Eu tinha me fechado mais os últimos com a questão dos estudos, provas finais e os últimos acontecimentos. Finalmente eu poderia ir para casa e fingir que nada tinha acontecido. Enquanto isso, fui pesquisar mais sobre o meu próprio sangue e, portanto, sobre a própria morte.
A morte e a vida, era uma questão binária, porém complexa. Com o meu sangue, as pessoas poderiam ficar mais fortes, mais vívidas. Tenho uma pequena teoria que utilizando-o poderia até rejuvenescer, já que por causa dele, após eu completar meus 18 anos, irei parar de envelhecer. Pelo menos foi me informado isso. Eu pedi ajuda de Gellert com isso, que fez com todo prazer do mundo. Até por isso, sugeri, se ele quisesse, um pouquinho do meu sangue para testá-lo. Ele é uma pessoa que confio, sei que não utilizaria com outro propósito.
Hela, a deusa que dá o nome da minha adaga, curava as pessoas que mereciam, não apenas era a responsável pela morte em si. Então foi o momento de eu investigar mais coisas que eu poderia fazer. Até o momento eu descobri: matar, desmaiar, reviver, trazer forças, atravessar paredes (esse é o melhor), ficar praticamente invisível, me deixar praticamente sem peso (serve muito para correr quando preciso). Existem outros que quero testar como invocar um cão do inferno, esse deve ser legal se eu conseguir.
- Chegamos. - Pansy me cutucou. - Está no mundo da lua, Potter.
- Um pouco longe só. - Suspirei. - Obrigada.
O Zabini e o Nott já deviam ter saído há tempos, andaram me evitando pelo motivo besta de antes. Eu desci do trem e a minha mãe estava nos esperando. Obviamente, logo o Weasley e a Granger logo iam para casa, bando de sem teto. Só cumprimentei e deixei ser aparatada para casa, precisava pensar mais sobre os meus poderes, estudar mais.
- Marie, está tudo bem? - Minha mãe perguntou quando chegamos. - Você está quieta?
Eu apenas balancei a cabeça em confirmação.
- Dizem as más línguas… - Harry começou e me encarou. - Ela brigou com o namorado.
- Eu não tenho namorado. - Retruquei.
- Novamente, não sou eu, aliás disseram que você ó… - Disse fazendo chifre em si mesmo. - O seu namorado.
Apenas revirei os olhos, é claro que iam espalhar algum rumor sobre isso. O meu pai parece ter escutado o meu irmão linguarudo e se sentou do meu lado com aquela expressão questionadora.
- Eu não tenho e nem tive nenhum namorado, por isso eu estava saindo com outro garoto. Eu não sou compromissada.
- Estava, você e aquele corvino estranho não estão saindo mais? - Perguntou Hazz.
- Não.
- Por quê? Ele deve ser melhor que qualquer sonserino, pelo menos parece querer se juntar ao lado luminoso da força. - Mal sabia ele…
- Ele gosta de estudar sobre morte, acho que teve uma paixão platônica por causa disso. - Olhei para os dois que me encaravam, meu pai às vezes parecia tão adolescente quanto o meu irmão.
- Com certeza ele é estranho, mas pelo menos não é sonserino. - Harry retrucou e eu encarei com raiva. - Você é a segunda menos pior da sonserina, nem vem.
- Eu só quero esquecer isso, largar um pouco dos garotos, porque eles são muito dramáticos.
- Merlin me escutou! - Meu pai deu saltinhos comemorando.
- James, menos, por favor. - A minha mãe interrompeu e puxou sua orelha. - May, se quiser ficar com Regulus, tudo bem.
- Falando nisso… A Pansy pode ficar alguns dias aqui, por favor?
- Sua amiga? Pode sim, mas só ela. O seu irmão também vai trazer os amigos.
- É só ela mesmo que eu queria, obrigada. - Eu me levantei. - Vou me trocar, preciso estudar algumas coisas.
Eu subi as escadas com a maior tranquilidade, ainda pensando. Então testei um pouco a habilidade de andar com mais leveza, indo pelo véu também, era muito engraçado. Na minha janela estava Sephits com algo nas “mãos” e eu peguei, era uma foto. Grindelwald não parecia mais aquele velho que eu encontrei várias vezes, ele aparentava ter uns 50 a 60 anos, incrivelmente regrediu décadas com o meu sangue. Então era verdade… será que Voldemort também estava com a aparência diferente por minha causa? Queimei a foto antes que alguém visse, não sou doida também.
Peguei meus livros, organizando-os. Precisava intensificar os estudos, criar mais feitiços úteis, treinar magia marcial e… eu precisava de uma pausa na verdade, estava ficando maluca. Porém se eu descansasse, podia perder muito tempo e isso me prejudicaria. Ouvi um toque na porta e virei, era a minha mãe.
- Posso? - Perguntou e eu assenti. - É só os garotos que te deixaram assim ou tem mais alguma coisa?
- Mãe, como vou saber que estou pronta?
A minha mãe começou a gaguejar, então notei que ela tinha levado para o lado dos garotos, porque eu não falei nada antes.
- Eu digo, na guerra. Logo irá começar, a gente treina, eu estudo todos os dias e… eu me sinto como se eu não estivesse pronta.
- Ninguém fica pronto para uma guerra, May. - Ela parecia triste. - Eu não queria que vocês ficassem com isso na cabeça, desculpa. A gente está treinando vocês para terem capacidade de se proteger. Tem mais alguma coisa que você quer contar?
- Só isso, eu acho. - Mordi meu lábio inferior. - Obrigada.
- Ganhei de novo, melhor desistir, Potter. - Comemorou Pansy.
Estávamos jogando xadrez bruxo, normalmente eu ganhava do meu irmão, mas não era tão boa. Eu tinha passado a manhã toda com ela em sua casa, mas logo iriamos para a minha, fugindo um pouco da sua família. Eles estavam numa corda bamba, o Ministério os estava investigando e querendo usá-los, Voldemort os queria de volta. Ambos os lados ameaçando-os.
Eu tinha criado um trato com o Stuart, já que ele disse que iria me servir de qualquer forma, precisava usá-lo. O seu pai era um auror influente, então ele poderia ajudar a diminuir a pressão. Em troca, eles se aliariam a Grindelwald, que os protegeria. Obviamente os Parkinson ainda não sabiam da última parte, porque eu ia conversar com a Pansy ainda.
- Você é muito estratégica, não é a minha área. - Fiz careta e ela riu. - Está melhor?
- Um pouco, você me anima. Mas o que você quer conversar de importante?
- Os seus pais estão em casa?
Ela engoliu em seco, olhou ao redor, como se fosse aparecer algum auror para pegá-la e assentiu.
- Por que você quer conversar com eles?
- O que você vai aprontar, Marie? Eles estão em perigo já, não quero ver meus pais em Azkaban e ter que parar em um orfanato trouxa.
- Você confia em mim?
- Confio.
Descemos a escada daquela singela mansão. Aliás, todas as grandes famílias tinham mansão aparentemente, só os meus pais com aquele papo de simplicidade. Chamei Grindelwald, quem me pediu para ser chamado, assim eles conversavam. Os pais dela pareciam discutindo alguma coisa e pararam quando nos viram.