Extra 2

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A tarde linda que acabava pelo visto daria lugar a mais uma noite cheia de frustração. Julia e Lorrane estavam felizes por terem finalmente se acertado, mas havia uma tensão estabelecida a dias que não as deixava se sentirem completamente satisfeitas ainda, uma agitação interna que surgia ao mínimo contado, uma confissão silenciosa a cada olhar trocado de que fariam valer cada segundo da espera quando tivessem a chance. Reprimir aquela vontade se mostrava cada vez mais difícil.

A ida para casa foi rápida. Os últimos minutos do que acreditavam ser o fim de seu tempo a sós se deram entre beijos fervorosos dentro do elevador.

Houve uma resistência em acreditar que acabou quando pararam no sexto andar, e até certa tristeza ao adentrarem o apartamento.

Lorrane se encaminhou ao banho, tão distraída em seus próprios pensamentos que não percebeu que o silêncio na casa fugia do comum. Sob a água quente do chuveiro sua mente não conseguia fazer outra coisa se não reviver a presença de Julia, a delicadeza de seu toque, o doce dos beijos em sua boca, o calor de sua pele na dela.

Como numa fantasia alucinada, tão profundamente desejada que tomava vida, ela de repente sentiu os braços agora tão familiares lhe envolverem a cintura, o trepidar de uma respiração pesada lhe arrepiar o pescoço, o contato corpo a corpo com o qual veio sonhando se tornando real. Seus olhos se fecharam com força, enquanto se questionava se sua imaginação estava a levando longe demais. Ela arfou se sentindo relaxar nas mãos que deslizaram fácilmente por sua barriga em direção aos seios, ao mesmo tempo que beijos eram distribuidos por seus ombros.

- Você está mesmo aqui? - A pergunta veio em um sussuro temeroso - minha vontade de você não está me fazendo alucinar está?

- Olha pra mim... - Julia pediu em seu ouvido, e esperou que ela se virasse. Os olhos castanhos, tão profundos e cheios de malícia lhe encararam fascinados, e ela pôde sentir quando aquela adrenalina apaixonante as invadiu outra vez, mais forte do que nunca - eu não pareço real para você?

Não houve necessidade de resposta uma vez que Lorrane a tomou para si em um beijo. Suas mãos correndo o corpo molhado da curitibana enquanto as bocas entravam em um enlace sensual. No primeiro momento seus olhos nem sequer se fecharam, era como se não pudessem se dispersar do magnetismo uma da outra, das reações que um único beijo podia incitar. Quando Julia tentou ter para si o controle, impondo sua força contra o corpo da carioca, ela interrompeu o beijo, sorrindo cheia de presunção e incredulidade.

- Nem tente! - Disse contra sua boca, mordiscando-lhe o lábio inferior. Julia murmurou em repreensão, e a resposta de Lorrane diante de seu protesto foi empurrá-la contra a parede, seu corpo pressionando o dela enquanto uma das mãos lhe seguraram com firmeza o rosto e a outra o cabelo, fazendo os olhos da morena se arregalarem em pura surpresa e entusiasmo - eu te disse que te faria pagar pelo que fez, não disse?

A morena assentiu em aprovação, sua respiração acelerando conforme a coxa de Lorrane lhe pressionava entre as pernas. Havia uma parte de si que queria insistir em dominá-la, devorá-la, e tê-la para si da forma que quisesse, vê-la entregue a sua vontade outra vez. Mas para seu espanto, assistindo-a daquela forma, tão decidida e autoritária. A parte que falava mais alto era a obediente e submissa como somente Julia Soares saberia ser.

- Fui uma garota má? - Provocou em um sussurro. A forma como a língua da loira correu lentamente entre os dentes, e um tom indecente surgiu em seu rosto deixou Julia ainda mais excitada, mais motivada a arrancar dela seu lado mais perverso - por que não aproveita que estamos sozinhas? Me faça me arrepeder por isso! Você sabe como ser uma boa garota é importante para mim...

