prólogo.

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Ivy.

A ansiedade me consumia enquanto atravessávamos o corredor em direção ao Salão Principal. Hogwarts era deslumbrante sob o céu noturno, mas a única coisa em minha mente era a seleção para as casas.

– Você está nervosa à toa, Ivy – Ron cochichou ao meu lado, tentando parecer despreocupado. – Todos os Weasleys vão para a Grifinória. Não vai ser diferente com você.

Tentei absorver suas palavras, mas era impossível. A ideia de acabar em outra casa, qualquer uma que não fosse a Grifinória, me fazia tremer.

– Como não ficar nervosa? – rebati, a voz saindo mais alta do que eu pretendia. – Mamãe deixou claro que espera que a gente honre a família. Imagine o que vão pensar se eu for para outra casa?

Ron suspirou, mas não respondeu. Seus olhos se fixaram no centro do Grande Salão, onde a Professora McGonagall chamava os alunos para a seleção.

– Hermione Granger – ela anunciou, e a garota de cabelos volumosos que havíamos conhecido no trem caminhou até o banquinho.

O silêncio pairou no salão enquanto o Chapéu Seletor analisava a menina. Finalmente, ele gritou:

– GRIFINÓRIA!

A mesa grifana explodiu em aplausos, e Hermione correu para sentar-se com um sorriso radiante.

– Uau, nunca achei que ela fosse para a Grifinória – Ron comentou, virando-se para Harry, que estava ao nosso lado. – Você deveria pedir ao Chapéu para ir para lá também. Assim ficamos juntos.

– Eu posso pedir? – Harry perguntou, parecendo surpreso. – E o que tem de tão especial na Grifinória? As outras casas não são boas?

Ron balançou a cabeça, como se aquilo fosse óbvio.

– Não é isso. Claro que as outras casas são boas... menos a Sonserina, é claro. Todo bruxo das trevas sai de lá. Até Você-Sabe-Quem.

– Ron! – sibilei, lançando-lhe um olhar de reprovação. – Não diga essas coisas. Cada casa tem suas qualidades, Harry. E vamos continuar sendo amigos, não importa para onde você vá.

Harry sorriu, agradecido. Mas não pude evitar pensar em como seria para mim. O que aconteceria se eu não fosse para a Grifinória?

O nome de Ron foi chamado, e ele caminhou até o banquinho. O Chapéu mal tocou sua cabeça antes de gritar:

– GRIFINÓRIA!

Ron correu até a mesa da Grifinória, onde Fred e Jorge o receberam com gritos de incentivo.

– O que você vai fazer se não for para a Grifinória? – Harry perguntou de repente, olhando para mim com curiosidade.

Engoli em seco, forçando um sorriso confiante.

– Não se preocupe. Eu vou para a Grifinória. É o que sempre acontece.

– E se não acontecer? – ele insistiu.

Antes que eu pudesse responder, a Professora McGonagall chamou:

– Harry Potter.

O salão ficou em silêncio absoluto enquanto Harry caminhava até o Chapéu. Todos os olhares estavam fixos nele.

– GRIFINÓRIA!

Os aplausos explodiram, ainda mais altos desta vez. Harry juntou-se a Ron e Hermione na mesa da Grifinória. E então, o salão ficou quieto novamente. Só restava eu.

– Ivy Weasley.

Meu coração parecia prestes a explodir enquanto eu caminhava até o banquinho. O Chapéu foi colocado em minha cabeça, e logo uma voz grave ecoou em minha mente.

– Ah, uma Weasley... Coragem, sim, mas também vejo ambição. Astúcia, curiosidade... Muito interessante. Você seria excelente em mais de uma casa. Diga-me, menina, para onde gostaria de ir?

– Grifinória – implorei, a voz trêmula. – Por favor. Quero ficar com minha família.

– Hmm... Você tem as qualidades para isso, mas vejo algo mais profundo. Seu verdadeiro potencial será revelado em outro lugar. Você pertence à...

– SONSERINA!

O mundo parou. Meus ouvidos zuniam. Olhei para a Professora McGonagall, esperando que ela dissesse que era um engano, mas tudo o que recebi foi um olhar compreensivo.

– Levante-se, Srta. Weasley – disse ela, firme mas gentil.

Caminhei até a mesa da Sonserina, sentindo os olhares de todos queimarem minhas costas. Quando me sentei, Draco Malfoy sorriu de canto.

– Uma Weasley na Sonserina? Interessante. Vamos ver se você consegue manter o padrão.

– Não se acostume – retruquei, tentando parecer confiante. – Isso é temporário. Vou conversar com Dumbledore.

Ele riu, debochado.

– Boa sorte com isso. O Chapéu nunca erra.

– Você não entende – rebati, sentindo o nó na garganta se apertar. – Minha família esperava que eu fosse para a Grifinória. Eu decepcionei eles.

Draco inclinou a cabeça, os olhos fixos em mim. Sua expressão não tinha a zombaria habitual, mas algo próximo à curiosidade.

– Eu entendo mais do que você pensa – disse ele, a voz baixa. – Mas você vai perceber que ser um Sonserino não é o fim do mundo. Talvez seja o começo de algo.

Fiquei em silêncio, encarando o prato vazio à minha frente, enquanto os pensamentos sobre meus irmãos me assombravam.

Após o jantar, corri até Dumbledore, desesperada.

– Diretor, por favor, tem que haver algum engano!

Ele me olhou com um sorriso gentil.

– Não é a casa que define quem você é, Srta. Weasley. São suas escolhas.

Tentei falar algo, mas Dumbledore me interrompeu, mandando Snape me levar às masmorras. Enquanto caminhávamos, a tensão dentro de mim explodiu em lágrimas silenciosas.

– Não queria isso. – murmurei para mim mesma, sem me importar se ele estava ouvindo.

Snape parou de repente, me lançando um olhar que era, surpreendentemente, mais de compreensão do que irritação.

– Não é fácil ser diferente, mas não é o fim – ele disse, antes de continuar a andar. – O Chapéu viu algo em você que talvez nem você veja.

Quando chegamos à comunal, ele hesitou.

– Há um quarto individual disponível no final do corredor feminino – disse ele, cruzando os braços. – Foi reservado para casos especiais. Acho que você merece o espaço.

– Obrigada, Professor – murmurei, enquanto limpava as lágrimas.

Sozinha em meu novo quarto, olhei ao redor. Era maior do que eu imaginava, mas o vazio parecia ecoar em cada canto. Deitei na cama, exausta, e finalmente deixei o sono me levar.

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Gente, vou fazer alguns capítulos resumidos dos primeiros anos da Ivy em Hogwarts, ate chegar no quinto ano, onde a história realmente vai começar a desenrolar. Obrigada!🩵

Happiness is a butterfly. | 𝐇𝐚𝐫𝐫𝐲 𝐏𝐨𝐭𝐭𝐞𝐫Onde histórias criam vida. Descubra agora