Ele segura a lâmina como se fosse parte dele.
Eu a olho de relance, tentando não pensar
no fio que ela carrega.
O toque dele é um amargo alívio,
quase me sufoca por inteira.A máscara que sorri me devora de dentro pra fora,
não é o sorriso que assusta,
é o vazio que espreita por trás.
Ajoelho aos seus pés,
É onde me sinto menos exposta.Há uma estranha calma no perigo,
um refúgio na ameaça.
Ainda assim, algo nele gela mais que o ar ao redor,
um risco que nunca cessa.
A cada passo,
me pergunto se essa calma não vai
me cortar fundo,
se o vazio no olhar um dia,
não vai se voltar contra mim.