Por favor, antes de ler este capítulo leia o anterior para entender um pouco melhor.
Obrigada ♡︎
TW: palavreado feio, menções a suicídio, crises de pânico, traumas com manipulação e pais ausentes, pensamentos suicidas e depressivos.
Caso essas coisas te afetem ou deem gatilho, por favor não leia este capítulo!
E caso se identifique em algo, busque ajuda, você não está sozinh★ !
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[CONTINUAÇÃO]
‧₊˚—🍎Morajo on ‧₊˚
Dou um grito apavorado e sem querer derrubo o pote de vidro que segura a minha escova de dentes. Aquilo não podia estar acontecendo de novo, estava tudo bem,
as coisas estavam tranquilas e agora essa coisa volta?! só pode ser maldição ou alguma praga, isso é o preço a pagar?! Não aguento mais essa desgraça no meu corpo, me arrependo todos os dias de ter ido atrás dessa gosma maldita.
— nada disso estaria acontecendo se VOCÊ tivesse controle mental...
Uma voz ecoa na minha mente, uma voz familiar porém ao mesmo tempo desconhecida, ela era rouca, desconfortável de se ouvir, cada vez mais alta. Começo a ficar sem ar, meu peito está doendo, minha cabeça girando, coração acelerado, mãos suadas e tremendo, pernas bambas. alguém me ajude...
— se você tivesse escutado seu irmão, ele não teria esse trauma de ter sido atacado por VOCÊ...
🍎— para, por favor... eu não tenho culpa, tenho?!...
Minha voz está fraca e tremula, estou prestes a cair no chão, não cai até agora pois estou me segurando na pia, mas a cada vez que aquela voz fala minha cabeça gira mais e mais, minhas mãos tremem e suam e isso incentiva cada vez mais a me fazer cair.
— Claro que você tem culpa. Se tivesse ficado calado nada disso aconteceria, igual seus pais diziam.
Ao ouvir isso minha cabeça explode, meu coração se quebra e acelera cada vez mais, meu pulmão está doendo muito e praticamente sem ar, minhas pernas cedem e eu caio no chão. Lágrimas escorrendo pelo meu rosto, estou tão fraco ao ponto de não ter forças para soluçar de tanto chorar. Minhas mãos estão tremendo e suando MUITO, meus braços e pernas não têm forças para me reerguer, minha mente gira e gira sempre ecoando a mesma maldita voz.
— a culpa é sua que ninguém confia em você.
— Você é um monstro que sempre machuca os outros que estão ao seu redor.
— por que você insiste em continuar aqui?
— ninguém se importa com você, desista.
— ou continue machucando e traumatizando todos, se é isso que você quer.
Não tenho forças para mandar essa voz parar, apenas continuo olhando para o chão enquanto as lágrimas escorrem, cada vez mais frequentes, até que...
— POR QUE VOCÊ SIMPLESMENTE NÃO SOME?! ninguém vai sentir sua falta, seu irmão vai se sentir livre sem você para se preocupar, seus amigos não terão que se preocupar se você vai explodir com eles, seus pais não terão mais você para os incomodar. Todos sairão ganhando.
Minha visão começa a se destorcer e ficar cada vez mais escura, não escuto mais nada ao meu redor, apenas aquilo remoendo na minha cabeça. Meu corpo perde toda a pouca força que me restava, me deito no chão, olhando para a porta, sussurro "me desculpa, maninho" e ....
Tudo se desliga. Não vejo, nem sinto, apenas escuto. Porém está tão quieto que não há nada para se escutar. Tudo está em silêncio, uma paz interior, é assim que é a sensação de não estar atrapalhando ninguém? eu gostei....
Mas como é de mim que estamos falando, obviamente isso não dura muito, BOOM, algo se quebra e cai no chão, parece ser algo de madeira, talvez uma porta? não sei... não consigo ver... passos ecoam por trás da porta do banheiro, ou seja, no meu quarto.
A porta faz um barulho de como se estivesse se abrindo, eram meus amigos, eu acho... um grito de desespero cobre o banheiro, choros começam a tomar o lugar. Escuto alguém rapidamente discando um número no celular, uma voz tremula feminina começa a falar com oque parece ser um médico.
— por favor... meu amigo está desmaiado aqui, preciso se uma ambulância urgentemente.... Eu imploro... salvem ele...
Eu conheço essa voz... ZULMI. Ela está chorando... outra voz sussurra "por favor, não faz isso comigo... por favor" umas 30 vezes, a voz era a do meu irmão... eu queria poder reagir, mas meu corpo havia desligado, eu apenas conseguia ouvir ele, chorando e implorando para que eu acordasse.
Eu não quero mais viver com esse peso de ser uma preocupação para meus amigos, mas também não quero ser uma lembrança ruim de alguém que se foi... se for para eu continuar vivo, que eu não incomode ninguém com os meus sentimentos.
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‧₊˚⏰Alguns minutos depois‧₊˚
‧₊˚—🍏Torajo on ‧₊˚
Depois de alguns minutos, que pareceram ser anos, a ambulância finalmente chegou. Eu estava tão desesperado e fraco de tanto chorar que Linn teve que me carregar até a ambulância, pois eu não conseguia ficar em pé sozinho, enquanto Zulmi contava tudo oque sabia para um médico.
Eu chorava em prantos, pedindo que meu irmão acordasse, Linn estava ao meu lado, chorando, porém silenciosamente. Ele chorava enquanto olhava Morajo deitado na marca de hospital com um aparelho para que ele pudesse respirar.
Depois de alguns minutos, chegamos ao hospital, os médicos levaram meu irmão para o consultório para descobrir qual foi o motivo do desmaio e se algo mais grave tinha acontecido. Eu, Linn e Zulmi fomos barrados na entrada, mas Zulmi implorou para que ao menos deixassem eu entrar, pois eu era o irmão dele.
Eu já estava mais tranquilizado, porque Linn me acalmou a viagem inteira, mesmo estando muito triste e preocupado. Então a enfermeira me liberou para ir ver meu irmão, fui lentamente, me preparando psicologicamente para ver ele. Os médicos ainda estavam examinando ele, mas já tinham uma ideia do que poderia ter causado o desmaio.
🧑⚕️— então, pelo oque descobrimos, não há nada de grave nele, nenhum machucado na cabeça, ele não tem problemas de saúde. Pensamos que oque pode ter proporcionado o desmaio, pode ter sido a pressão ter caído ou um alto nivel de nervosismo ou uma queda de pressão repentina. Teremos que esperar ele se recuperar para que possamos pergunta-lo oque aconteceu antes do desmaio. Enquanto isso iremos examinar a amostra de sangue que retiramos dele, fique aqui e caso algo aconteça, chame algum médico ou enfermeiro.
Concordo com a cabeça, minha cabeça ainda não tinha processado aquilo tudo, então apenas concordei. Logo em seguida o médico sai do quarto. Vou ligeiramente para perto do meu irmão, ele está "dormindo", ele aparenta estar bem calmo, como se tivesse dormindo nas nuvens.
