Código Genético (2): Leilão de Dinossauros

(Problema)³

  A luta começou no exato instante em que Martin avançou para dentro da sala escura, ignorando o fato de que aqueles três híbridos estavam o encarando, prontos para atacar. No entanto, ele era mais rápido, apenas um borrão de movimento.

  Ele agarrou Diego com um movimento rápido, puxando-o para longe antes que as garras afiadas da criatura pudessem alcançá-los. O Scorpius Rex com as características já conhecidas avançou, mas Martin foi mais rápido, cravando o punho em um golpe certeiro no focinho da criatura. O monstro recuou por um momento, soltando um rugido furioso, mas o homem não deu tempo para recuperação.

  – Sai daqui, idiota! – Ele gritou para o médico enquanto o levantava com força e o jogava para trás, direto para Sarah, como se estivesse lidando com um saco de batatas.

  Sem hesitar, ele se virou novamente para o mesmo E750 e desferiu um chute poderoso, acertando o joelho da criatura e fazendo-a cambalear para o lado. Ele não estava com muita paciência, já que queria ir atrás daquele velhote ao invés de se preocupar com três cachorrinhos dele.

  Enquanto Martin puxava a foice para atacar a criatura, o monstro de seis olhos avançou ao mesmo tempo que o seu irmão com características aracnídeas, movendo-se com uma graciosidade assustadora, inteligente. Seus olhos extras pareciam brilhar na penumbra, analisando cada movimento do mercenário, esperando o momento que ele estivesse distraído.

  No entanto, antes que a Scorpius Rex de características semelhantes as de uma aranha pudesse atacar o homem, Erina notou os olhares dela e entrou em ação, puxando rapidamente a espingarda com sua única mão, franzindo.

  – De volta por mais?! – Ela provocou, disparando dois tiros certeiros que atingiram o flanco da criatura, forçando-a a desviar momentaneamente.

  Com um movimento rápido, a mercenária jogou-se entre Martin e a criatura aracnídeas, girando o corpo para evitar o rabo espinhoso do monstro. Ela segurava sua arma firme, disparando enquanto avançava. Os tiros acertaram a barriga, fazendo a criatura rugir de dor e fúria, mas ainda assim ela continuava avançando, mais irritada do que ferida.

  Angelina, que observava tudo atenciosamente, tremendo, ergueu seu fuzil de caça e apontou para o Scorpius Rex com seis olhos, que aproveitou a distração de ambos Erina e Martin para se mover rapidamente até eles por trás.

  Ela prendeu a respiração, alinhando a mira, mas sua mão estava instável, o terror ainda consumindo cada pedaço de sua força de vontade. Quando puxou o gatilho, sabia que não acertaria.

  O tiro passou raspando pela cabeça do monstro, acertando a parede atrás dele. No entanto, aquilo foi o suficiente para chamar a atenção dessa E750 e dos dois mercenários, que agora estavam alertas de suas costas.

  A Scorpius Rex virou o olhar para a arqueóloga, soltando um som grotesco que parecia uma mistura de chiado e clique, como se estivesse zombando da arqueóloga, fazendo-a xingar em espanhol enquanto tentava realinhar a mira.

  Enquanto a luta acontecia, Sarah segurava Diego com força logo após ele ser jogado por Martin. Ele estava inconsciente, ferido e mal conseguia respirar propriamente. Ela não podia lutar sem antes estabilizá-lo. Se uma daquelas coisas o alcançasse, seria o fim.

  – Fica comigo, Diego! – Ela murmurou, a voz trêmula, enquanto tentava verificar os ferimentos rapidamente. – Você ainda me deve uma caipirinha, lembra?!

  Ela arrastou Diego para fora da linha de combate, buscando uma posição mais segura, embora seus olhos não pudessem se afastar por muito tempo das criaturas que causaram a morte de sua irmã. Cada movimento dos E750 era um lembrete brutal do que ela havia perdido, mas ela apertou os dentes e concentrou-se na tarefa.