Lorran Lucas
— Moleque, tu tá escolhendo a aliança ou pedindo pra ela casar?
Gerson já tava pegando no meu pé fazia uns bons minutos, mas eu fingia que não tava ouvindo.— Paizão, isso aqui não é só uma aliança, é A ALIANÇA. Tem que ser perfeita.
Ele bufou e cruzou os braços.
— Tá bom, tá bom. Mas, pelo amor de Deus, amanhã já é o voo pro Uruguai, e cê tá me enrolando aqui até agora.
— Relaxa, Gerson, dá tempo de sobra.
— Dá tempo nada. O problema é que cê tá parecendo que vai escolher o anel da Elsa do Frozen.
Revirei os olhos, tentando ignorar. Peguei outra caixinha na vitrine e mostrei pra ele.
— E essa aqui? O que cê acha?
Ele olhou rapidinho e fez uma careta.
— Muito exagerada. Não é o estilo dela.
Suspirei e voltei a focar nas opções.
— Tá difícil. Queria algo que combinasse com ela.
— Ela já não tá com você? Então relaxa, moleque. Só não escolhe qualquer coisa de plástico, que tá tudo certo.
Peguei outra caixinha e analisei. Essa parecia boa. Discreta, mas bonita. A cara da Jaíne.
— Essa aqui. Fechou.
— Finalmente!
Ele levantou as mãos pro alto— Agora dá pra gente comer, né?
Ri, pegando a aliança e o buquê de tulipas que já tinha separado antes.
— Aí, paizão, cê tá reclamando demais. Amanhã a gente tá de folga até o voo. Dá pra dormir tranquilo.
— Dormir? Moleque, cê tá pensando mais nisso aí do que no jogo. Tomara que não entre em campo tão nervoso assim.
— Nervoso? Eu? Só vou decidir uma Libertadores, né? Coisa básica.
— E pedir a menina em namoro depois, com todo mundo vendo.
Ele riu, balançando a cabeça.— Tu é doido mesmo.
— Tem que ser assim. Quero que seja especial.
— Especial é ela aceitar. O resto é detalhe.
Eu ri de novo, mas sabia que ele tava certo. Só que, sei lá, eu queria fazer tudo do jeito certo, sabe? E isso incluía o pedido, a taça e as tulipas.
Fui até o caixa, onde paguei a aliança e o buquê. O Gerson tava lá, impaciente, mexendo no celular.
— Tá feliz agora?
perguntei, guardando a caixinha no bolso com cuidado.— Finalmente, né? Bora comer que já tô até tonto de fome.
— Tá bom, paizão, calma aí.
Mal saímos da loja e meu celular começou a vibrar no bolso. Peguei pra olhar. Era o Matheus.
— E aí, Matheus, beleza?
atendi, enquanto Gerson já me puxava em direção à praça de alimentação.— Beleza nada! Onde cê tá, mano? Sumiu a tarde toda.
— Só resolvendo umas coisas. Por quê?
— Ah, nada. Só tava achando que tu tinha se perdido, já que amanhã a gente viaja. Tá todo mundo te chamando de estrelinha no grupo.
— Estrelinha? Tá de sacanagem.
— Ué, cê sumiu, ninguém sabe o que cê tá fazendo… Já tão inventando história.
Gerson começou a rir alto, e Matheus ouviu do outro lado.
— Pera aí, o Gerson tá com você?
— Tô, tô aqui cuidando do moleque, pra ele não fazer besteira
Gerson respondeu, alto o suficiente pra Matheus ouvir.— Ih, então já sei que cês tão aprontando. O que é, hein?
— Nada demais, Matheus. Relaxa. Só pensa no jogo de domingo, vai ser nosso dia.
— Sei… Cês tão muito misteriosos.
— Falou, Matheus. Depois a gente se fala.
Desliguei antes que ele começasse a fazer mais perguntas.
— Moleque, ele vai descobrir isso aí rapidinho
Gerson falou, rindo.— Vai nada. E mesmo se descobrir, já vai ser tarde.
Dei de ombros, guardando o celular no bolso. A fila da praça de alimentação já parecia um estádio em dia de clássico, mas o Gerson tava tão impaciente que se enfiou no meio, puxando meu braço.
— Bora, moleque. Se eu desmaiar aqui, cê vai carregar o Paizão até o avião amanhã.
— Tá bom, tá bom. Escolhe aí, ó. Apontei pra um dos cardápios, mas ele fez careta.
— Ih, cê quer me botar pra comer saladinha? Tá de sacanagem.
— Gerson, cê reclama de tudo, pelo amor.
Ele riu e pediu o maior prato que viu no menu, enquanto eu só queria algo rápido pra ir embora logo. Assim que sentamos, ele olhou pra mim com aquele sorrisinho debochado.
— Agora que tá tudo pronto, conta aí. Como vai ser o pedido?
— Surpresa, né, Paizão? Não vou te contar.
— Ah, moleque, cê tá de brincadeira. Depois de tudo isso?
— Vai ter que esperar junto com todo mundo.
Ele revirou os olhos e deu uma garfada na comida.
— Só não me faz passar vergonha na frente das câmeras.
— Relaxa, Gerson. Vou representar.
— Sei… Espero que não chore igual criança.
— Só se for de felicidade.
A conversa seguiu mais leve, com ele tentando me provocar a cada cinco minutos, mas eu só ria. O Gerson era assim: implicante, mas parceiro. No fundo, eu sabia que ele tava torcendo pra tudo dar certo.
Quando terminamos, ele olhou pro relógio e suspirou.
— Bora, moleque. Tá tarde. Amanhã é dia de viagem e temos que organizar tudo!
— Incluindo pedidos de namoro
Sorri, pegando as sacolas com a aliança e o buquê.Ele só balançou a cabeça, como quem dizia “tu é doido mesmo”. Eu sabia que era, mas às vezes a gente precisa ser, né?
Caminhamos em direção à saída tentando ser meio discretos pois a última coisa que queríamos era ser reconhecidos e ter nossas caras estampadas em sites de fofocas um dia antes da viagem para final da Libertadores e estragar tudo.
Saímos da loja com ele ainda reclamando do tempo perdido, mas, no fundo, eu sabia que ele tava torcendo por mim. Gerson sendo Gerson, né?
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Nutri e jogador [ Lorran ]
FanfictionJaíne uma jovem e profissional nutricionista contratada pelo flamengo Lorran um jogador talentoso e um cara muito carismático e engraçado que acaba percebendo que a nova nutricionista é uma linda moça O que aconteceria se Lorran se aproximasse da...