CAPÍTULO TRINTA E QUATRO - A INFECÇÃO

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POV TAEHYUNG

Eu continuei esfregando meu nariz em seu pescoço e cabelo, esperando conseguir um pouco do seu delicioso cheiro. Mas não havia nada. Ela ainda cheirava a beladona, remédio e Jungkook.

Suspirei. Teria que esperar.

Passei meus dedos pelos seus longos cabelos sedosos e encostei minha bochecha em cima de sua cabeça.

Eu só queria que ela abrisse os olhos. Queria que ela falasse comigo. Precisava ouvir sua voz. Precisava dizer a ela que a amava.

Beijei sua testa e fechei os olhos.

Fui despertado quando o médico entrou no quarto.

"Bom dia, Alfa", disse o médico, segurando a ficha de Jennie em suas mãos.

"Bom dia, doutor", bocejei. "Esses são os resultados?"

"Sim", o médico assentiu e olhou para Jungkook.

Ele ainda estava dormindo, então com cuidado saí da cama e fui até ele. O sacudi e ele abriu os olhos. Ele se levantou imediatamente.

"O que houve?" ele perguntou. "Onde está Jennie?"

"Aqui mesmo", apontei para ela. "Ela está bem. O médico está aqui com os resultados dela."

Ele olhou para o médico e se sentou mais ereto. "Desculpe, doutor. Não tenho dormido bem. Esta é a primeira noite em que consegui dormir um pouco."

"Eu entendo, Beta", o médico disse com um pequeno sorriso. "Não precisa se desculpar."

"O que os resultados dizem?" perguntei e voltei para Jennie.

"Confirmamos que é uma infecção", disse o médico enquanto se aproximava de Jennie para verificar sua temperatura. "Continuaremos com os antibióticos."

"Ela ficará bem?" Jungkook perguntou e se levantou.

"Eu espero", o médico suspirou. "Ainda há beladona nela e isso está impedindo sua cura. Também diminui o efeito dos antibióticos que estamos dando a ela, então teremos que aumentar a dosagem."

Meu coração começou a bater dolorosamente. Eu queria fazer uma pergunta, mas tinha medo da resposta.

"Ela pode..." Jungkook começou a falar antes de respirar fundo. "Ela pode morrer?"

Minha respiração ficou presa na garganta.

O médico levantou a cabeça e olhou nervosamente para Jungkook e para mim.

"Ela pode", ele disse baixinho.

Jungkook e eu rosnamos alto.

Não.

Ela não estava morrendo! Ela não podia morrer!

Asher choramingou e Jungkook pulou da cama e foi até Jennie.

"Não", ele disse com firmeza. "Você não está morrendo, Jennie. Você me ouve? Você não vai morrer. Você não vai me deixar sozinho."

"Farei tudo o que puder", o médico disse quietamente.

Fiquei paralisado. Continuei olhando para o rosto lindo dela. Eu não podia perdê-la.

"Há algo que possamos fazer?" perguntei ao médico, sem desviar os olhos dela.

"Fiquem com ela", ele disse. "Os laços que ela tem com vocês vão ajudá-la"

Jungkook e eu assentimos, e o médico se virou para sair do quarto. Jungkook o deteve.

"Doutor, eu quero me transformar", Jungkook murmurou, acariciando o cabelo de Jennie. "Asher quer vê-la. É seguro?"

O médico se virou e coçou o pescoço. "Deve estar tudo bem. Apenas tenham cuidado e me chamem se algo acontecer."

Assim que o médico fechou a porta, Jungkook se levantou e foi até o canto mais distante do quarto para se transformar. Sentei ao lado de Jennie e segurei sua mão na minha.

"Estou aqui, meu amor", sussurrei para ela. " Você vai ficar bem."

Fui interrompido por um gemido. Virei a cabeça para olhar Asher. Ele estava parado no canto do quarto, com o rabo entre as pernas. Ele estava olhando para Jennie e juro que vi lágrimas rolando em seu rosto peludo.

"Está tudo bem, Asher", disse baixinho. "Ela está aqui, sua filhote está aqui"

Asher se aproximou dela e lambeu gentilmente seu rosto. Ele colocou a cabeça em sua barriga e fechou os olhos. Ele não parava de choramingar. Levantei sua outra mão e a coloquei na cabeça de Asher. Ele me lançou um olhar agradecido.

Dei-lhe um pequeno sorriso e olhei de volta para Jennie. Suas bochechas estavam levemente coradas por causa da febre. Seus olhos estavam fechados com força. Aquilo estava me matando. Eu só queria ver seus olhos. Queria que ela me olhasse. Queria dizer a ela que eu era um homem estupido, que não poderia estar mais errado. queria dizer o quanto a amava.

'Quero estar com minha companheira.' Leon choramingou. 'Me deixe sair, Taehyung.'

"Eu vou, Leon" Eu disse a ele. "Deixe Asher passar um tempo com ela. Você sabe o quanto ele sentiu falta dela."

Leon choramingou alto, mas parou de me pressionar para me transformar. 'Está bem. Vou esperar. Mas assim que ele voltar ao normal, você me deixa sair.'

"Eu vou." Eu prometi a ele.

Olhei para Asher, que ainda estava choramingando baixinho. Eu me sentia tão mal por Jungkook e por ele. Ele ficou arrasado quando ela desapareceu. Ele a amava tanto e muitas vezes a via como sua filha, em vez de sua irmã. O que fazia sentido. Ele não era muito mais velho que ela, mas a criou. Mesmo quando seus pais ainda estavam vivos, Jungkook estava cuidando de Jennie. Seus pais estavam frequentemente ausentes e ocupados lidando com a matilha. Seu pai, sendo Beta, viajava muito com o meu pai, e sua mãe ajudava minha mãe na casa da matilha. Jungkook cuidava de Jennie desde que ela era um bebê.

De repente, a cabeça grande de Asher se ergueu. Ele olhou para Jennie e soltou um gemido alto.

"O que aconteceu?" Eu me levantei, olhando de Asher para Jennie.

Ele voltou correndo para o canto do quarto e voltou ao normal. Jungkook pegou as roupas do chão e as vestiu novamente.

Ele correu de volta para a cama e olhou para Jennie. Ele segurou o rosto dela em suas mãos e beijou sua testa.

"Jennie?" ele a chamou. "Jennie, amor, você pode me ouvir? Eu estou aqui. Seu irmão mais velho está aqui."

Eu o encarei, confusa. "Jungkook, o que diabos está acontecendo?"

"Ela mexeu a mão, Taehyung", ele murmurou, sem desviar os olhos do rosto dela. "Ela apertou levemente minha pele."

Eu arfei e meus olhos se fixaram em seu rosto.

Por favor, acorde, querida!

"Jennie?" Jungkook a chamou novamente. "Por favor, amor, abra seus olhos."

Segurei a respiração e segurei sua mão na minha. Faíscas percorreram minha pele e segurei com força. Eu nunca a deixaria ir.

"Por favor, querida, acorde", eu disse baixinho.

Os olhos de Jennie se abriram lentamente. Jungkook e eu soltamos pequenos soluços.

Ela estava acordada. Obrigado, Deusa.

True Luna /  TAENNIEOnde histórias criam vida. Descubra agora