A toxic love".

A Tempestade Interior.

Capítulo 102 – A Tempestade Interior

A festa estava se aproximando do fim, mas a tensão que pairava entre Chuck e eu ainda estava em alta. A música tocava, as risadas ecoavam ao nosso redor, mas eu sentia que algo estava prestes a romper.

Mais tarde naquela noite, encontramos um momento a sós no jardim, longe das risadas e da agitação da festa. Chuck estava claramente lutando contra suas emoções, e a frustração dele transparecia em cada palavra.

— Eu só não entendo por que você está tão disposta a voltar para Nova York. — ele disse, sua voz carregada de raiva contida.

Senti meu coração apertar. — Chuck, você sabe que essa é uma oportunidade incrível para mim. Não é só sobre nós, é sobre o meu futuro.

— E o que eu sou então? — ele retrucou, a frustração se transformando em algo mais profundo. — Apenas uma opção? Você não vê que isso me machuca?

A raiva dele era palpável, e a tensão em seu olhar me fez hesitar. Queria consolá-lo, mas em vez disso, a discussão apenas aumentava. Sem pensar, avancei em sua direção, buscando contato físico. Nossos corpos se encontraram em um impulso de paixão e desejo reprimido.

O beijo começou suave, mas rapidamente se transformou em uma tempestade. Chuck me puxou para perto, como se quisesse me absorver completamente. A intensidade da sua raiva e da sua paixão se misturaram, criando uma explosão de sentimentos.

Mas à medida que a situação esquentava, a pressão interna dele começou a se manifestar. Em um momento de impulsividade, Chuck me empurrou levemente contra a parede. O contato abrupto foi tão inesperado que me deixou atordoada.

— Eu não posso fazer isso, Maddy! — ele gritou, sua voz ecoando no ar noturno. — Não posso apenas ficar aqui e fingir que está tudo bem quando você está pronta para voltar para lá!

O momento de prazer se transformou em confusão e dor. Fiquei paralisada, as palavras dele ecoando em minha mente. O que deveria ser uma expressão de amor e desejo virou um campo de batalha emocional. O que deveria nos unir agora parecia nos afastar.

Tentando acalmá-lo, me aproximei novamente. — Chuck, eu não estou aqui para machucar você! Eu quero você na minha vida!

Mas a raiva dele era forte, e em um momento de frustração, ele me empurrou para longe. O impacto não foi só físico; atingiu diretamente meu coração.

As lágrimas começaram a escorregar pelo meu rosto. Não era só a dor do empurrão, mas o peso das palavras que ele disse. Chuck se virou, passando a mão pelo cabelo, claramente lutando contra seus próprios demônios.

Ele estava em conflito, e eu também. Sabia que havia uma linha tênue entre amor e dor, e, naquele instante, éramos dois amantes perdidos no meio da tempestade. O desejo e a frustração se entrelaçavam de forma perigosa.

Chuck se aproximou novamente, mas a expressão em seu rosto agora era de arrependimento. Ele não queria me machucar, mas a raiva que sentia pela situação havia transbordado.

— Maddy, eu… eu não queria fazer isso. — ele disse, a voz baixa, a vulnerabilidade agora transparecendo em seus olhos.

A dor no meu peito cresceu. — Eu sei que não, Chuck. Mas você precisa entender que eu tenho sonhos e oportunidades. Não quero que isso nos destrua.

Ele baixou a cabeça, claramente devastado. A conexão que tínhamos era real, mas as inseguranças e as circunstâncias estavam se tornando um fardo.

— Estou tão confuso. — ele murmurou, e vi que sua expressão se suavizava. — Eu te amo, Maddy, mas não sei como lidar com tudo isso.

As palavras "eu te amo" flutuaram no ar, e, por um momento, tudo pareceu mais claro. Eu também o amava, mas o que faríamos com isso?

— Nós precisamos conversar, Chuck. Precisamos ser honestos um com o outro. — sugeri, tentando encontrar um caminho para a luz no meio daquela tempestade emocional.

Ele assentiu, os olhos cheios de arrependimento, e, enquanto o silêncio nos envolvia, percebi que nosso amor estava em um momento crucial. Poderíamos superá-lo ou deixar que a tempestade nos separasse para sempre.

E, naquele momento, sabíamos que a decisão estava em nossas mãos.