Nate
Estava sentado na sala, tentando organizar meus pensamentos, mas a voz do meu avô dominava o ambiente. Ele gritava sem parar, seu rosto vermelho, enquanto andava de um lado para o outro. Eu mal conseguia ouvir meus próprios pensamentos.
- Ela trouxe vergonha para nossa família, Nathaniel! Vergonha! Você foi idiota ao envolver-se com aquela garota! – ele vociferava, a cada palavra mais furioso. Nem parecia que ele ficava ali sentado ouvindo e dando ideias de decoração para festa.
Eu tentava ignorar. Já não era a primeira vez que ele dizia isso. Desde que Jenny e eu terminamos, ele não parava de me lembrar como eu "errei" ao apresentá-la para todos, ao levá-la para os eventos da família, ao chamá-la de minha noiva. Por um tempo, eu concordei com ele. A raiva que eu sentia era um veneno lento, corroendo qualquer lembrança boa que eu tinha de nós dois. Mas agora eu não conseguia mais sentir isso estava um turbilhão de coisas rodando na minha cabeça, ao mesmo tempo que eu queria abraçá-la eu queria questionar. Por que nós ficamos sem se falar? Isso foi o maior sinal de imaturidade já visto, um relacionamento sem diálogo acaba exatamente assim, com confusões e sem um fim certo.
- Você está me ouvindo, Nathaniel?! – O velho gritou, sua voz cortando o ar como uma lâmina.
-Estou, estou, mas... isso não muda nada, - murmurei, sem olhar para ele.
- O quê? – Ele parou de andar, fitando-me como se eu tivesse perdido a cabeça. - Você ainda vai defender aquela garota? Depois de tudo que ela fez?
- Não sinto mais raiva dela, vovô. - As palavras saíram mais firmes do que eu esperava. Respirei fundo, sentindo o peso do que tinha acabado de dizer. – Sem contar que o que aconteceu entre nós não foi nada sério, foi infantilidade de ambas as partes.
O silêncio que se seguiu foi quase pior do que os gritos. Ele me olhou como se eu tivesse acabado de dizer a coisa mais absurda do mundo.
- Você ainda a ama?! – Sua voz estava cheia de descrença e fúria, eu não respondi de imediato.
- Sim, acho que ainda a amo. – Me levantei, passando a mão pelo cabelo, tentando organizar o que estava sentindo.
- Isso é loucura! – ele explodiu. - Ela te humilhou! Destruiu nossa reputação! Como você pode sequer pensar em amá-la depois de tudo isso? – a ideia de Jenny ter abandonado Yale e feito um show vergonhoso daqueles fazia com que ele tivesse náuseas e um colapso mental, até porque foi ele quem a apresentou como futura Van der Bilt.
- Porque o que a gente tinha era real, vovô. O que aconteceu... foi complicado, mas não apaga tudo. O amor não é simples assim.- Eu sabia que ele jamais entenderia isso. Para ele, era tudo ou nada. Mas para mim, as coisas tinham mudado.
Sem dizer mais nada, saí de casa. Havia algo que eu precisava fazer, algo que vinha adiando por tempo demais.
Assim que saí de casa, o ar fresco da tarde de Nova York me atingiu como um soco. O som dos gritos do meu avô ainda ecoava na minha cabeça, mas lá fora, a cidade seguia seu ritmo normal, indiferente ao caos dentro de mim. Apertei os olhos, tentando clarear minha mente. Eu sabia que precisava encontrar Jenny, mas como diabos eu começaria essa conversa com Rufus? O homem sempre foi duro, prático, e eu... bem, eu estava um completo desastre. Nem tinha certeza se ele tinha contato com a Jenny, até onde eu me lembro eles estavam brigados e provavelmente não fizeram as pazes, mas não custa nada tentar.
Levantei a mão e acenei para um táxi. O trânsito estava movimentado, como sempre, mas a luz do fim da tarde dava à cidade uma espécie de brilho dourado. Quando o carro parou, entrei rapidamente e dei o endereço de Rufus. Afundei no banco e, enquanto o táxi começava a se mover pelas ruas movimentadas, meus pensamentos começaram a girar mais rápido que os carros ao nosso redor.
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Fresh Start ♡ little J
FanfictionCom o início do novo estágio Blair decide finalmente deixar Jenny em paz para voltar a manhattan. Afinal se ela expulsase cada garota que transou com C New York estaria vazia não é mesmo? O que será que a pequena Jenny vai fazer com a sua carta bra...