28. A Última Tentação

18 2 14
                                    




                                       🌘
     

Já era 11 horas da noite e eu estava no quarto com medo de que Silver aparecesse. Ele pode ter certeza de que eu não iria abrir aquela porta. Estava deitada na cama, embrulhada, pois havia começado uma chuva muito forte, com ventos. O frio congelava minha pele, e eu sentia os pensamentos começarem a se desorganizar na minha cabeça. Fechei os olhos e balancei a cabeça no intuito de esquecer isso.

Me agarrei ao lençol com muito mais força, até que ouvi uns passos de salto ecoarem do lado de fora, vindo em direção ao meu quarto. Já estava preparada para pedir à empregada que mandasse ele embora.

Quando a porta se abriu, eu estava de costas e não me virei. Em seguida, sem dar chance de falarem, declarei:

Elizabeth:
— Não quero saber, Bea, mande ele ir embora. Fale que não quero e não vou falar com ele!

Falei firme até me responderem.

Amanda:
— Ele quem?

Me virei, e era Amanda. Ela estava com um vestido e salto, super arrumada, mas segurando uma bolsa. Amanda fez uma careta, sem entender.

Amanda:
— Então... quem você não queria ver?

Elizabeth:
— Ah... ninguém. O que tá fazendo aqui?

Amanda:
— Olha, sem mudar de assunto. Era o Silver? Fala, Elizabeth!

Eu a olhei com um olhar de derrotada. Dessa vez, não tinha como mentir para ela.

Elizabeth:
— Ele me mandou mensagem e disse que queria me ver, mas eu falei para ele não ousar vir.

Ela olhou para o teto, brava e sem paciência.

Amanda:
— É inacreditável! Esse homem não te deixa em paz.

Elizabeth:
— Eu juro, Amanda... eu tô tentando ser forte e esquecer ele.

Meus olhos começaram a brilhar. Senti uma leve vontade de chorar, mas não era o suficiente para fazer com que eu chorasse.

Amanda:
— Olha... tá tudo bem. Eu sei. Não é fácil, mas eu prometo que logo isso vai passar e você vai conseguir superar ele.

Eu a olhei, e ela me abraçou. Fiquei ali nos braços dela, mas me separei.

Elizabeth:
— Mas me conta, por que tá aqui? Já é 11 horas da noite.

Amanda:
— Eu havia ido a um barzinho com a Mônica. A gente até te chamou mais cedo, não lembra?

Elizabeth:
— Lembro, sim. Mas foi bom ter ficado em casa. Consegui até resolver uma papelada das minhas empresas. Tô livre por enquanto.

Ela sorriu, tirando os saltos e soltando um suspiro de alívio. Tirou os brincos e o colar, colocando-os em cima da minha penteadeira.

Amanda:
— Pode me emprestar uma roupa sua de dormir? Eu falei para o Daniel e para as crianças que ia passar essa noite aqui com você. Vim sem avisar, desculpa, maninha.

Elizabeth:
— Imagina, pode vir quando quiser. Eu até tava entediada mesmo.

Amanda:
— Onde tem toalha?

Elizabeth:
— Ah, pode ir lá. Dentro do banheiro tem. É só abrir as gavetas do armário que tem lá.

Amanda:
— Tá bom, já volto.

Elizabeth:
— Vou pegar sua roupa.

Falei, indo em direção ao meu enorme closet. Caminhei, procurando uma roupa confortável para ela vestir: um casaco e uma calça de frio.

𝒦𝒶𝓇𝒶𝓉𝑒 𝒬𝓊𝑒𝑒𝓃 - 𝑀𝒶𝓎 𝓉𝒽𝑒 𝐵𝑒𝓈𝓉 𝒲𝒾𝓃| Terry silver- Cobra kaiOnde histórias criam vida. Descubra agora