Enquanto Rose se preparava para sair, ela parou diante do espelho, analisando seu reflexo. A luz do banheiro refletia sua silhueta, e ela percebeu que os comentários maldosos a afetaram mais do que gostaria de admitir. Ela estava visivelmente mais magra, e isso a incomodava. As palavras cruéis das redes sociais ecoavam em sua mente, pesando sobre seus ombros.
Bruno, ao perceber seu silêncio e a expressão em seu rosto, aproximou-se, envolvendo-a em um abraço caloroso. Ele sempre foi o seu porto seguro, e naquele momento, ela sentiu que precisava da segurança e do amor dele para se sentir forte novamente. Rose inspirou fundo, tentando afastar os pensamentos negativos, enquanto se lembrava do apoio incondicional que Bruno sempre lhe ofereceu. Ela sabia que precisava se concentrar no que realmente importava: o amor que compartilhavam e a força que ele lhe transmitia.
— Rose, você está linda. Para de mudar por causa dos comentários maldosos. Esse nível de magreza não é normal. Ontem, você nem tocou na comida, só pegou algumas saladas e disse que estava gorda. Eu te amo muito, mas não aceito isso! — Bruno diz, preocupado ao ver a namorada bem magra ao extremo.
— Ah, como se você soubesse como é! — Rose responde, cruzando os braços com uma expressão desafiadora. — Você não entende o que eu estou passando. E, sinceramente, não preciso da sua aprovação sobre o meu corpo. Eu estou bem, e não vou deixar você ou ninguém me dizer o que eu posso ou não fazer!
— Você acha que sabe tudo, não é? — Bruno diz, a frustração evidente em sua voz. — Olha, eu só estou tentando cuidar de você. Não sou seu inimigo, mas eu não vou ficar aqui assistindo você se destruir e fingindo que está tudo bem!
— Você realmente não entende! — Rose retruca, seus olhos brilhando com raiva. — Eu estou tentando lidar com a pressão e a expectativa que vem com tudo isso. Às vezes, eu só quero ser perfeita aos olhos dos outros, e sim, eu sei que isso é um erro, mas é mais complicado do que você imagina!
Rose senta-se no canto do quarto, envolta em um silêncio opressivo. O espelho à sua frente reflete uma imagem que ela não consegue suportar. A leveza de seu corpo, agora excessiva, traz uma sensação de vazio que a assombra. Ela tenta ignorar a fraqueza que toma conta de suas pernas e o aperto no estômago, lembrando-se de momentos em que se sentia cheia de vida, cheia de amor. Agora, cada dia parece uma luta solitária contra expectativas que ela mesma criou. Um suspiro pesado escapa de seus lábios, e as lágrimas começam a escorregar por seu rosto, enquanto a dor da solidão e a pressão dos comentários maldosos a consomem lentamente. Ela se pergunta se ainda há uma maneira de se ver como alguém digno de amor e aceitação.
O ambiente do hospital é gelado, e os sons de máquinas bipando são um lembrete constante do que aconteceu. Rose está deitada na cama, a luz branca acima dela parece intensa e quase cruel. As vozes ao seu redor se misturam em um eco distante enquanto os médicos discutem seu estado. Ela se sente vazia e desolada, uma sombra do que costumava ser. Bruno está ao seu lado, segurando sua mão com força, mas a sensação de segurança que ele traz é quase irreconhecível em meio ao turbilhão de emoções. Rose sente o peso de sua própria fragilidade e o arrependimento por não ter ouvido os avisos dele. Com um olhar perdido, ela reflete sobre as escolhas que a levaram até ali, desejando que pudesse voltar atrás e ver a beleza que sempre esteve diante dela: o amor verdadeiro que Bruno sempre ofereceu, incondicional e cheio de luz.
— Jennie, eu falei a ela! Cara, não faz isso! Se ela morrer, eu serei uma pessoa fútil! Eu amo ela! Quero que ela esteja aqui comigo! Por favor, faz ela acordar! Eu preciso dela! — Bruno chora com muita raiva, batendo no colo com os punhos cerrados.
— O que...? O que está acontecendo? Onde estou? — Rose murmura, tentando abrir os olhos enquanto se senta na cama. Ela olha ao redor, confusa e fraca, e então vê Bruno, seus olhos vermelhos de choro. — Bruno? Você está aqui? O que aconteceu?
