𝑪𝒂𝒑𝒊́𝒕𝒖𝒍𝒐 𝟏: 𝑶 𝒄𝒐𝒎𝒆𝒄̧𝒐 𝒅𝒂 𝒅𝒐𝒓

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Ouço seus passos atrás de mim, sei que esta vindo, me diga ô deusa por que diabos estou aqui, vivendo essa tortura? agora terei o mesmo fim que outros, morta pelos hertus como todas as outras que foram loucas o bastante para fugir, hertus nunca poupam ninguém, isso é um fato, os hertus estão aqui a séculos em busca de duas coisas, mulheres e alimentos, mulheres são seu gado, eles abusam, torturam, e roubam qualquer vontade de viver que elas tenham, mulheres são sua máquina de sexo, filhos e tortura apenas isso, nada a mais.

Porém aqui estou eu no meio da floresta hust, consigo sentir o vento frio soprar meus pobres cabelos, que em algum momento estavam saudáveis e com vida, o ar sombrio dessa floresta está me matando, e só piora a cada passo que dou, sei que ele está perto, sinto sua respiração pouco atrás de mim, e mesmo com todos os odores e os barulhos consigo sentir o odor de sangue que o cerca, meu coração está a mil e sei que se continuar assim não irei muito mais longe, sei que estarei fadada a ele novamente, não quero voltar, não quando eu sei que serei sua presa, e que serei caçada todos os dias, ser amada por ele é a pior coisa que se pode acontecer, por que eu tinha de receber isso.

- Onde você está coelhinha? -

Sua voz brada em meio a escuridão sem fim da floresta, fazendo todos os animais fugirem para longe, me viro por um instante à procura de um lugar para me esconder.

- Melhor se esconder bem coelhinha, quando achá-la farei questão de domar você de uma forma que só eu conheço, então se esconda muito bem - sua risada diabólica faz meu corpo estremecer, então corro para um tronco de madeira pouco antigo que acho, porém quase grito ao achar olhos brilhando dentro do mesmo, essa floresta é minha última chance de liberdade. Prendo minha respiração e como última esperança fico imóvel torcendo para não ser achada por ele, porém meu coração salta quando sinto sua mão gelada na minha garganta, e uma respiração gélida em meu pescoço, uma lágrima cai, estou morta.

- Achei coelhinha - sua voz grossa e gélida sopram em meus ouvidos - devia ter se escondido melhor coelhinha -

Realmente devia, mas agora o que me resta é esperar pelo pior que estar por vir.

Sinto uma dor insuportável em minha cabeça assim que sou jogada contra a parede, o sinto agarrar meu pescoço me forçando a olhar para si.

- O'Que houve coelhinha? Já está doendo? Eu nem comecei - o seu sorriso me faz tremer, ele puxa meu queixo e com um olhar sombrio fala enquanto passa a mão pelo meu rosto - Quando eu acabar você será perfeita para mim coelhinha, completamente perfeita -

- Po-or f-favor ten-nha piedad-ee, por fav-vor pied-ade, po- -

Não ouço mais nada quando sou açoitada por seu chicote de fogo, gostaria de falar que lutei e gritei até o último momento, porém eu não tenho forças para isso, nunca tive e nem terei mais, hertus nunca tem pena de ninguém, porém meu instinto humano me fez implorar por isso, que idiota eu fui certo?

- Não adianta pedir piedade coelhinha, eu apenas comecei a me divertir, e como você foi corajosa o suficiente pra tentar fugir - sinto sua respiração em meu pescoço, e sinto meu estômago embrulhar, o que será de mim agora - Agora será corajosa para enfrentar as consequências coelhinha, ou achou mesmo que eu teria pena de você? Bobinha - Sua risada cruel era um alerta para meu corpo e minha mente, ele seria mais cruel do que jamais foi, afinal o amor de um hertus tem apenas dois princípios, obediência e submissão total, porém eu descumpri ambos e agora realmente não tenho mais esperança.

Meu olhar refletiu meus sentimentos, estava desesperada, e só piorou quando fui jogada no chão novamente e o vejo indo até uma mesa que continha tudo de mais ruim, feito exclusivamente para tortura, meu instinto me faz tentar recuar o máximo que posso, hertus são ótimos em tortura, porém ele é mestre nisso. Assim que volto minha atenção para ele o vejo vindo em minha direção, sinto uma dor e um tremor em meu peito e ao mesmo tempo, o suor cai frio e meu corpo treme ainda mais a cada passo, ele está com um açoite de fibras de rupples, se aquilo bater em mim ficará quase que um buraco.

- O que foi coelhinha? Está olhando tanto pra isso, já está com medo? Pior é que eu nem comecei - ele levanta e com apenas um olhar profundo fala - Tire a roupa querida, quero ver o corpo da minha coelhinha antes e depois da nossa pequena aula - Consigo me despir em segundos - agora sente-se naquela cadeira ali e fique bem quietinha - sua voz ordenava aquilo, porém me sinto travada ao ver a cadeira, é a cadeira de tortura, já morreram por sua causa, não quero ser a próxima.

- Está surda Ayla? Sente-se, está ficando mais burra com o tempo também? Agora! -

Seu rugido me faz obedecer, me sento e percebo sua fala realmente, "Ayla" se antes ele estava bravo me chamar pelo nome era um alerta de ódio. Ele para na minha frente e puxa minhas mãos e meus pés e os prende na cadeira e em segundos sinto um chicote em minha pele, e é possível ouvir um grito ressoar por todo o lugar, sinto minha pele queimar de tal forma que até uma lágrima cai de meu rosto, porém no mesmo instante outra é dada em meu tronco, seguida de outra em meu pescoço, outra em minha genital, e então só então para, me soltando e me jogando no chão

- AAAhhhh -

Eu gritei assim senti minha mão ser esmagada por seus pés, a dor dilacerante corre por toda a extensão de meu braço e sinto como se estivessem arrancando o meu braço, porém não há tempo pra descansar, em minutos o vejo sair até a mesa novamente, porém dessa vez o vejo com uma marca de ferro quente, em chamas vindo em minha direção, meu coração pulsa com minhas veias, o suor e minha visão embaçada só faziam minha mente gritar.

A Dor Da PerfeiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora