Ele não sabia se seu plano daria certo.
Poderia voltar para suas lembranças e analisar o caminho que percorreu até chegar onde estava, havia crescido apenas com sua mãe, não tinha irmãos e seu pai lhe abandonou quando era apenas uma criança. Ela vivia trabalhando para dar-lhe as coisas e ele sempre quis fazer de tudo para orgulhá-la. Nunca se envergonhou da classe social que veio, ser pobre nunca foi motivo para humilhar ou desprezar suas origens. Principalmente, por ter a melhor mãe do mundo. Se lembrava que quando foi crescendo desejou que pudesse dar tudo o que ela precisasse e merecesse, porém, a única coisa que poderia presenteá-la seria sendo um bom filho.
Por isso ele estudou muito, por isso ele se sentiu realizado ao ver as lágrimas que ela derramou quando lhe disse que tinha conseguido uma bolsa de estudo na melhor escola particular que existia perto de sua casa. Sabia que sua mãe desejava que tivesse tudo de melhor, qual mãe não era assim? Saber que poderia correr atrás da própria educação sem precisar que ela se matasse por duas pessoas para pagar apenas lhe deixava feliz consigo mesmo.
Naquele lugar viveu situações que não seriam agradáveis para ninguém, bullying e racismo, duas situações que lhe fazia querer chorar. Mas ele nunca abaixou a cabeça, e não fez. Lutar contra pessoas preconceituosas apenas lhe deixou mais forte. Ainda mais quando conheceu um dos seus melhores amigos, Theo surgiu como se fosse um herói e utilizou argumentos bem plausíveis para lhe proteger. Naquele instante percebeu que tinha feito bons amigos e se apaixonar por Astória foi inevitável.
Então, desde sempre eles estavam na sua vida. E ele não desistiu de seus sonhos, estudou, trabalhou e conseguiu se formar. Agora era um ótimo advogado e lutaria para chegar o mais alto ainda, pois sua mãe merece cada coisa que pudesse dar-lhe, a amava tanto que faria de tudo para demonstrar como estava agradecido por ter sido criado por aquela guerreira.
Blásio ouviu todos seus conselhos, fez tudo certo. Agradecia por ter trilhado um caminho que lhe fazia se orgulhar de si mesmo. Era exatamente por isso que não entendia aquela relação entre mãe e filho. Quando estava no tribunal apenas assistiu o desenrolar daquela história, havia sido dois dias de processo, ouviu Alicia depor, Hermione depor, Draco depor, e todos que poderiam defender ou acusar Ronald. Cada segundo que se passava ele apenas esperava o resultado já esperado, Ronald cairia sozinho e ele estava ansioso por isso. No intervalo apenas esperou pacientemente o júri decidir o que iriam fazer com aquele cretino. No retorno estava igual a todos que desejavam o mesmo destino.
— Ronald Weasley é declarado culpado. — Narcisa tinha anunciado lhe fazendo sorrir. — Sua sentença é perpétua.
Lembra-se daquele dia havia sido fabuloso. Um mês havia se passado e poder ver de perto da revolução que aquela notícia fez com Hermione apenas lhe deixou mais contente e era por ela que ele estava ali dentro. Faria de tudo para que seu plano desse certo.
Havia se passado apenas trinta dias que Ronald estava preso e assim que as grades das celas se abriram ele observou como o homem estava. Tinha ido visitá-lo, como advogado e amigo de Hermione. Observou-o naquela roupa laranja, o rosto tinha uma barba e olheiras já começaram a surgir em sua face.
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Não entre - Dramione - Concluído
Fanfiction"Sim, eu aceito." Hermione não imaginava que aquela simples frase acabaria com sua vida, trazendo momentos dolorosos e sofridos, onde a humilhação se tornaria rotina e a preocupação se voltaria apenas para os roxos que marcavam sua pele. "Não entre...