— Rose, graças a Deus! Você desmaiou... Eu fiquei desesperado. Você parou de comer, ficou tão fraca. Eu te avisei, mas você não me ouviu — Bruno diz, sua voz embargada de preocupação, enquanto segura a mão dela com força. — Eu não posso te perder, Rose, nunca mais faça isso.
Enquanto caminham em direção à casa, Rose se sente consumida pelo peso dos últimos dias. A leve brisa que sopra parece trazer consigo ecos de preocupações e incertezas, lembrando-a de momentos difíceis. Ela tenta manter a cabeça erguida, mas a fraqueza a atormenta, fazendo com que seus passos sejam mais lentos. Bruno, percebendo sua hesitação, lança um olhar preocupado. Ele sente a necessidade de protegê-la, mas se pergunta se será capaz de fazer isso diante de tantas dificuldades.
Rose, ao lado dele, reflete sobre a jornada que ainda precisa percorrer. A fragilidade que a envolve contrasta com a força que ela deseja ter. Apesar do apoio inabalável de Bruno, suas inseguranças a perseguem, sussurrando dúvidas em sua mente. No entanto, ela também sente uma centelha de determinação acender dentro dela; o desejo de superar esses desafios é forte. O silêncio entre eles é confortante, cada respiração compartilhada se transforma em uma promessa de apoio incondicional. Caminhando juntos, eles se tornam mais do que um casal; eles se tornam um time, prontos para enfrentar qualquer obstáculo que a vida lhes apresente.
— Ainda bem que isso foi só um pesadelo. Não mude para ser aceita, esse é o pior erro que alguém pode cometer — diz Bruno, carregando Rose.
— Você tem razão, Bruno. Aprendi que não vale a pena me forçar a ser quem eu não sou. Quero ser amada do jeito que sou, com todas as minhas imperfeições. Obrigada por estar ao meu lado — responde Rose, olhando nos olhos dele com gratidão.
— Sempre estarei ao seu lado, Rose. Você é perfeita para mim exatamente como é. Não se esqueça disso. Vamos enfrentar tudo juntos, porque eu te amo — diz Bruno, segurando a mão dela com firmeza, transmitindo segurança e amor.
— Obrigada, Bruno. Suas palavras significam tudo para mim. Eu prometo que vou me lembrar disso e tentar ser mais forte. Ter você ao meu lado me dá coragem. Eu também te amo, e não quero que você se preocupe mais comigo — responde Rose, olhando nos olhos dele com gratidão e determinação.
Bruno se levanta cedo, preparando uma refeição leve e cuidadosamente escolhida, cheia de nutrientes. Ele organiza tudo com calma, cortando as frutas em pedaços pequenos, preparando uma sopa reconfortante e equilibrada. Quando Rose aparece na cozinha, ainda fraca, ele sorri gentilmente e puxa uma cadeira para ela, sentando-se ao lado. Com uma mão segurando a dela e a outra oferecendo um garfo com um pedaço de fruta, ele a encoraja com suavidade. "Você precisa se cuidar, por favor, coma um pouco. Cada pedacinho conta." A presença dele é reconfortante, paciente, como se estivesse disposto a passar o dia todo ali ao lado dela, até ela melhorar.
Mais tarde, enquanto a noite avança, Bruno permanece vigilante ao lado da cama de Rose. Mesmo com o peso do cansaço em seus ombros, ele a observa dormir, ajeitando delicadamente o cobertor em torno dela para garantir que esteja confortável. A cada movimento que ela faz, ele se aproxima um pouco mais, observando sua respiração ritmada. Seus olhos cansados brilham com alívio ao perceber que, embora ainda frágil, Rose está segura ao seu lado. Ele passa os dedos levemente pelo cabelo dela, um gesto cheio de carinho e proteção, como se quisesse afastar qualquer dor ou mal que pudesse alcançá-la. Mesmo no silêncio da noite, seu compromisso de cuidar dela nunca vacila.
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Os olhos que vem
FanfictionRosemar:Já pensou o quanto a fama pode doer? As aparências de um artista muitas vezes não refletem a realidade que você imagina. Para ser uma pessoa querida, é preciso manter a imagem tanto nas câmeras quanto nos holofotes. O amor proibido entre o c...