Lan WangJi
O trabalho me toma metade da manhã. Já passava das dez quando informei ao meu motorista que iríamos para Dongcheng, no novo endereço dos Wei. RuoHan foi obrigado a devolver cada centavo que me roubou e isso não lhe deixou escolha, senão voltar para seu antigo apartamento, sem a vista esplêndida que tinha antes. Não consigo evitar a ironia. O imóvel já era muito bom, mas, a ganância falou mais alto e o homem achou que podia subir usando minhas malditas costas como trampolim.
Por falar no homem, meu estômago torce em desconforto ao recordar que sofreu uma queda de um cavalo há alguns meses e está em coma desde então. Por isso, MingJue está tão sensível sobre minha intenção de seguir com o acordo. Eu não vou recuar. Não é culpa minha se RuoHan caiu, literalmente, do cavalo. Lan WangJi nunca volta atrás em sua palavra. Além disso, LingJiao, a mulher de RuoHan, sabia de todas as falcatruas do marido.
A maioria dos imóveis foram encontrados em seu nome. Ela sabia que o salário do marido, por maior parte que fosse, não daria conta de cobrir todos os luxos que passaram a ter de cinco anos para cá.
Então, o acordo prevaleceu. Ela me entregaria WuXian ou iria para a cadeia no lugar de RuoHan. Sendo justo, dei um ano para o garoto atingir a maior idade, deixando claro que me casaria com ele uma semana após completar dezoito anos. Isso foi na semana passada. Agora, cá estou, me dirigindo para o segundo encontro com meu pequeno bailarino. E, devo confessar, estou ansioso. Não quis vê-lo durante esse ano. Eu sabia que o tomaria ainda menor. Não que eu seja um exemplo de conduta, longe disso. Bufo, enquanto subo pelo elevador. Estou louco para possuir aquele pequeno corpo tonificado e flexível. Agora eu posso.
Quando a própria LingJiao abre a porta instantes depois de eu sair do elevador, meus sentidos entram em alerta. A mulher está bem vestida e maquiada como sempre. Um sorriso amplo se abre em sua boca vermelha. Olhando assim ninguém diria que tem um marido vegetando sobre uma cama de hospital. Ela está radiante de uma forma desprezível.
— Por favor, entre, WangJi — cantarola e eu passo para dentro da residência. Sigo pelo hall estreito que dá para uma sala grande e bem decorada, embora, muito diferente da outra. Penso maldosamente. — Sente-se, por favor. O que deseja? Um café, chá, uísque?
Eu permaneço de pé. Não vou dar a essa mulher a ideia de falsa intimidade comigo.
— Desejo algo — falo em tom baixo e calmo. — Wei WuXian. Traga-o para mim.
Ela engasga um pouco, então, limpa a garganta. Anda até um pequeno bar no canto da sala e serve uma bebida para si, entornando o copo de uma vez. Uh! Estamos apenas no meio da manhã.
— Sobre isso, WangJi... — se vira para mim, obviamente procurando as palavras certas. — Tenho outra proposta para você. Por que não nos sentamos e discutimos melhor? — fala, forçando um sorriso.
Estreito meus olhos. Que diabos ela está fazendo?
— Prefiro ficar de pé. Fale. — digo, seco.
Ela engole audivelmente e se serve de outra dose de uísque. Caralho?
— WuXian — rola os olhos. — Meu enteado é ainda muito jovem... apenas uma criança, WangJi. É impossível ele dar conta de um homem como você, se é que me entende... — lambe os lábios, os olhos correndo por mim, avidamente.
Eu solto um grunhido de desgosto. Que vadia. Espero que não me faça a proposta que estou pensando.
— MengQiu, meu filho mais velho, está disposto a tomar o lugar do irmão mais novo no acordo — continua, de uma forma muito condescendente. Parece quase falso o cuidado com WuXian. Eu fico em alerta. — Estamos tentando proteger WuXian, que já está inconsolável com o estado do pai naquela cama de hospital... — tem o desplante de fugar um pouco, porém, seu olhos estão secos. — Pobrezinho. Sei que me compreende, não é? Sou apenas uma mãe querendo proteger seu menino. Eu cuidei de WuXian ainda bebê. Sou a única mãe que ele conhece.
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A Dívida
Fanfictionᴄᴏɴᴄʟᴜɪ́ᴅᴀ │ ᴡᴀɴɢxɪᴀɴ! Lan WangJi é o CEO do conglomerado chinês de linhas aéreas, a SLN Ocean Airlines, sediado em Pequim. Um homem frio, implacável e cínico, que respira negócios. Aos trinta e dois anos nunca se permitiu viver nada além de sexo ca...