- Mesmo? - Lorrane indagou, uma de suas mãos correu para baixo no corpo da curitibana, parando em sua intimidade e lhe acariciando com os dedos superficialmente. Um gemido ansioso escapou da boca dela, e então a outra mão parada em seus cabelos os puxou com força - shihh! Quero ver o quão boa você é! - Sussurrou - sem barulhos!

Julia assentiu, mas se arrependeu instantaneamente por concordar. Quando os dedos dela a invadiram, deslizando em sua umidade com tanta facilidade, diante de toda aquela tensão estabelecida durante tantos dias foi como se o prazer a dominasse mais rápido, e os gemidos em resposta fugissem de seu controle. Reagindo a sua desobediência Lorrane parou o trabalho de seus dedos, os afastando completamente dela.

- Lorrane! - A súplica foi quase chorosa, e a expressão da carioca perante a seu desespero a mais impiedosa possível - por favor! Eu não faço mais!

Lorrane não teve pressa ao voltar a tocá-la. Se deliciava observando o esforço de Julia para trancar os lábios enquanto sentia suas investidas ganharem ritmo. Mas não estava nem perto de ter o que queria, então segurou ao lado de seu corpo uma das pernas da morena, deslizando dois dedos até sua entrada ameaçando lhe penetrar a cada investida, aumentando ansiedade dela e inevitavelmente o empenho para se manter calada. A essa altura ela choramingava em uma agonia ardente, quase alucinante. 

- O que você quer, hã? - A loira foi um pouco mais fundo dessa vez, seus dedos lhe invadindo pela metade enquanto olhava em seus olhos, ansiosa por sua resposta - me pede! Vai!

- Me fode... - Julia pareceu verdadeiramente adorar dizer as palavras, avançando na boca da carioca para um beijo que não se prolongou, mas a convenceu ainda mais do quão necessitado era seu pedido - eu quero que você me foda, Lorrane!

O desejo prontamente atendido fez com que Julia gritasse ao ser completamente invadida sem aviso. As estocadas seguintes foram firmes e certeiras, mas se tornaram tão desaceleradas quanto podiam ser quando levada pelo prazer, ela perdeu o controle dos gemidos outra vez. Aquela sim era uma forma cruel de tortura, Lorrane se divertia tanto em fazê-la enloquecer, parecia pronta para vê-la implorar. E ela poderia mesmo fazer isso, mas não gostaria de atrasar nem mais um segundo seu prazer, então apenas cobriu a própria boca com as mãos, dando o melhor de si para não emitir nenhum som, enquanto a loira passou a dar o melhor de si para fazê-la falhar.

E foi inevitável que o fizesse, ser fodida daquela forma pela garota se mostrou sua nova obsessão. Os dedos agéis e precisos, a força com que ela lhe penetrava, quase fazia a curitibana duvidar de que eram mesmo novas naquilo. Felizmente Lorrane se mostrou tão satisfeita pelo que lhe causava que não se lembrou de puní-la outra vez. Seu único objetivo passou a ser levá-la ao clímax, e ele foi alcançado com sucesso. Sob a água corrente do chuveiro ela segurou a garota que se contraia em seus dedos, beijando seu rosto enquanto as reações atravessavam seu corpo de maneira descomedida e simplesmente fascinante de se assistir.

Os momentos seguintes foram de carícias urgentes, beijos atrapalhados e sede de mais. Elas acabaram no quarto, se agarrando entre os lençóis com voracidade e afobação. A preocupação de que alguém pudesse chegar em casa se tornando insignificante. Não era de se esperar que fosse diferente. Julia mal saberia dizer seu nome diante do encaixe que se formou entre seus corpos, o jeito como pareceram feitos um para o outro quando Lorrane a dominou por cima, encaixando suas pernas e friccionando suas intimidades com maestria. Definitivamente não havia nada mais bonito a ser visto no mundo, aquele corpo sobre o seu, o prazer no rosto dela, a habilidade com que seus quadris se balançavam.

Aquela mulher seria o seu fim, tinha absoluta certeza disso, e sendo honesta consigo mesma, tinha que admitir que estaria feliz em ser completamente aniquilada por ela.

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⏰ Dernière mise à jour : Nov 04, 2024 ⏰

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