A festa na taverna se prolongou mais do que Regulus esperava. As risadas e a música aumentaram a cada hora, e a cerveja amanteigada fluía livremente, deixando o ambiente ainda mais animado. À medida que a noite avançava, Regulus começou a sentir o efeito do álcool, sua visão ficando um pouco embaçada e seu pensamento mais leve.
Sirius e os outros se divertiam em um canto, enquanto James ficou mais próximo, rindo e contando histórias engraçadas sobre suas aventuras como domador de dragões. Regulus o escutava, mas a atenção de seu olhar logo se fixou em James de maneira diferente, como se estivesse observando não apenas o amigo, mas o homem que sempre o atraíra.
E, naquele momento, a realidade ao seu redor parecia se dissolver.
—Regulus? — James chamou, sua voz envolta em uma mistura de preocupação e diversão. —Você está bem? Parece que está a ponto de derreter na cadeira.
Regulus engoliu em seco, sua garganta seca com a proximidade repentina de Potter. Mais adiante na estrada, uma mulher ri. Alguém dispara um alarme de carro. Um cachorro late uma, duas, uma terceira vez antes que seu dono o chame para entrar. A palma da mão de Potter embala a bochecha de Regulus, o calor de seu toque tão familiar quanto sempre foi.
—Boa noite, Regulus. Obrigado por— —
As palavras de James desapareceram na sua mente, perdendo-se em meio ao turbilhão de emoções que o invadiu. Regulus olhou diretamente nos olhos de James, a intensidade do olhar causando uma onda de calor que percorreu todo o seu corpo. Sem pensar, ele se inclinou para frente, aproximando-se mais do que jamais havia feito.
Regulus o beija.
Foi um toque suave, hesitante, mas carregado de uma urgência que há muito tempo estava acumulada entre eles. A boca de James respondeu instantaneamente, quente e convidativa. O mundo ao seu redor pareceu parar, os sons da festa se atenuando enquanto a realidade se reduzia a esse momento compartilhado.
Quando finalmente se afastaram, a respiração de Regulus estava descompassada, e ele viu a surpresa refletida nos olhos de James. —Você... você me beijou, — James disse, um sorriso meio atordoado, meio satisfeito surgindo em seu rosto.
—Desculpe, — Regulus disse, embora não se parecesse com um pedido de desculpas genuíno. —Eu... eu não deveria ter feito isso. —
—Por que não? Foi—foi bom, — James respondeu, um brilho travesso em seus olhos. Ele moveu a mão, ainda acariciando o rosto de Regulus. —Você estava apenas um pouco... entorpecido, não estava? —
Regulus riu, um som nervoso. —Entorpecido? Isso é um eufemismo. A última coisa que eu queria era complicar as coisas entre nós. —
—Você realmente acha que complicou? — James questionou, inclinado para mais perto, como se quisesse a resposta apenas para si mesmo.
—Talvez um pouco, — Regulus respondeu, embora uma parte dele soubesse que esse 'talvez' escondia algo muito maior. Algo que o deixava ansioso, mas também excitado.
James mordeu o lábio inferior, e Regulus ficou hipnotizado pela expressão dele. —Regulus, eu— —
Antes que James pudesse terminar, Regulus interrompeu. —Se você disser que isso foi um erro, eu juro que— —
—Não, não, não. Isso não foi um erro, — James disse rapidamente, segurando a mão de Regulus. —Pelo contrário, foi o melhor beijo que eu já tive. — Ele sorriu, e Regulus percebeu que, por trás da confiança de James, havia uma fragilidade que ele nunca tinha notado antes.
—Você está apenas dizendo isso porque estou bêbado, — Regulus protestou, mas sua própria voz soou incerta.
—Eu diria isso mesmo que você estivesse sóbrio, — James respondeu, firme em suas palavras.
Regulus hesitou, absorvendo o que James estava dizendo. —E se eu disser que quero fazer de novo? —
James ficou em silêncio por um momento, e a tensão no ar cresceu, como se todo o barulho do mundo tivesse desaparecido, deixando apenas os dois. —Então, eu diria que você deve, porque eu estou a fim de repetir, — James disse, um sorriso brincando em seus lábios.
O coração de Regulus disparou, e, naquele momento, ele soube que havia algo mais entre eles. Algo que não poderia mais ser ignorado.
—Se você não se importar com um Regulus um pouco bêbado, talvez devêssemos ver até onde isso vai, — ele sugeriu, com um sorriso travesso.
James riu, e o som era como música para os ouvidos de Regulus. —Acho que posso lidar com isso. —
E, com isso, a noite que começou com risadas e cervejas amanteigadas tornou-se algo muito mais profundo, e Regulus percebeu que estava mais disposto a se deixar levar pelas emoções do que jamais imaginou
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set my heart on fire with your Love
FanfictionA guerra bruxa acabou, mas as cicatrizes deixadas por Voldemort continuam a assombrar aqueles que sobreviveram. Regulus Black, outrora dado como morto, renasce no mundo bruxo como um curandeiro no Hospital St. Mungus. Em silêncio, ele dedica sua vid...