Yuri Antonov

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Acordei cedo, antes do necessario, Simon ainda se encontrava dormindo, me apertando em um abraço, como se não quisesse me deixar fugir, eu não iria. Passei a mão no seu rosto, apenas fazendo um carinho leve até ele acordar.

Ghost: - bom dia beladona.

Jenne: - bom dia meu bem, precisamos levantar, ainda tenho coisas pra fazer e falar com o Marechal.

Ghost: - ta tão bom aqui..

Jenne: - eu sei, mas temos um terrorista pra caçar.

Nos levantamos e fizemos toda higiene matinal, assim que saimos do quarto, Ghost foi arrumar nossas armas e aparelhos e eu fui atras do Capitão. Antes de realmente começar a busca pelo Yuri, o Marechal ainda queria me passar algumas coisas, já que eu e o Capitão liderariamos essa missão. Fui pra sala do Marechal junto do Price.

Victor: - Yuri Antonov

Começou ele, apontando para o nome escrito na capa do dossiê. 

Victor: - um nome que vocês não podem esquecer. Porque Makarov também não esqueceu. Antonov é um estrategista e um facilitador.

Explicou ele, abrindo o dossiê e exibindo fotos granuladas de um homem de meia-idade, de cabelo ralo e olhar sério. 

Victor: - ele trabalha nos bastidores, conectando células terroristas a financiamentos, rotas de tráfico e armas.

Price: - então, um peão útil

Comento, com um tom que não escondia seu desprezo.

Victor: - não exatamente

Retrucou o Marechal, franzindo a testa. 

Victor: - Antonov é mais do que isso. Ele sabe como as peças do tabuleiro se movem. E, por isso, Makarov quer ele vivo.

Jenne: - por quê?

Perguntei, já montando mentalmente os cenários possíveis.

Victor: - porque Antonov sabe demais

Respondeu o Marechal. 

Victor: - e Makarov acredita que ele tem informações que podem mudar o rumo de suas operações.

Houve um momento de silêncio enquanto absorvíamos as informações. As fotos de Antonov, mapas de locais onde ele poderia estar escondido e relatórios sobre movimentações recentes de Makarov estavam espalhados na mesa.

Enquanto o Marechal explicava os detalhes do plano, minha mente trabalhava rapidamente. Makarov querer alguém vivo era incomum; ele preferia destruir qualquer ameaça antes que se tornasse um problema. Isso significava que Antonov era mais do que um facilitador. Ele era uma chave, e o que quer que ele soubesse, tinha que ser importante. Quando a reunião terminou, ficamos em silêncio por um momento, apenas olhando para o dossiê. Sai da sala junto do Price.

Price: - como você está?

Eu sabia o que significava aquela pergunta, Price era um paizão, mesmo sendo o Capitão da equipe, ele sempre tentava fazer com que todos estivessem bem.

Jenne: - já estive melhor, mas sei que vou ficar bem se focar nas missões.

Price: - não se cobre muito, se perceber que vai cair, se apoie em alguem, afinal, você tem um soldado bem grande sempre ao seu lado.

Acabei rindo daquilo, sabia de quem ele estava falando e falando no diabo, ele nos encontrou no corredor, já todo equipado, apenas segurando minhas coisas para que eu me equipasse tambem.

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O som do helicóptero cortando o céu parecia ecoar dentro da minha cabeça. Estávamos voando baixo, aproximando-nos da periferia de São Petersburgo, onde, segundo a inteligência, Yuri Antonov estava escondido. As luzes da cidade piscavam ao longe, mas onde estávamos indo, as sombras eram a única companhia.

          

Eu estava focada no briefing, memorizando cada detalhe. Era o que eu fazia de melhor: absorver informações, montar estratégias em segundos. Mas, naquela noite, por mais que tentasse, minha mente estava dispersa. O peso da semana anterior ainda estava comigo — a morte do meu pai não era algo que eu poderia simplesmente ignorar.

Ghost estava sentado ao meu lado, quieto como sempre. Ele estava ajustando o coldre, verificando a arma com uma precisão quase mecânica. Não precisava dizer nada; sua presença era uma constante, algo sólido no meio do caos.

Ghost: - você está pronta?

Ele perguntou, sem olhar para mim.

Jenne: - estou

Respondi, seca. Não era o momento para longas conversas.

Ghost: - Jenne...

Ele hesitou, olhando de relance para mim. 

Ghost: - se não estiver... pode dizer.

Virei-me para encará-lo, meus olhos encontrando os dele, mesmo com a balaclava cobrindo a maior parte de seu rosto. 

Jenne: - estou pronta, Simon

Respondi, minha voz mais firme. 

Jenne: - sei o que estou fazendo.

Ele assentiu, mas eu sabia que ele estava preocupado. Sempre estava. Desde a morte do meu pai, Ghost vinha tentando ser mais presente, mais cuidadoso, mesmo que isso significasse apenas me dar espaço.

Quando aterrissamos, o vento frio da noite russa nos envolveu. A equipe era pequena: Price liderava, com Soap e Ghost ao meu lado. Era um trabalho discreto, e não podíamos arriscar chamar atenção.

A periferia de São Petersburgo era uma mistura de prédios abandonados e fábricas desativadas. O lugar parecia respirar perigo, cada sombra escondendo um potencial inimigo.

Price: - Antonov foi visto na fábrica ao norte

Sussurrou Price, consultando o mapa enquanto nos movíamos em silêncio. 

Price: - se ele ainda estiver lá, não teremos muito tempo.

Eu assenti, ajustando minha postura enquanto segurava o rifle. O frio da arma contra minha pele era reconfortante, uma lembrança de que eu tinha controle, mesmo em situações que pareciam fora de alcance.

Ghost e eu avançamos juntos, como sempre. Nossos passos eram sincronizados, a comunicação entre nós acontecendo sem palavras. A fábrica estava escura, com janelas quebradas e o cheiro de ferrugem e óleo velho no ar.

Jenne: - movimento à frente

Sussurrei, apontando para uma sombra que passou rapidamente entre duas máquinas.

Ghost parou, levantando a mão para que eu também parasse. Ele gesticulou para que eu o seguisse por um corredor estreito, enquanto Soap e Price cobriam os outros lados.

Os sons ecoavam ao nosso redor: passos leves, um rangido distante, talvez vozes abafadas. Estávamos perto.

Quando viramos uma esquina, encontramos dois guardas armados. Ghost agiu antes que eu pudesse reagir, silencioso e letal, derrubando o primeiro com um golpe preciso. O segundo tentou reagir, mas antes que pudesse fazer qualquer coisa, eu já estava sobre ele, minha faca pressionada contra sua garganta.

Jenne: - quantos mais estão aqui?

Sussurrei, minha voz baixa, mas firme. Ele não respondeu, apenas me olhou com uma mistura de medo e ódio. Ghost se aproximou, a sombra de sua presença o suficiente para fazê-lo ceder.

Uma caveira chamada GhostOnde histórias criam vida. Descubra agora