Capítulo 14

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REBECCA

Freen disse que trabalharia até mais tarde na noite de segunda-feira, então era a oportunidade perfeita para receber Nam e passarmos um tempo juntas.

Não me pareceu certo contar a ela tudo que Freen e eu havíamos feito. Mesmo que eu compartilhasse coisas com minha amiga abertamente, ela e eu concordamos em não falar com outras pessoas sobre o que estávamos fazendo. Nam sabia a essência do que estava acontecendo entre mim e Freen, mas escolhi não discutir destalhes explícitos com ela, que respeitou minha decisão, em partes. Isso não significava que ela não ia tentar arrancar informações.

Ela serviu vinho para cada uma de nós.

- Tem certeza de que não quer falar sobre o sábado?

- Tenho.

- Ok. Mas você está bem? Tudo correu bem? - Ela veio até mim, entregando-me uma taça.

- Sim. Tudo correu maravilhosamente bem. Até demais. A única parte ruim da noite foi quando o celular dela vibrou com uma notificação durante o jantar. Ela tinha ido ao banheiro. Não resisti e virei o aparelho para dar uma espiada. Era uma mensagem da Amanda.Comecei a sentir ciúmes. E isso me fez pensar que eu estava mesmo me enganando ao achar que poderíamos continuar sendo apenas amigas.

- Tá, mas você disse que concordaram em não dormir com outras pessoas enquanto estivessem se envolvendo, não foi? Então, com o que está preocupada?

- Isso não significa que ela não possa sentir algo por outra pessoa, ou encontrá-la. Só significa que não vai rolar sexo. De qualquer forma, estou brava comigo mesma por ter me afetado tanto. Isso meio que anula o propósito desse arranjo de sexo casual, não é?

- Bom, esse é o risco que se corre quando concorda em fazer uma coisa desse tipo. Quero dizer, ela é sua amiga. Você se importa com ela. Quando se acrescenta intimidade física nessa mistura, os sentimentos acabam ficando uma bagunça mesmo. Você é apenas um ser humano.

Remexendo meu vinho na taça, fiquei encarando o líquido, distraída.

- Não quero me sentir assim. Quero poder desfrutar do prazer que estar com ela me traz sem deixar que os pensamentos complicados tomem conta, mas é difícil.

Nam tomou um gole de vinho e pousou a taça.

- Você vai dar um jeito de fazer isso. Mas não queria estar no seu lugar, e a possibilidade de você acabar se magoando me preocupa. Porém, não vou te dizer para parar, porque acho que eu não conseguiria, se estivesse no seu lugar. Você precisa disso. Só imagino o quanto o sexo deve ser alucinante.

Nossa, sim, foi mesmo. Não consigo pensar em outra coisa.

- Estou basicamente entrando nessa pela experiência, sabendo que é provável que vou sair magoada, mas correndo o risco mesmo assim.

- Tem tantas coisas na vida que fazemos dessa forma.

A porta da frente se abriu, nos assustando. Freen tinha chegado do trabalho. Ela só deveria chegar muito mais tarde. Meu coração começou a palpitar. Eu não estava pronta para isso.

Nam abriu um sorriso radiante ao vê-la. Era a primeiraoportunidade que ela tinha de conhecê-la pessoalmente.

- Oi - ela disse ao entrar na sala de estar. Seu olhar pousou na garrafa de vinho e no prato de enroladinhos de queijo que estavam sobre a mesa de centro.

- Freen, esta é...

- Nam. - Ela assentiu, oferecendo-lhe a mão e um sorriso largo. - Eu sei quem você é. Que prazer conhecê-la.

Cavalheiro Número 9 [Freenbecky] G!POnde histórias criam vida. Descubra agora