03. Início De Uma História

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Após os longos minutos em silêncio, o homem por fim diz:

-- Acho que não se lembra de mim não é garoto?

Lucas não respondeu, apenas o encarou pelo retrovisor.

-- Não nos vimos porque sua família não gostava muito de mim, a ovelha negra da família sabe

Ele ria enquanto falava.

-- Sua mãe era tão incrível, que pena que a dependência emocional fez o que fez com ela

Lucas prestava atenção nas palavras do homem com seu rosto ainda assustado diante tudo que tinha passado.

-- É Lucas seu nome né?

O menino afirma com a cabeça sem dizer uma palavra.

-- Bom Lucas, eu sou seu tio, o irmão da sua mãe e a partir de agora você vai viver comigo entendido? Eu não queria isso mas eu sou seu único parente então jogaram essa responsabilidade em mim

Lucas continuou calado e assim seguiram a viagem até o chegarem em uma casinha simples no meio do matagal, afastado da cidade. O homem sai do carro e abre a porta pra Lucas que sai também, ele antes observa o lugar que tem cheiro de plantas e terra, os dois andam devegar até a porta.

Antes de abrir a porta o homem olha para os lados e puxa a maçaneta lentamente, como se tivesse com medo de entrar na sua própria casa. Por fim os dois entram e ele logo fecha a porta deixando o ambiente mais quente.
Lucas observa tudo curioso, era uma casa simples mas bonita.

-- Lar doce lar

Disse o homem se sentando na cadeira que tinha em frente a uma mesa e acendendo um cigarro enquanto o garoto estava parado em sua frente sem saber o que fazer agora.

-- Seu quarto vai ser ali

Ele aponta pra uma porta e Lucas anda devagar até la, ele abre e olha o local pequeno que só havia uma cama e uma cabeceira, nada de luxo. O menino põe suas coisas la e volta pra sala.

-- To com fome

Diz Lucas. Seu tio levanta e abre a geladeira olhando as coisas, uma geladeira vasta e vazia. Ele decide abrir o armário e encontra um pacote de biscoitos e decide entregar ao garoto que abre faminto e come. O homem observa, da um trago no cigarro e diz:

-- Pode me chamar de Henrique garoto, mas para outras pessoas meu nome é Victor

Lucas comia e prestava atenção.

-- Agora que vai morar aqui precisa saber o seguinte, não abra a porta pra qualquer um, não saia sozinho sem proteção, desconfie até mesmo da sua própria sombra, e por hipótese alguma diga seu nome verdadeiro ou informações pessoas pra alguém.

Lucas decide falar.

-- Mas por que tio?

-- Porque não estamos mais no seu mundo, estamos no meu. E a partir de agora seu nome será Alex

-- Alex? Mas eu gosto de Lucas...

Henrique da mais um trago no cigarro, solta a fumaça e conclui se levantando em seguida.

-- Não perguntei do que você gosta ou não

Lucas continua comendo processando as novas informações. Estava em um lugar novo, com nome novo, sua mãe estava morta e seu pai preso e a única coisa que sabia desse homem era seu nome. Aquilo o assustava muito, então ele passa a mão em seu bolso e sente algo, logo puxa e percebe ser a foto que tirou de Bianca.

Bianca... sua razão de viver. Lucas não tinha motivos pra estar vivo, nunca foi suicida mas e agora? Pra que viver? Mas havia algo que o motivava a continuar com sua vida. Aquela garota de pele clara, lábios rosados, cabelos escuros e olhos castanhos. Naquele momento Lucas respirou fundo e tomou uma decisão.

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