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Capítulo 51 – O Labirinto de Emoções

A manhã seguinte chegou sem trazer qualquer alívio. Maya sentia como se a noite anterior tivesse sido apenas um pesadelo, mas, ao mesmo tempo, um desejo ardente que ela não conseguia apagar. O beijo de Mathew ainda queimava em seus lábios, mas não havia nada de doce ou gentil sobre ele. Era possessivo, violento e, de certa forma, necessário para ambos, como se um pacto tivesse sido selado sem que ela sequer entendesse os termos.

Ela passou o dia evitando qualquer contato com Mathew, mas sabia que, mais cedo ou mais tarde, ele iria aparecer novamente. Ele sempre aparecia. Sua presença era um peso que ela não conseguia tirar de cima de si, uma sombra que não saía, não importa o quanto ela tentasse se distanciar.

Na casa de Antony, o clima estava pesado, como se todos soubessem que algo estava errado, mas ninguém ousava falar. A tensão pairava no ar, e Maya sentia que, de alguma forma, ela era o centro desse turbilhão.

Antony, que sempre foi a pessoa mais descontraída, agora a observava com uma expressão que Maya não conseguia decifrar. Ele sabia que algo havia acontecido entre ela e Mathew, mas ele não fazia perguntas. Era como se ele sentisse que estava muito perto para ser um intruso, mas ao mesmo tempo, não se atrevia a invadir aquele território sombrio.

Klaus, por outro lado, parecia mais distante do que nunca. Ele não dizia nada, mas seus olhos a seguiam, como se estivessem tentando desvendar o que se passava dentro dela. Maya não gostava da maneira como ele a observava. Era como se ele soubesse de algo que ela ainda não tinha percebido.

Foi naquela tarde que Mathew finalmente apareceu na sala, com sua postura arrogante e aquele sorriso provocador que sempre a fazia sentir uma mistura de raiva e atração. Ele a encarou por um momento, como se estivesse esperando que ela fosse a primeira a falar, mas Maya não cedeu. Ela estava farta de ser a única a mostrar vulnerabilidade. Se ele queria alguma coisa dela, que fosse ele a dar o primeiro passo.

— Não vai dizer nada, Maya? — Mathew perguntou, seus olhos penetrando nos dela com uma intensidade quase insuportável. — Parece que você está esperando por algo, mas eu não sei o que é.

Maya o ignorou deliberadamente, voltando sua atenção para o livro que estava lendo, mas sabia que ele não desistiria facilmente. Ele nunca desistia.

Ele se aproximou, ocupando o espaço ao lado dela e, em seguida, tocou seu ombro levemente, como se quisesse chamar sua atenção. Ela sentiu a tensão aumentar e, por um momento, ficou tentada a se afastar. Mas, em vez disso, olhou para ele com um desafio claro nos olhos.

— O que você quer, Mathew? — ela perguntou, sua voz baixa, mas carregada de frieza.

Ele sorriu, um sorriso quase cansado, como se estivesse lidando com uma criança que não queria entender a mensagem.

— Eu só quero que você saiba que o que aconteceu entre nós não foi um erro, Maya. — ele disse com um tom sério, sem o menor sinal de arrependimento. — Você sabe disso.

Maya sentiu o coração apertar, mas não cedeu. Ela sabia o que ele estava tentando fazer. Ele queria que ela admitisse algo, que confessasse que havia algo mais entre eles, algo que ela não estava pronta para enfrentar.

— Você está enganado, Mathew. — Ela disse, a voz firme. — Eu não sou sua propriedade e não vou ficar aqui esperando por você para me decidir o que fazer. Não sou sua para comandar.

Mathew a olhou em silêncio por um momento, e Maya sentiu que ele estava se controlando. Mas então, ele deu um passo à frente, ficando ainda mais perto dela.

— E quem disse que você precisa decidir alguma coisa, Maya? — Ele disse, com a voz baixa e enigmática. — Eu só preciso saber se você vai continuar negando o que está acontecendo entre a gente. Se você vai fingir que nada aconteceu.

O ar parecia denso ao redor deles, e Maya sentiu o calor da proximidade de Mathew. Ele estava certo sobre uma coisa. Algo tinha mudado entre eles, mas ela não sabia como lidar com isso. Ele a tinha tocado de uma maneira que ninguém mais conseguiria, mas isso não significava que ela fosse se render a ele. Não agora.

— Eu não sei o que está acontecendo, Mathew. — Ela disse, finalmente, com um suspiro cansado. — Mas não vou deixar que você brinque comigo.

Ele a observou, seus olhos penetrando nos dela como se tentasse ler sua alma. Por um momento, pareceu que ele iria dizer algo, mas, em vez disso, ele apenas se afastou lentamente, como se tudo o que ele queria já tivesse sido dito.

Maya sabia que aquilo não tinha terminado, mas, ao menos por aquele momento, ela conseguiu manter o controle. Ela não sabia o que o futuro reservava, mas uma coisa era certa: ela não seria mais a marionete de ninguém.

Desejos e dinastia Where stories live. Discover now