expectativa. Não entendia o que se passava com Natália, pois ela havia se retirado abruptamente do salão, após a alfinetada de dona Virgínia, e então voltou como se o ocorrido não fosse mais do que uma mera lembrança.
Ao retornar, cochichou para que Helena pegasse uma bebida e que fossem para o quarto. Aparentemente precisava lhe contar algo com urgência, "uma bomba" para ser mais específica, foi o termo utilizado por Natália
Agora que finalmente chegaram em seu quarto, a jovem Cardoso estava bem quietinha, o que não era condizente em nada com sua personalidade.
Além disso, quando não estava cutucando as cutículas e balançando as pernas, olhava de maneira furtiva para seu cavalete, cujo quadro estava coberto por um pano branco, próximo à varanda do quarto.
Com isso, a ruiva já conseguiu entender mais ou menos o que se passava na mente da amiga, uma momentânea onda de alívio percorreu seu corpo. Mas como Helena tinha se preocupado, resolveu que Natália teria que enfrentar as "consequências" de causar-lhe emoções desconfortáveis.
Os diabinhos de sua sala de comando, deram uma ideia para Helena, que pegou um travesseiro e bateu com ele algumas vezes em Natália, que tentou inutilmente se esquivar dos "ataques".
一 Ai, ai Helena, que merda é essa? Ficou maluca? Por que você tá me batendo do nada?
一 Do nada não né, dona Natália. Eu aqui toda preocupada com você, pensando nos piores cenários, aí percebo que você ficou esquisita por causa xota, puta que o pariu né?
一 Credo Helena, não fala assim! A Carol é incrível, diferente de todas as mulheres que já conheci, não sei nem explicar direito.
Natália quase se perdia em seus pensamentos, ao lembrar de sua "sereia", o olhar apaixonado já se fazia presente em seu semblante, algo que não passou despercebido por Helena.
一 Ah, então isso explica aquele quadro que você fez dela, e que não para de olhar com cara de besta. O chá deve ter sido incrível mesmo.
一 Que mané chá, Helena? Eu comecei a fazer não tinha nem beijado ela ainda, e...
Helena começou a gargalhar e Natália começou a se irritar.
一 Dá pra maneirar um pouco aí? Daqui a pouco vão te ouvir e achar que você tá tendo um ataque. Cheio de médico aqui, vão internar você.
一 Tá parei, parei. Mas, me explica isso direito. Porque assim, se você quer e ela claramente quer, por que ainda não rolou nada?
Natália bufou, tirou seus saltos, subiu mais na cama, e então abraçou o travesseiro que Helena tinha usado para bater nela, sua feição se entristeceu.
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encontrando meu lar
Fanfictiona história é minha imaginação sobre um universo alternativo do casal narol, versão em que natália é uma estudante de medicina que se apaixona por sua nova professora de neurociências ana carolina. para as duas que tanto fugiram do amor, o que vão fa...