Capítulo Único

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O Stalker

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O Stalker

Já fazia uma semana que Hinata sentia uma estranha sensação de estar sendo observado. Não importava aonde ele ia ou o que fazia, parecia que alguém o seguia por toda parte. Fosse no refeitório, na quadra, ou até mesmo banheiro. Sempre sentia que havia mais alguém o observando. Especialmente na volta para casa. Desde que sua bicicleta quebrara, tinha que andar pela estrada deserta e sempre ouvia barulhos estranhos no mato, mas estava com medo demais para tentar descobrir o que eram.

Não se atreveu a contar a ninguém sobre suas suspeitas, já que parecia tudo criação da sua imaginação influenciável. Hinata começou a ter aqueles pensamentos desde que assistiu um filme sobre um stalker obcecado, que ao ser rejeitado matou a mocinha a facadas. Constantemente tinha pesadelos de que alguém invadia o seu quarto com uma faca enferrujada e a cravava em seu peito. Acordava gritando e sua mãe sempre vinha ver como ele estava. Sempre dizia que estava bem, que tinha apenas sonhado com a derrota contra o Aobajosai. Ela lamentava que o filho ainda não tinha superado tal tragédia, mas o assegurava que eles venceriam na próxima e se despedia com um beijo na testa.

Sorrindo, Hinata desejava boa noite a sua mãe e fingia adormecer logo em seguida. Não queria que ela se preocupasse e muito menos transparecer o quão aterrorizado estava.

As noites insones estavam refletindo nos treinos e Hinata não conseguia acertar um único ataque. Suas pernas falhavam no pulo, errava o tempo de acertar a bola, e quando conseguia acertar não tinha força para mandá-la para o outro lado da quadra.

— Qual o problema com você, seu idiota?! — berrou Kageyama no terceiro erro seguido.

Hinata tremeu. Achava que já tinha superado a aura intimidatória que tinha o número 9 do Karasuno, mas a verdade era que ainda sentia calafrios quando olhava aqueles olhos azuis tão frios quanto gelo e tão mortais quanto o pior dos venenos. Tinha visto na aula de química sobre o cianureto, uma substância altamente letal, geralmente não se lembrava dessas coisas, mas o tom azul o lembrou imediatamente daquele olhar. A fúria de Kageyama era tanta que ele podia intoxicá-lo a apenas com as suas irises.

— D-d-d-desculpa!

Foi tudo que Hinata conseguiu dizer antes de correr para o banheiro.

Precisava de privacidade, por isso foi para o banheiro atrás da quadra. O local era praticamente abandonado, nenhum aluno ou funcionário costumava ir lá, pois ficava no final da escola. Apesar do seu aspecto um pouco abandonado, com apenas uma das lâmpadas funcionando e a pia só abria com um truque especial, era o seu lugar favorito de Hinata. Pois lá podia lidar com toda a sua ansiedade sem ninguém para interrompê-lo.

Trancou-se na cabine sentindo as suas entranhas se remexerem. Hinata respirou fundo várias vezes antes de conseguir aliviar um pouco do seu tormento no vaso sanitário. Um pouco mais calmo lavou as mãos quando foi atingido por aquela sensação. Olhou ao redor assustado. Alguém o observava por uma das cabines entreabertas, ele podia sentir.

Stalker (Kagehina)Onde histórias criam vida. Descubra agora