Capítulo 14 - Bela

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Sabe aquela sensação de que as coisas estão indo bem, e, de repente, o universo decide que é hora de sacudir tudo? Coisas simples que deveriam ser fáceis e sem complicações se transformam em um caos absoluto

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Sabe aquela sensação de que as coisas estão indo bem, e, de repente, o universo decide que é hora de sacudir tudo? Coisas simples que deveriam ser fáceis e sem complicações se transformam em um caos absoluto. Tipo quando você resolve lavar só um par de meias na máquina porque acha que não vai dar trabalho e, de repente, toda a sua casa está alagada. Ou quando você decide cozinhar um simples macarrão instantâneo, e, por alguma razão misteriosa, a água ferve, transborda da panela no fogão e derrama no chão, tornando a cozinha vira uma cena de guerra. Ou ainda, quando você só quer assistir um episódio de uma série e, seis horas depois, percebe que está emocionalmente devastada por causa de personagens fictícios que nem deveriam estar na sua vida.

E aí, claro, tem o caso mais recente da minha lista: sexo casual, simples e sem compromisso com um idol lindo de morrer. Fácil, certo? Era para ser. Mas aqui estou eu, no chuveiro, deixando a água escorrer pelo meu corpo, tentando lavar a sensação de caos que se instalou. Porque, de alguma forma, eu consegui complicar o que deveria ser a coisa mais simples do mundo. Sexo bom, sem vínculo, sem drama. Mas, ah, que surpresa! Estou apaixonada. Justo por quem? Por ele. Por Jimin.

Eu deixo a água quente escorrer pelos meus ombros, mas não faz o menor sentido. Nada vai limpar essa confusão mental que estou vivendo. Porque não faz sentido nenhum. Logo eu, que sempre fui tão firme, tão segura do que eu queria, caí no maior clichê possível: me apaixonar por um idol. E nem um idol qualquer, né? Jimin. Lindo, sexy, talentoso. E com a quantidade máxima de complicações possíveis. A maior delas? A impossibilidade absoluta de a gente ter qualquer tipo de relacionamento que vá além do que já tivemos. Eu sabia disso desde o começo, e ele também. Estava claro para ambos: isso era apenas diversão. Sexo excelente, diga-se de passagem, mas sem compromisso, sem drama. Sem sentimentos.

O problema é que, há pouco mais de uma hora, eu me peguei fazendo uma pergunta tão idiota, tão reveladora, que até agora não consigo acreditar. Eu perguntei se ele queria que alguém esperasse por ele enquanto ele estivesse no serviço militar obrigatório. Quero dizer, que tipo de pessoa faz uma pergunta dessas? Principalmente quando você sabe que ele não vai pedir isso! E ele não pediu. Ele nem me respondeu. Mas eu sabia. A resposta estava clara no silêncio dele. Ele nunca me pediria para o esperar. Ele não quer isso. Eu sabia disso, droga!

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Mas, mesmo sabendo, a pergunta escapou, revelando algo que eu não estava pronta para admitir: eu queria mais. Eu queria que ele me pedisse. Eu queria que ele dissesse que isso foi mais do que apenas sexo casual, que foi mais do que noites incríveis e endoscopias constrangedoras. E ele disse. Mas ele também disse que "poderíamos ter sido". Ou seja: não seremos.

Eu me chamo de burra pela terceira vez enquanto fecho os olhos e deixo a água cair no meu rosto. Como eu, uma mulher tão decidida, fui cair nessa? Eu sempre soube o que eu queria e o que eu não queria. Eu sempre fui boa em não me envolver demais, em manter tudo leve e divertido. Mas, de repente, aqui estou, desejando que ele tivesse me dado qualquer sinal de que talvez isso pudesse ser algo a mais. Mas ele não deu. E eu sabia que seria assim. Porque era isso que tínhamos combinado desde o início.

E agora estou aqui, me afundando num banho quente e numa onda de sentimentos que eu não queria. A água quente não consegue lavar o ridículo da situação. Apaixonada pelo cara que eu mesma ajudei a manter à distância. Porque, claro, eu sou prática. Eu sei como evitar complicações. Até que não saber mais.

É como se o universo estivesse rindo de mim nesse exato momento. Eu sei que estou sendo irônica comigo mesma, mas isso não alivia. Nada alivia.

Eu saio do banho, me enrolando na toalha, e me olho no espelho. E vejo o que? O reflexo de alguém que caiu na armadilha mais antiga do mundo. Agora, nada parece simples. Nada está sob controle.

— Burra. Burra! — digo em voz alta para o meu reflexo. Porque essa é a única palavra que faz sentido agora.

Deito na cama e respiro fundo, tentando relaxar. Não adianta, minha cabeça está a mil. O dia foi um turbilhão de emoções, e agora, sozinha no quarto, elas parecem ainda mais intensas. Cada detalhe, cada cena está passando como um filme na minha mente, sem pausa.

A verdade? Doeu ver Jimin todo gentil e atencioso com a Sofia. Eles estavam flertando abertamente o dia inteiro, e eu ali, quieta, profissional. Eu fiz o meu trabalho, não deixei a peteca cair. Mas por dentro... ah, por dentro era outra história. Cada risadinha, cada troca de olhares entre eles me dava um nó no estômago. Eu me sentia... boba. E, se tem uma coisa que eu odeio, é me sentir assim. Desrespeitada? Um pouco. Irritada? Com certeza. Mas, acima de tudo, boba. Porque, por mais que eu quisesse manter uma postura firme, ver aquela química deles foi como levar tapas o dia inteiro.

E se tem uma coisa que eu ainda não digeri completamente, é o incômodo de vê-los flertando o dia todo. Por mais firme que eu seja, ver aquilo me irritou. Foi como se, de repente, eu estivesse assistindo a um jogo no qual eu nem sabia que estava participando. E isso me deixou com raiva. Não é como se eu quisesse controlar o que ele faz, mas ver aquele clima entre eles me fez sentir... pequena. E isso não é algo que eu aceito facilmente.

A grande surpresa, no entanto, foi ele ter ido até a Hybe atrás de mim. Isso eu não esperava. Quando ele começou a se explicar, dizendo que não tinha rolado nada com a Sofia, eu não acreditei de cara. Quer dizer, eles estavam praticamente prontos para sair numa lua de mel, pelo que parecia. Mas, aí, do nada, ele começa a falar de forma tão sincera... me pega desprevenida, como se estivesse realmente abrindo o coração. Eu baixei a guarda. Fazer o quê? Sou humana. Quem sabe trouxa. Mas humanos são trouxas.

Quando ele soltou que poderia estar no hotel com Sofia, mas escolheu estar ali comigo... eu confesso que isso mexeu aqui dentro. Fez sentido. Ainda tinha aquela pontinha de dúvida, claro, porque eu sou desconfiada por natureza, mas, naquele momento, ele estava ali mesmo. E isso era um fato inegável.

Aí veio o beijo. E todas as minhas defesas foram para o espaço. Eu senti falta dele, não adiantava fingir o contrário.

A saudade estava ali, latente, e, no momento em que os lábios dele tocaram os meus, todo aquele sentimento reprimido transbordou. Ele me beijou como se quisesse consertar tudo, como se estivesse tentando me mostrar algo que as palavras não conseguiam dizer. E, por um momento, eu deixei acontecer.

Jimin - CONCLUÍDAWhere stories live. Discover now