Capítulo 12 - Inecapável parte 2

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Ponto de vista de Camila: Quarto do Hotel - 2h:35

Ela balança a cabeça. "Você ainda não entendeu... Não estou mais sendo uma escolha agora."

Eu congelo. Aquelas palavras têm um peso que eu não esperava. A frustração nos olhos dela é palpável, mas há algo mais ali. Algo que se mistura com a dúvida, com o medo.

Eu encaro seus olhos, os mesmos que me atraíram desde que éramos crianças, os olhos que agora parecem mais distantes, mais inatingíveis.

Eu sempre soube que algo entre nós era diferente, algo que nunca pude explicar, nem para mim mesma.

Agora, com ela ali, tão próxima e ao mesmo tempo tão longe, eu percebo a profundidade disso.

Não digo nada. As palavras falham, mas o coração fala mais alto.

Sem perceber, meus dedos alcançam o rosto dela. A suavidade de sua pele é um toque familiar, algo que eu conheço há tanto tempo, mas que, de alguma forma, ainda me surpreende.

O desejo, a saudade, o amor... Eles se misturam dentro de mim.

Eu quero mais, quero o mais que posso dar, e, sem pensar, me aproximo.

Meus lábios encontram os dela em um beijo suave, mas urgente.

Um beijo que carrega toda a intensidade dos anos em que mantivemos a distância.

Ela se entrega, mesmo que hesite.

Seus braços, como se já soubessem o que fazer, envolvem meu pescoço.

Eu sinto sua respiração, ofegante, seu corpo contra o meu. Cada movimento dela é um convite, uma rendição, e ao mesmo tempo uma resistência.

Nosso beijo se aprofunda, mas meu coração acelera de uma maneira que eu não esperava.

Ela se afastou um pouco, seus olhos, aqueles olhos verdes tão profundos, fixos nos meus, e eu vi algo ali que me fez o coração acelerar.

Aquelas palavras, antes confusas, agora tinham um significado claro e doloroso ao mesmo tempo.

Ela não estava mais me dando uma escolha.

Eu tinha que ser quem ela queria que eu fosse, eu tinha que ir até o fim com ela, sem mais hesitações.

"Você me entende?"

Ela sussurrou, sua voz suave, mas cheia de necessidade.

Eu não respondi com palavras, porque não havia mais necessidade delas.

Em vez disso, eu puxei seu rosto de volta para o meu, beijei-a novamente, e dessa vez, não foi mais um simples toque.

Eu me entreguei de corpo e alma àquele beijo, sentindo tudo o que ela era em mim.

Eu queria mergulhar nela, afogar-me nas sensações que ela me proporcionava.

Suas mãos deslizaram para o meu pescoço, me puxando para mais perto, e seu corpo respondeu ao meu, em um movimento suave, mas intenso.

Eu a senti se aproximando de mim, e era como se uma corrente elétrica tivesse me atravessado.

A química entre nós estava ali, poderosa e inegável.

Quando nos movemos, nossos corpos se encaixaram de uma maneira que me fez perder o fôlego.

Eu estava tão ciente dela, de cada toque, cada suspiro.

A suavidade de sua pele, o calor de seu corpo contra o meu, me enlouqueciam.

As roupas foram ficando para trás, pedaço por pedaço, e eu quase não consegui acompanhar a rapidez do momento.

Meu coração batia acelerado, mas não importava, nada importava além de nós duas.

Eu estou tão apaixonada por você...

Eu toquei sua pele, explorando cada centímetro de seu corpo como se fosse algo precioso, algo que eu tinha temido perder por tanto tempo.

Ela se entregou a mim com a mesma intensidade, com o mesmo fogo.

Eu estou tão apaixonada por você...

Seus gemidos estavam tão próximos aos meus que se confundiam, nos envolvendo, criando um espaço só nosso, um espaço onde não havia mais ninguém.

Eu estou tão apaixonada por você...

O calor aumentava entre nós, e, enquanto ela me tocava, explorava meu corpo com uma delicadeza que fazia meu coração acelerar ainda mais, tudo se tornava mais intenso.

Eu estava flutuando, perdida no prazer, perdida nela.

E, quando ela se aproximou mais, seus lábios tocando minha pele, uma onda de prazer me tomou por completo, me levando a um lugar onde tudo era apenas nós, nossos corpos, nossas almas, e essa conexão que agora eu sabia ser irrevogável.

Eu estou tão apaixonada por você...

A última onda de prazer me tomou por completo, e eu gritei o nome dela, sentindo meu corpo tremer, os dedos dela ainda deslizando por dentro de mim.

Quando tudo acalmou, e meu corpo ainda pulsava com a intensidade do momento, eu a toquei novamente, precisando beijá-la, sentir o calor do seu corpo contra o meu, sentir que ela estava ali, ao meu lado, o cheiro dela, o toque dela, tudo era a confirmação de que o que estávamos vivendo era real.

Ela me olhou, com aquele olhar tão profundo, quase como se estivesse se perdendo em mim também.

Eu sabia o que aquilo significava.

Nós duas estávamos completamente entregues, sem volta.

"Eu estou tão apaixonada por você..."

Eu congelo, o choque me atravessa.

Eu não planejei dizer isso.

Não era para ser agora, não era para ser assim.

Ela para, seus olhos se arregalam, e por um momento, tudo fica em silêncio.

A expressão dela é difícil de ler.

"Camila..."

Ela começa, e sua voz é suave, quase quebrada.

"Não... Isso não é o que você pensa."

Eu me afasto, sentindo o peso daquilo.

Eu queria que ela soubesse o quanto isso é real para mim, o quanto ela significa. Mas agora, há um muro invisível entre nós.






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