⚕ - 02 ⌇ 𝐌𝐢𝐬𝐬𝐚𝐨

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   “Não posso sentar, não, eu não posso me
            mover. Eu amaldiçoo o nome,
                aquele por trás de tudo.”

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Quase como combinado, a porta é aberta com tudo, fazendo com que os agentes olhem para trás assustados. Instantaneamente uma pessoa invade a sala de Veríssimo sem nenhum tipo de educação, o que parece ser uma adolescente de aproximadamente seus 15 anos, seus braços são completamente tatuados e com vários cortes em um deles. A menina tem um olhar meio arrogante e está carregando um livro em sua mão direita, é impossível não notar o sangue que está por todo corpo da garota.

— Ou! é... — Ela passa pelo Arthur meio afobada e diz: — Ei, eu posso matar esse pássaro? — Ela aponta com seu dedo indicador para Orpheu.

— Você é maluca? — Beatrice olha com um olhar completamente confuso, erguendo uma de suas sobrancelhas. — Não chega perto dele, ouviu? — Ela diz isso sem acreditar no que acabou de escutar vindo daquela menina.

— Aham, ou Arthur! — A garota parece nem dar a mínima para Portinari. — Vem cá, eu posso matar a Jhenifer?

— Nã- — Arthur é cortado pela mesma.

— Eu preciso enfraquecer a membrana! — Ela sai caminhando para perto de Veríssimo.

Veríssimo olha completamente frustrado para a menina e diz:
— Agatha, o que você quer? — Ele suspira e repara que a menina está ansiosa.

— Eu tô quase conseguindo deixar a membrana frágil! — Ela diz em um tom completamente afobado, apontando para trás.

— Eu preciso só de mais um pouco sangue animal... Por favor! Eu não tenho mais sangue animal! — A garota se confude toda nas palavras, fazendo com que Veríssimo não entenda muita coisa.

— Por que você não tira o seu próprio? — Portinari está claramente incomodada com a situação.

— Não é dessa maneira que funciona, Beatrice. — Lyarah diz em um tom leve e baixo.

— Por que eu sou um humano, você não vai entender, é muito complexo! — Agatha diz enquanto gesticula com as mãos.

— Ah... Sr. Veríssimo! — Ela faz cara de coitada e diz: — Porfavor, só mais um pouquinho...
— Eu juro que dessa vez eu tô muito perto!

Veríssimo olha claramente incomodado, por que não é a primeira vez que Agatha tem esse tipo de comportamento, foram inúmeras vezes que a garota interrompeu as reuniões para pedir alguma coisa.

— Ei Agatha, eu falo com você depois. — Ele aponta para a porta para ela se retirar. — Você tem absoluta certeza que está quase lá?

— Sim, eu tenho certeza absoluta! — Deu para notar que ela estava desesperada para conseguir o que queria.

— Tudo bem, me espera lá fora que daqui 10 minutos a gente se fala. — Veríssimo concorda com a cabeça enquanto vê a menina se deslocando para fora.

Um barulho muito alto vem da porta que Agatha costuma ficar, a sala começa a emitir uma luz vermelha bem forte. Os agentes tomam um susto com o som vindo de lá.

— Ai, puta que pariu! — Agatha sai correndo instantaneamente em direção a sala.

— Ei Bea, não fica bolada com a Agatha não, ela tem esse comportamento meio doido de vez em quando. — Lya diz para tentar confortar um pouco a Portinari.

— Po, a Agatha vacilou em! — Parker diz enquanto está olhando uma de suas granadas que ela carrega.

— Pois é, ela calada é uma poeta. — Kaiser solta uma leve risada sem mostrar os dentes.

CINERARIA ~ Kaiser/César CohenOnde histórias criam vida. Descubra agora