"E como um girassol eu giro em torno de você
Que é meu sol até de noite"
Girasole - Giorgia
– Ô, bem, cê voltou – Ramiro disse em um tom muito dengoso quando viu Kelvin chegar da rua com o rosto levemente vermelho de quem veio correndo. Observou que ele trazia uma sacola na mão.
– Voltei. Foi rapidinho. – Kelvin deu um beijinho no namorado e fez um carinho na barba dele. – Você tá bem? Ficou direitinho enquanto eu estava fora? Precisou de alguma coisa? Doeu algum lugar por causa da nossa brincadeirinha mais cedo?
Ramiro deu um sorrisinho safado ao lembrar-se da brincadeirinha, sua primeira vez fazendo sexo oral com Kelvin.
– Doeu nada não, Kevinho. Eu dei uns cochilo e acordei inda agora. – Ramiro apontou para uma caixa em cima do pufe. – Chegou aquela caixa ali procê. A Luana que trouxe aqui pra cima.
– Ah, minha encomenda chegou bem a tempo! – Kelvin comemorou e colocou a sacolinha ao lado da caixa. Arrancou a fita apressadamente, retirou o conteúdo da embalagem e foi colocando sobre a cama. – Roupas novas para nós, Rams! – anunciou olhando sua compra. – Olha essa camisa, você gostou? – perguntou mostrando a ele uma camisa amarela de mangas compridas com bordados dourados.
– Cheia dos ouro... Não entendo nada desses negócio, mas vai ficar bonita n'ocê, deve de ficar bão na sua pele branquinha.
– Eu vou usar essa hoje no casamento de Anely. E você vai vestir o quê, hein, amor?
– A merma roupa de sempre de todos os casamento que é a melhorzinha que eu tenho.
– Certeza? Olha, também comprei essas duas camisas pra você! – ele disse e tirou da caixa uma camisa marrom e outra preta, ambas simples, sem detalhes extravagantes, apenas um pequeno bordado com a marca no peito. – Eu ia comprar umas cores diferentes, mas resolvi não arriscar e comprei das que você costuma usar mesmo. Comprei uma calça jeans nova também.
– Ocê gosta de gastar, né, pequetito?
– Gosto mesmo, mas não foi por isso. Você estava precisando, Rams Suas roupinhas estão muito surradas e não são de qualidade. Isso aqui é coisa boa, coisa fina, feita pra durar. Também comprei mais umas camisetas de ficar em casa, cuecas, meias, uns shortinhos confortáveis pra você dormir e ficar à vontade aqui. Você não vai ficar zanzando de cueca com o monte de pi-ra-nha que tem nesse lugar, não. Ah, mas não vai mesmo.
Ramiro riu da ciumeira dele e desse jeitinho de falar a palavra piranha enfatizando cada sílaba e balançando as mãozinhas tatuadas.
– Cê num tem jeito, pequetito... E eu já falei pra num gastar dinheiro com eu.
– Foram só umas coisinhas que você precisava, não reclama. Agora bora tomar banho pra se arrumar? Mas é sem brincadeirinha, hein? Se não a gente perde o casório.
– Tá certo, sem brincadeirinha – riu o ex-peão e deu a mão para o namorado que o ajudou a levantar da cama.
Depois de levá-lo para o banheiro e ajudá-lo a se despir, Kelvin voltou para o quarto a fim de buscar a sacolinha que trouxe da rua.
– Tcharam! Xampu e condicionador para cabelos cacheados! – anunciou o jovem, balançando a sacola na frente de Ramiro.
– Ô Kevinho, deixa de coisa, num inventa. Nunca usei esses negócio, lavava os cabelo e a barba com sabão e pronto.
– Invento, sim! Meu xampu não serve para o seu cabelo, então o Cacá me indicou essa linha maravilhosa para cuidar direitinho desses seus cachinhos. E ele também me indicou um bálsamo para barba. Eu nunca deixei a minha crescer muito, né? Não sei cuidar. Mas agora tenho um barbudo aqui em casa e nós vamos cuidar direitinho de você, amor.

YOU ARE READING
Oásis
FanfictionRamiro esteve perigosamente perto da morte, mas sobreviveu, estava ficando forte novamente e agora estava livre, tão livre que podia ser ele mesmo, sem amarras, sem máscaras, sem opressão. Tão livre que podia compartilhar de um pequeno momento de i...